Saí daqui às 6 e 15 da tarde, rumo à “aventura” do dia. Uma hora depois estava a entrar no recinto do Rock in Rio, depois de estacionar no Saldanha, sem problemas e apanhar o metro para a Bela Vista (até fui sentado…) . A entrada foi pacífica, tudo muito bem organizado.
Ainda cheguei a tempo de ver parte da actuação dos Kaiser Chiefs, numa entrega total que teve o seu momento alto quando o vocalista Rocky Wilson se lançou no “slide” que atravessava todo o recinto, “voando” por cima do público enquanto interpretava mais um tema.
Depois aproveitei o primeiro intervalo para uma incursão na “cidade do Rock”, dedicada a Nova Orleães, assistindo à exibição de um exímio trio de guitarristas de blues. Subindo mais acima ainda ouvi (porque não o consegui ver) o Rui Veloso, num palco perto da roda gigante.
Pouco depois tive oportunidade de me cruzar com amigos de Torres Vedras e percebi a vantagem de ser homem, olhando para as bichas para os sanitários das senhoras, enquanto eu foi…entrada por saída.
…e ala que se faz tarde, os James estão no início do seu concerto, começaram mesmo alguns minutos antes do previsto e este era, para mim, um dos momentos da noite…e foi.
O vocalista Tim Booth continua em forma e mais uma vez se comprovou que esta é uma banda de estádio.
Aqui aconteceu o primeiro momento político da noite, com Saul Daves, o violinista, a dizer algumas palavras de solidariedade para com os portugueses, criticando as opções políticas do governo. Ele sabe do que fala, pois está casado com uma portuguesa e vive em Portugal.
No final, com o público totalmente rendido, foi-lhes pedido um “ancore” que eles não realizaram, desculpando-se humildemente com as limitações de tempo impostas pela organização. Vou rever os trabalhos do grupo, de quem já fui um grande fã, que mostrou aqui o melhor da força dos REM com os velhos tempos dos U2 em palco.
Novo intervalo, tempo para comer o “farnel” que trazia, encostado a um pinheiro, que as pernas começavam a fraquejar, e mais uma volta pela Cidade do Rock, uma visita a um bar para comer e beber mais alguma coisa e uma última visita ao WC, cruzando-me com outro amigo torriense.
Agora são os Xutos que estão a tocar, e é então que percebo que não vou ver nada de jeito do palco…só aos saltinhos ou através das imagens do écrans.
…e o “coelhinho” voltou ao palco… e a troika…”Coelhinho, Coelhinho…mais a troika, mete-a…”.
Foi a entrega total da banda portuguesa em mais uma das suas actuações memoráveis…já não os via ao vivo há uns …trinta anos!!!.
Tinha esperança que a multidão à minha frente abrisse clareiras depois da actuação dos Xutos, para poder ir mais para a frente…pura ilusão…já tudo estava a marcar lugar para o “Boss”…procurei um lugar no mesmo sítio onde vi os James, um pouco mais atrás mas numa pequena “colina” de onde, em equilíbrio instável, se conseguia ver alguma coisa do palco, aí a meio, à esquerda a contar do palco, próximo de uma das três torres de iluminação.
Até então todos cumpriram o horário previsto…
Isso não aconteceu com Bruce de Springteen que começou a sua actuação com mais de meia hora de atraso, já depois da meia-noite…vim a saber mais tarde que esse atraso se ficou a dever a um conflito entre o musico e a SIC, que pretendia transmitir o espectáculo em directo, como tinha feito com todos os outros…não sei quem foi o responsável pelo sucedido, mas, de facto, a situação de Bruce Springteen era diferente dos outros. As outras bandas foram contratadas para actuar exclusivamente no Rock in Rio, enquanto o “Boss” anda a meio de uma digressão, foi “encaixada” no festival lisboeta, situação que implica uma negociação de direitos em moldes diferentes dos restantes grupos.
Mais valia que o espectáculo tivesse sido a "solo", noutro sítio, teria sido melhor para os fãs...
Mais valia que o espectáculo tivesse sido a "solo", noutro sítio, teria sido melhor para os fãs...
Apesar de algo doloroso, para as pernas e para o cansaço, esse atraso acabou por ser compensada pela musica de Springteen e dos Street Band, embora, hoje em dia, o estilo de musica feita pelo “Boss” já não seja tanto aquele que aqui apresentou…entretanto o tempo ía passando, tinha ainda uma viagem de regresso a casa para fazer e acabei por sair quando o concerto já se aproximava das duas hora…Sei agora que acabou meia hora depois, mas esta diferença foi o suficiente para estar em casa antes das três da manhã e não só lá para as cinco, evitando a confusão da saída.
Fiquei com vontade de voltar a ver Bruce Springteen, mas a “sós”, noutro sitio e noutro…horário…mas valeu a pena.
Cheguei à conclusão que, para este tipo de festival, é mais interessante frequentá-lo sem destino e objectivo, ouvindo esporadicamente um ou outro grupo, mas vivendo aquele ambiente de festa sem “compromisso” com a actuação deste ou daquele musico ou grupo, porque assim podemos sair quando quisermos, antes de chegarmos quase ao esgotamento físico…
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