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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Novak Djokovic - os milionários mimados estão acima da lei?


O Estado australiano tomou uma posição exemplar e corajosa ao impedir um negacionista como o tenista Djokovic de participar no open da Austrália.

Pelo que se sabe, o Estado francês vai tomar decisão idêntica em relação à participação do mesmo tenista no Roland Garros.

O caso Djokovic é exemplar da postura arrogante de certas figuras públicas que se acham acima da lei e, mais grave ainda, incentivam comportamentos condenáveis, como a recusa da vacinação.

Claro que cada um é livre de seguir atitudes idiotas e irresponsáveis, mas não é livre de por em risco a segurança dos outros.

Além disso, se quer recusar a vacina, tem de submeter às consequências legais, tal como acontece com um condutor que insiste em conduzir sem carta ou com excesso de álcool.

Mas a atitude de Djokovic foi ainda mais grave, ao incentivar manifestações de negacionistas no país que o recebeu, tornando-se uma espécie de símbolo para essa gente.

A responsabilidade de figuras como  Djokovic é tanto maior, quanto deve a sua fortuna e a sua fama ao facto de ser uma figura pública.

Recordo aqui um texto de António Guerreiro, no Público de 14 de Janeiro (suplemento ìpsilon”), onde explicava de onde vem a fortuna dessas figuras públicas:

“(…) uma grande parte dos rendimentos gerados pela nossa economia não remuneram nenhuma forma de trabalho”, referindo-se à actividade financeira, mas também aos “muitos rendimentos salarias que não são justificáveis pela quantidade e pela qualidade do trabalho investido. Há quem ganhe milhões só pelo facto de conseguir atrair a atenção dos outros a nível mundial. É o caso de certas vedetas pop ou de desportistas (…) por maior mérito que tenham. O Rendimento milionário que auferem devem-se em grande parte ao trabalho dos outros: o trabalho que consiste em prestar-lhes atenção”.

Djokovic está neste caso e, por isso, a sua responsabilidade pública é acrescida.

O exemplo que ele deu aos seus admiradores foi o da aldrabice, da falsificação e, pior ainda, o de justificar atitude que põem em risco a saúde publica.

Só isso devia ser suficiente para ser erradicado ou fortemente penalizado da actividade a que se dedica, já que ele só existe através dos mecanismo da fama, ou então, que se deixasse de dar atenção às suas atitudes irresponsáveis.

Aliás, a fortuna de gente como essa, contrata com gente de outras área desportivas, onde é necessário investir um grande esforço, como, por exemplo, na patinagem artística no gelo, cujo campeonato europeu decorreu no último fim-de-semana e onde a vencedora teve um prémio de…20 mil euros …e a 6ª classificado um prémio ainda mais reduzido…3 mil euros, .

Nada que se compare ao rendimento milionário de figurões como Djokovic, só para exibir o seu mau feitio e a sua arrogância num court de ténis, ou, pior ainda, em público.

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