Objectivo: levar a minha filha e uma amiga dela ao primeiro grande festival da vida dela e ir ver ao Arcade Fire..
Cheguei no início da última tarde de festival (Sábado 9 de Julho).
Uma segurança competente, sem ser agressiva logo à entrada, deixava-nos
mais à vontade (nos dias que correm este é um bom postal de visitas para este
tipo de eventos…).
Depois de entrar foi começar a tomar o pulso ao ambiente.
Aí até ao inicio da noite a minha sensação é que eu era o mais velho
naquele recinto (parecia-me que só ultrapassado pelo Jimmy Page, que tinha aí
estado dois dias antes!!!).
Aqui há uma maior proximidade entre todos os espaços do que aquela que
existe no Rock in Rio, única comparação que podia fazer, sem que o som dos
palcos se sobrepusesse em demasia. Era possível atravessar os espaços ouvindo o
que se passava em cada palco, como uma espécie de “banda sonora” de fundo.
Primeira paragem num palco em forma de pequeno coreto onde actuavam
grupos menos conhecidos.
Assisti algum tempo à actuação dos Savanna, grupo lisboeta, no “Raw
Coreto By G-Star Raw”, com um público pequeno mas rendido ao folk – rock do
grupo (aproveitando alguns para, ao mesmo tempo que os ouviam, disputar uma
partida de matraquilhos nos vários “tabuleiros” existentes numa lateral dessa
espaço).
Às 17 e 50 a minha “estreia” no Palco Heineken”, talvez o mais
importante a seguir ao palco principal para ver a actuação de “Little Scream” a
primeira grande surpresa do dia, cantora norte-americana a viver em Montreal
(Canadá), e a surpresa de aparecer par a
acompanhar num tema um dos elementos dos Arcade Fire, grupo da mesma cidade, o
baixista Richard Perry, aparição que se explica pelo facto de este ter sido o produtor do primeiro álbum
dessa grupo prometedor, “The Golden Recoird”. Vão ouvir falar no futuro em
Little Scream.
Uma das coisas que me fui apercebendo foi o cumprimento rigoroso do
horário programado para os vários espectáculos.
Depois do fim da actuação daquele grupo, aproveitei o intervalo para ir
dar uma volta ao palco principal, para ver com era, percorrendo-o todo à volta,
na mesma altura em que actuavam os portugueses AGIR. Não são a minha onda, nas
notava-se o seu profissionalismo e a forma como agarraram o público, nem todo
constituídos pelos fãs do grupo.
Regressei ao Palco Heineken para ver a actuação de um grupo que me
tinham recomendado, os Calexico, e não sai defraudado. Grupo norte-americano de
Tucson (Arizona), tocam uma mistura de
ritmos latinos com rock/blues, com instrumentos variados, bastante interessante,
a fazer lembra os “Los Lobos”, embora originais e diferentes.
Chegado ao fim da sua actuação, mais uma volta por outros recinto do
festival, como o recinto EDP, onde se reproduziam vários edifícios portugueses,
com várias actividades, entre as quais uma casa de fado ao vivo . Frente às
fachadas, uma fila de caixotes do lixo decorados numa original intervenção
artística (ver AQUI).
Hora de “jantar” (uma sandes e uma bebida). Aqui deparei-me com o
primeiro reparo. Foi difícil encontra um sítio onde se vendessem bebidas não
alcoólicas, um dos problemas deste tipo de festivais, em grande parte dominado
pelo marketing das grandes marcas de cervejas.
Aproximava-se a noite, e, depois de uma tarde calma, onde se podia
andar à vontade, o recinto começava a encher-se, e as deslocações entre espaços
começavam a ser feitas mais lentamente.Desloquei-me então para a última maratona do dia, o palco principal. Consegui chegar-me bem à frente, mas vi-me rodeado de espanhóis e ingleses, muito mais altos do que eu, bem bebidos e tinha alguma dificuldade em ver o palco, mas arrisquei ficar por ali, pois sente-se melhor o ambiente.
Aqueceram o palco para o espectáculo da noite os Band of Horses, grupo
que não conhecia, mas era muito popular entre o pessoal à minha volta, mas que não
me encheu as medidas (defeito talvez de quem ouve muito rock and rol desde os
anos 60 e que já se surpreende com pouco).
Finalmente os Arcade Fire. Quase ao mesmo tempo, um problema com uma
das máquinas fotográficas que levava comigo, exactamente aquela que tinha o
zoom melhor, ficando impedido de tirar fotografias de jeito (o problema era
simples mas só o consegui resolver mais tarde, com luz…).No meio da confusão, entalado entre espanhóis e ingleses com o dobro do meu tamanho, ainda consegui gravar este pequeno trecho de um dos momentos altos dos Arcade Fire, o tema Keep the car Running.
Inicialmente tive alguma dificuldade em fixar o palco, entre braços e
cabeças.
Ainda perdi o tampo da máquina, recuperado com muita dificuldade entre
pés que pulavam e se agitavam constantemente.
Voltando aos Arcade Fire, foi mesmo um grande momento, um dos melhores
espectáculos de sempre, um momento de grande festa.
Tocaram todos os seus temas mais antigos, os melhores da sua carreira
e, pelo que constou, os Caleexico ainda os acompanharam num tema. Tocaram
também Nirvana e Sex Pistols.
Após quase duas horas de actuação (eu estava ali há umas três…nunca
pensei aguentar tanto tempo de pé!!!), muita gente a sair e a grande confusão.
Percorri vários metros sem ver mais nada a não a gente à minha volta e, depois
de, por pouco tempo, ter encontrado uma clareira, num sítio combinado com a
minha filha, fiz a asneira da noite, tentar ir à casa de banho…pela primeira
vez na minha vida vivi um momento de pânico…multidões em várias direcções,
empurrando-se, tentavam chegar ao WC. Salvo e aliviado, voltei para uma zona
mais recuada do palco principal, preparando-me para sair, mas aproveitando para
ver ainda uma parte da actuação dos franceses M83, uma boa surpresa, melhores em palco até do que
aquilo eu já conhecia deles (a banda sonoro da série Versalhes e do filme
Intersteller, entre outras).
Ainda ouvi o tema “Midnight City”. A voz de Mi Lan é de outro mundo.Tive pena de não ver mais, mas era necessário evita a confusão da saída, se bem que a confusão já fosse muita, até porque a saída era mais longa que a entrada, já que tinham fechado o túnel de acesso da estação de comboios, por razões de segurança, e tivemos de percorrer dois viadutos, cerca de dois quilómetros, até ao outro lado da rua.
Ainda ouvi o tema “Midnight City”. A voz de Mi Lan é de outro mundo.Tive pena de não ver mais, mas era necessário evita a confusão da saída, se bem que a confusão já fosse muita, até porque a saída era mais longa que a entrada, já que tinham fechado o túnel de acesso da estação de comboios, por razões de segurança, e tivemos de percorrer dois viadutos, cerca de dois quilómetros, até ao outro lado da rua.
No geral, valeu a pena, pela qualidade dos espectáculos e pelo
ambiente, para mim muito melhor e mais inovador que o Rock in Rio…Para o ano há
mais!!
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