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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vasco Lourenço ataca declarações de Otelo


Os desentendimentos entre Lourenço e Otelo foram uma constante no pós 25 de Abril. Penso que, desta com doutras vezes, a razão está, mais uma vez do lado de Vasco Lourenço.

1 comentário:

Anónimo disse...

Enquanto a chicalhada do vinte cinco de Abril, troca acusações, talvez por receberem brutas reformas, os pobres dos milicianos, que como eu, fizemos toda a guerra, apenas podemos deitar cá para fora, os bocados de acre, que tivemos de engolir ao longo de todos estes anos, pelos mais variados motivos:
BOCADOS DE ACRE
Na pista de Caripande
ao surgir de um avião
dizia enquanto comande
mando lá o meu pelotão
-
vinham latas de comida
os peixinhos para fritar
meu Deus que boa vida
que a tropa ia lá passar!
-
nós íamos até aos montes
e seguindo pela picada
víamos destruídas pontes
não podíamos fazer nada!
-
e para termos a tal sopa
que dizia o Lobo Antunes
que lá se come e poupa
vais p'ra mata até zunes!
-
nessa pista de Lumbala
onde iam, não só Lusos
tínhamos canhão e bala
para proteger uns fusos
-
e metidos lá pelo capim
iam soldados atiradores
e guardavam até ao fim
manjar a certos senhores
-
depois seguia unimogue
com os fuzos ao Zambeze
diz o condutor “bull dog”
não há quem me reveze!?
-
e tinha bala tracejante
ai a tal arma anti aérea
e um inimigo por diante
alcançava forma etérea
-
comíamos feijão carito
ai ao almoço e o jantar
com um peixinho frito
vendo as cheias lá passar
-
e de noite pelo festejo
cortava o seu fogo o ar
logo então digo, versejo
venham vê-la cá cantar
-
e a rapaziada do Katanga
estava lá para operações
e algum mostrava zanga
às indígenas populações
-
de lá iam em companhia
com todos seus graduados
logo pelo nascer do dia
esses destemidos soldados!
-
adeus ó tropa fandanga
que nela me incluo eu
a desejar comer a manga
que um Mutumbo me deu!
-
Eugénio dos Santos