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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

“Não há corrupção em Portugal” (!!??)… “só” (!!) corrupção ética!!??


O recente desfecho de alguns casos de tribunal, que envolvem figuras da vida politica nacional, é um mau prenuncio do estado da justiça portuguesa, mas também do estado da comunicação social e da classe politica, e representa uma grave machadada na credibilidade democrática.

Como cidadão, não me sinto convencido nem devidamente esclarecido sobre esses desfechos.

Mas algumas conclusões  posso tirar dessa onda de absolvições de casos mediáticos:

- aquilo que qualquer cidadão normal, que vive do seu trabalho, considera eticamente reprovável, afinal não é corrupção…porque é legal. Dá para perceber que quem faz as leis as faz para fomentar o que é reprovável eticamente e, em muitos casos, para proteger o que é perceptível como corrupção. Percebe-se assim a misturada entre escritórios de advogados , classe politica e grandes empresários…;

- o Ministério Público acusa antes de ter provas sólidas e, por incompetência ou conivência, ou ambas, antes de conseguir essas provas, prefere fomentar fugas de informação selectivas, que minam a credibilidade da justiça, contaminando a investigação e as provas e condenando  na praça pública antes de se chegar a julgamento, agindo conforme a conveniência política do momento: “ora agora acusamos políticos do PSD, ora agora acusamos políticos do PS”!!!;

- a comunicação social faz o servicinho sujo de toda essa gente, mais preocupada com audiências do que em investigar por conta própria os casos de que tem conhecimento, misturando,no mesmo saco, falsas suspeitas, muitas vezes por mera vingança politica e pessoal, dos verdadeiros casos de corrupção, sem separar o que é corrupção ética do que é legalmente condenável.

Apesar de toda essa areia atirada aos olhos do incauto cidadão, apesar da incompetência da justiça, há uma forma simples de perceber se os absolvidos são de facto criminosos ou não, mesmo que a lei os proteja:

- se eles, após serem absolvidos, processarem a comunicação social e a própria justiça e se baterem até ao fim por pedidos públicos de desculpa e pelas indemnizações devidas, de forma frontal e aberta, é porque de facto são inocentes. Não era isso que qualquer cidadão injustamente acusado faria?

- se, pelo contrário, se remeterem ao silêncio, então é porque têm mesmo alguma coisa a esconder e preferem não fazer ondas e contentar-se com a forma como se safaram de prestar contas à justiça, jogando com todos os sobre-refúgios de leis, criadas à medida pelos escritórios de advogados que lhe fornecem os mesmo advogados que os safam…

Situações como essas, pouco claras, sem certezas, que não convencem ninguém, só contribuem para minar o Estado de Direito e a Democracia e fomentar a demagogia das redes sociais e dos “coletes amarelos”.

Depois não se admirem se, um dia destes, um qualquer Bolsonaro bater à porta da democracia portuguesa!!

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