Foi o "ocidente" que "criou" Putin.
Em muitos aspectos, a ascensão de Putin tem paralelo com a ascensão de Hitler
nos anos 30.
Claro que os tempos são diferentes, a retórica é diferente e,
felizmente, Putin não é (ainda?!!!) um “novo Hitler”.
Mas os erros cometidos pelo “ocidente” com a Rússia pós-soviética foram
muito semelhantes com os erro cometidos pelos aliados vencedores da
primeira-guerra em relação à Alemanha.
Os “aliados” humilharam a Alemanha com o tratado de Versalhes. O “ocidente”
humilhou da mesma maneira a Rússia derrotada na “Guerra Fria”.
A forma como o “ocidente” expandiu a NATO para as fronteiras da Rússia
e como apoiou todos os movimentos de autonomia para criação de Estados falhados
(como a Bielorrússia, a Geórgia, o Cazaquistão, a Moldávia ou a Ucrânia, entre
outros) à custa da desagregação da Rússia, contribuiu para a humilhação dos
russos. Curiosamente os argumentos usados pelo “ocidente” a favor dessas
independências contra-natura, tanto no caso Russo, como no caso da Jugoslávia,
parece que já nãos servem a esse mesmo “ocidente” nos casos da Catalunha, da
Flandres ou da Escócia (embora as opiniões tenham vindo a mudar neste último
caso, mas agora porque querem humilhar a
Grã-Bretanha do Brexit…).
Também a forma como o ”ocidente” pactuou com o descalabro económico da
Rússia pós-soviética, negociando com os oligarcas e as máfias que se expandiram
à custa da corrupção e do descalabro social e económico desse país, em muito contribuíram
para desacreditar o “modelo ocidental”.
Curiosamente os políticos e empresários ocidentais nunca se
interrogaram sobre a origem desses oligarcas e das suas fortunas, a maior parte
deles, curiosamente, antigos responsáveis pelo aparelho de estado soviético,
agora convertidos ao capitalismo selvagem.
Com o desemprego e a pobreza a expandirem-se rapidamente pela Rússia,
chegando mesmo a assistir-se a um fenómeno raro na transição do século XX para
o século XXI, como o drástico retrocesso na esperança média de vida nesse país,
era óbvio que, tal como aconteceu na Alemanha pós-primeira guerra, o caminho
estava aberto para o aparecimento de um “salvador”.
Que essa “salvador” seja, por agora, Putin, até é uma sorte para o “ocidente”.
Hoje, mesmo com fraudes pontuais, é obvio que Putin tem o apoio da
maior parte dos russos que, mesmo repudiando o comunismo e a era soviética, já
colocam Estaline num pedestal, sendo até muito mais popular que Lenine ou
Gorbachev.
Até no caso da anexação da Crimeia e da participação da guerra da Síria
podemos ver, pesem as diferenças, semelhanças com a história da ascensão de
Hitler ao poder.
Na Crimeia podemos ver semelhanças com a crise dos Sudetas, quando
Hitler ocupou parte da Checoslováquia dominada por populações de origem alemã.
Na Síria “repete-se” a situação da Guerra Civil espanhola, usada pelos
nazis para ensaiar novo tipo de armas, tal como acontece hoje na Síria como os
russos.
Recorrendo à humilhação , à corrupção e até à manipulação informativa (
tal como repetem hoje em relação à Grã-Bretanha do Brexit) os políticos ocidentais
parece que desconhecem a história do continente
e da civilização que dizem defender, chocando os “ovos das serpentes”
que um dia, se não arrepiarem caminho, nos podem “devorar” a todos!
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