O papel das redes sociais na divulgação de mentiras e na promoção do
ódio e da ignorância tem sido um dos mais vivos temas de discussão.
O debate não é muito diferente daquele que, desde o século XIX, de faz
sobre a massificação da comunicação social, desde a expansão do jornalismo no
século XIX por obra das grandes inovações das técnica tipográficas, passando pela
expansão do cinema e da rádio, no inicio do século XX, até à expansão da
televisão no pós-guerra.
Perder o controle da comunicação e da palavra, democratizando-a, sempre incomodou as elites e os poderosos de todos os tempos.
A questão é sempre a mesma. A expansão desses meios de comunicação, ao
mesmo tempo que expandia e democratizava o acesso à informação, tornava-se uma
forma cada vez mais eficaz de manipular essa mesma informação ao serviço de
ideologias antidemocráticas.
O nazismo e o stalinismo foram os exemplos mais gritantes dessa nova
realidade.
Hoje as redes sociais são o meio privilegiado dos novos demagogos, e,
porque não dizê-lo, dos novos fascismos deste inicio de século. Trump e Putin
são os melhores exemplos do poder de manipulação dessas redes sociais.
Mas, tal como aconteceu com a imprensa, o cinema, a rádio ou a
televisão, as redes socias vieram para ficar e não é limitando-as, com um novo
tipo de censura, que se combate o seu lado negro.
As redes sociais são uma ferramenta. O seu conteúdo depende de quem as
usa e do objectivo como é usado.
Manipulação, mentira, falácia, mau-gosto, ignorância, ódio, intolerância
e demagogia também existiram e existem nos outros meios de comunicação.
A diferença é na dimensão e na rapidez da expansão de todas essas
atitudes perversas e perigosas.
A liberdade, a democracia e a verdade não podem recorrer à censura para
evitar os abusos, mas podem combate-los com melhor informação, denunciando e
combatendo, taco a taco, essas perversões.
Este é um combate diário de todos os que abominam a manipulação, a
mentira, a falácia, o mau-gosto, a ignorância, a intolerância e a demagogia.
Esse combate é uma obrigação daqueles que, usando as redes socias no
sentido de divulgar e esclarecer, apresentar vozes diferentes, mostrar outras realidades,
debater de forma ponderada os temas do momento, acreditam que as redes sociais
podem tornar-se, maioritariamente, o grande porta voz da democracia e da
liberdade.
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