O Presidente do Parlamento Europeia, Martin Schulz, denunciou ontem, em poucas palavras, o que vai mal na União Europeia (ver AQUI):
"Os governos pedem agora às gerações dos pais, impostos mais altos, salários mais baixos, mais horas de trabalho, menos feriados, menos serviços [públicos]...
"E para quê?...
"Para salvar bancos!
"...e os filhos deles estão desempregados!
"A União Europeia era uma promessa, uma promessa de mais segurança, de maior estabilidade, de mais oportunidade e, na realidade, muitas vezes é uma promessa, mas essa promessa não é cumprida".
Estas palavras foram proferidas em Roma, por ocasião da entrega do Prémio Carlos Magno ao Papa Francisco, pelo seu apelo a uma unificação pacífica da Europa.
Estavam presentes o Presidente do Conselho Europeu e o Presidente da Comissão Europeia, tendo este último criticado igualmente os governos que vivem o sonho europeu "em tempo parcial".
Estas palavras, vindas do único político europeu com legitimidade, o presidente do Parlamento Europeu, única instituição eleita democráticamente na União Europeia, têm de ter consequências.
Ou Martim Schultz exige um debate urgente no Parlamento Europeu sobre as questões levantadas, exigindo à intituições não democráticas da Europa (Comissão, Conselho, Eurogrupo, BCE...) que mudem de rumo em relação às políticas de austeridade, ou demite-se pela impossibilidade de cumprir o que defende...
Até lá, o Papa Francisco continua a bater-se, isoladamente entre os lideres europeus, mas com o apoio dos cidadãos da Europa, pelo espírito solidário que está na gênese do projecto europeu...
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