Depois de décadas de crimes cometido em nome da “construção” da “sociedade
socialista”, depois de, em nome do “socialismo”, se terem cometido aos mais
ignóbeis actos de corrupção (jurídica e/ou ética) (Blair, Sócrates, Maduro…),
será que ainda há lugar para acreditar no Socialismo?
Se olhássemos para as sociedades actuais e víssemos as sociedades
humanas caminhando para um mundo mais justo, equilibrado, menos desigual, vivendo
em pleno a democracia e a liberdade, e caminhando para sociedades mais
pacificas, com menos guerras, e mais respeitadoras do ambiente e da vida
animal, então talvez pudéssemos acreditar que o fim do “socialismo real” e a
decadência de todas a tendências do chamado socialismo democrático estavam a
conduzir o mundo para uma nova era de prosperidade (que é o que nos têm vindo a
anunciar os defensores do actual modelo “neoliberal”, governado pelos “mercados”
e pela difusa ideologia do novo capitalismo) e podíamos dizer que as
premissas das “velhas” ideias socialistas estavam erradas, mortas e enterradas.
Mas não é isso que temos visto acontecer nos últimos vinte anos.
O que vemos é o aumento das desigualdades sociais, o crescente
desrespeito pela democracia, transformada num simples e caricato acto formal de
recondução ou “renovação” de uma elite profissional ao serviço do corrupto poder financeiro,
o aumento de conflitos cada vez mais violentos e descontrolados, o total
desrespeito pelo ambiente e pela vida na Terra, uma sociedade dominada por um
modelo cada vez mais selvagem de capitalismo neoliberal.
Apesar da má fama de que goza, devido aos modelos históricos e à
corrupção que se tem colado à pele dos seus lideres recentes, o socialismo, o
verdadeiro socialismo, aquilo que está na sua origem, é uma opção cada vez mais
urgente.
Mas um socialismo que deve renovar todos os seus métodos de actuação e,
essencialmente, deve respeitar, em coerência, princípios como a democracia, a
liberdade e a justiça, aos quais deve acrescentar o seus valores de sempre,( que
tão maltratado têm sido por muitos que se arvoraram em detentores do “verdadeiro
socialismo”), como os valores da igualdade (de oportunidades, de tratamento na
justiça e na economia..) do respeito pelos direitos sociais e pelos Direitos
Humanos Universais consignados na carta das Nações Unidas.
Sim, o Socialismo (ou outro qualquer nome que lhe queiram dar) tem futuro, desde que se saiba renovar e demarcar dos
erros e crimes do passado, porque a alternativa ao actual modelo neoliberal de
selvajaria social e económica que se está a prefigurar é um novo “canto da
sereia” de um fascismo disfarçado de “populismo”.
Liberdade, Democracia, Direitos Sociais, Direitos Humanos, Justiça
económica, combate à corrupção, Igualdade de oportunidades, Respeito pelo
ambiente e pela vida animal, Mais educação e cultura, uma tecnologia ao serviço
do bem estar da Humanidade, eis as novas “palavras de ordem”, à volta das quais
se deve construir o Socialismo de Futuro…ou então quem não terá mesmo futuro...é a própria humanidade!
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