Hoje é o Dia Mundial da Poesia.
Um dia depois de chorarmos a morte do último rinoceronte branco, símbolo
de uma humanidade incapaz de preservar um planeta perdido para consumos egoístas,
ainda há espaço para celebrar a poesia?
Quando se repetem imagens de atentados no Afeganistão, de crianças
mortas na Síria, de perseguições à liberdade, de vidas indignas, ainda há
espaço para celebrar a poesia?
Num mundo governado por nomes sem rima como Putin ou Trump, Erdogan ou
Orban, Maduro ou Temer, pergunto-me se ainda há espaço para celebrar a poesia?
Numa Europa que rima com cifrão e corrupção, ainda há espaço para celebrar a poesia?
Talvez, se procurarmos a rima pela nossa janela e o verso pelos nossos
sonhos.
Sim, ainda há espaço para celebrar a poesia, o último grau de esperança
para reencontrar a nossa humanidade
perdida.
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