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quarta-feira, 11 de abril de 2018

REDES SOCIAIS : Entre a manipulação e democracia.



O papel das redes sociais na divulgação de mentiras e na promoção do ódio e da ignorância tem sido um dos mais vivos temas de discussão.

O debate não é muito diferente daquele que, desde o século XIX, de faz sobre a massificação da comunicação social, desde a expansão do jornalismo no século XIX por obra das grandes inovações das técnica tipográficas, passando pela expansão do cinema e da rádio, no inicio do século XX, até à expansão da televisão no pós-guerra.

Perder o controle da comunicação e da palavra, democratizando-a, sempre incomodou as elites e os poderosos de todos os tempos.

A questão é sempre a mesma. A expansão desses meios de comunicação, ao mesmo tempo que expandia e democratizava o acesso à informação, tornava-se uma forma cada vez mais eficaz de manipular essa mesma informação ao serviço de ideologias antidemocráticas.

O nazismo e o stalinismo foram os exemplos mais gritantes dessa nova realidade.

Hoje as redes sociais são o meio privilegiado dos novos demagogos, e, porque não dizê-lo, dos novos fascismos deste inicio de século. Trump e Putin são os melhores exemplos do poder de manipulação dessas redes sociais.

Mas, tal como aconteceu com a imprensa, o cinema, a rádio ou a televisão, as redes socias vieram para ficar e não é limitando-as, com um novo tipo de censura, que se combate o seu lado negro.

As redes sociais são uma ferramenta. O seu conteúdo depende de quem as usa e do objectivo como é usado.

Manipulação, mentira, falácia, mau-gosto, ignorância, ódio,  intolerância e demagogia também existiram e existem nos outros meios de comunicação.

A diferença é na dimensão e na rapidez da expansão de todas essas atitudes perversas e perigosas.

A liberdade, a democracia e a verdade não podem recorrer à censura para evitar os abusos, mas podem combate-los com melhor informação, denunciando e combatendo, taco a taco, essas perversões.

Este é um combate diário de todos os que abominam a manipulação, a mentira, a falácia, o mau-gosto, a ignorância, a intolerância e a demagogia.

Esse combate é uma obrigação daqueles que, usando as redes socias no sentido de divulgar e esclarecer, apresentar vozes diferentes, mostrar outras realidades, debater de forma ponderada os temas do momento, acreditam que as redes sociais podem tornar-se, maioritariamente, o grande porta voz da democracia e da liberdade.

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