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sexta-feira, 15 de março de 2013

O LADO "NEGRO" DO PAPA "BRANCO"...



Não sendo crente, embora baptizado, considero que a eleição de um novo papa é importante pela influência que as suas acções podem ter em sociedades, como a portuguesa, onde cerca de 80% dos seus habitantes se declaram católicos.


Existem sempre duas áreas onde a acção e a influência de um líder da Igreja me merece especial atenção: a relação com a sociedade e a politica, por um lado, e a relação como os valores e os costumes, de outro. 


Empiricamente costumo avaliar a maior ou menor simpatia pessoal pelos membros da Igreja com base naqueles dois critérios. A Igreja hoje, pelo menos em Portugal, tem uma atitude muito mais progressista em termos sociais do que noutros tempos e tem tido um papel importante na denuncia dos efeitos da austeridade sobre a vida dos cidadãos, para além de ter um papel importante no apoio aos mais desfavorecidos.


Já no que respeita aos valores e costumes, nomeadamente em temas como o aborto,  a eutanásia ou a homossexualidade, estou radicalmente em oposição com aquilo que essa igraja defende, embora reconheça que, neste campo, me parece que a Igreja portuguesa tem, apesar de tudo, uma atitude mais ponderada que aquela que nos chega do Vaticano e de outras Igrejas.


Por tudo isso fui daqueles que recebi com alguma simpatia inicial a nomeação do cardeal argentino como papa. Na impressão do momento pareceu-me uma pessoa ponderada, com sentido de humor, revelando alguma humildade, fazendo-me lembrar a postura de um João XXIII ou de um João Paulo I.


Contudo, à medida que se foi conhecendo as atitudes passadas do novo Papa, comecei a duvidar dessa primeira impressão.


Uma das situação mais obscuras desse passado prende-se com a sua relação com a ditadura militar argentina no final do século passado.


Penso que essa deve ser uma das primeiras situações que o novo papa deve aclarar para ganhar maior credibilidade junto de crentes e não crentes.


Até lá deixamos aqui algumas notícias sobre esse passado, referido por várias fontes latino-americana. Embora não abonando muito a favor do seu passado, não deixam de ser significativas, contudo, as afirmações do antigo padre  brasileiro, Leonardo Boff, a figura mais mediática da chamada Teologia da Libertação, em defesa do passado do papa Francisco:

- a crónica de Horacio Verbitsky sobre o passado do actual papa pode ser lido AQUI;

- Estela de La Cuadra, tia de um bébé desaparecido durante a ditadura militar, denuncia AQUI a atitude cobarde do actual papa em relação ao pedido de ajuda da sua famíla na época da ditadura militar argentina;

- a imprensa argentina, afecta à actual presidente, denuncia AQUI a atitude do agora papa em relação á ditadura militar;

- e, por último, as afirmações de Boff em defesa do papa e contestando aquelas acusações.
 

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