Nunca simpatizei muito com o populismo de Chávez.
Contudo a exuberância do líder venezuelano agora falecido só
pode ser percebida no contexto da cultura latino-americana.
Desconfiando do projecto político de Chávez, nunca deixei de
lhe reconhecer a sinceridade e a espontaneidade das suas atitudes, contrastando
com o cinzentismo e o cinismo dos políticos profissionais deste lado do
Atlântico.
Pelo menos Chávez foi eleito e tinha um forte apoio popular,
ao contrário do que acontece com os homens (Durão Barroso, Rehn, Draghi,
Lagarde…) que governam na sombra a Europa para o desastre.
Chávez, pelo menos, mesmo de forma discutível, e ao
contrário do projecto de empobrecimento dos nossos políticos, melhorou a vida
dos mais pobres do seu país e deu-lhe um sonho.
Chávez, mesmo de modo atabalhoado, defendeu os recursos
naturais do seu país da ganância das grandes multinacionais, ao contrário
daquilo que se projecta por cá, que é vender ao desbarato as nossas melhores
empresas.
Para o bem e para o mal, Chávez vai fazer falta na América
Latina.
Muere el comandante Hugo Chávez - Público.es clicar para ver excelente dossier do jornal el publico
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