Pesquisar neste blogue

terça-feira, 25 de março de 2014

O crescimento da extrema-direita europeia: "Eles andam aí..."

A subida espectacular da extrema-direita nas eleições municipais francesas é apenas mais uma etapa na crescente influência eleitoral dessa corrente política, um pouco por toda a Europa, da Ucrânia à Grécia, da Holanda à Suécia..

Dada a falência generalizada do projecto europeu e da democracia, incapazes de garantirem a continuidade de um mínimo de qualidade de vida a muitos dos seus  cidadãos, incapazes de combaterem o desemprego jovem, desistindo da defesa  dos direitos sociais, reduzindo a democracia a uma mera formalidade, entregando-se ao ditames da alta finança, aumentando as desigualdades sociais, destruindo a classe média, não é de admirar que a demagogia extremista vá fazendo o seu caminho.

Quando a própria União Europeia sustenta instituições não-democráticas, como a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu ou o Eurogrupo,  com poderes que se sobrepõem aos parlamentos eleitos e à vontade dos cidadãos, sem qualquer controle democrática, tomando decisões ditadas pelo poder financeiro, é a credibilidade democrática que sai enfraquecida.

A direita, para se manter no poder, integra muitos dos princípios e dos valores dessa extrema-direita, apadrinhando leis xenófobas e anti-sociais, responsabilizando-se por uma política “austeritária” que aumenta o desemprego, precariza o trabalho, retira direitos socias, desvaloriza os salários, empobrece os cidadãos, vulgarizando assim o ideário sócio-politico dessa extrema direita e tornando-a “respeitável”.

A esquerda, principalmente a social-democrata, também tem responsabilidades acrescidas no crescimento da extrema direita, pela forma como se tem entregue nos braços do ideal neo-liberal, incapaz de se apresentar com um projecto em defesa dos direitos sociais e de afrontar os interesses do sector financeiro, deixando-se corromper por este.

Não é assim de admirar que a democracia se corrompa, levando ao crescimento de tendência políticas antidemocráticas, mas que se sabem servir da própria democracia para atingirem os seus fins.

Os resultados eleitorais da extrema-direita em França, e que se irão repetir um pouco por toda a Europa nas próximas eleições para o parlamento europeu são apenas um pequeno aviso da tempestade que se aproxima, semeada pelos ventos da austeridade imposta pela Comissão Europeia aos cidadãos deste velho continente.

A propósito deste tema, divulgamos em baixo um muito interessante artigo de opinião publicado ontem no blogue "A Face Oculta da Terra":


A FACE OCULTA DA TERRA: Eles andam aí...: Os resultados de Marine Le Pen, na primeira volta das eleições municipais em França, não devem espantar-nos. 

1 comentário:

Anónimo disse...

Sinto bem na pele...com familiares da ex URSS...a quem é negado o direito de cidadania....uma sogra da Ucrania..esposa da Moldavia...sogro da Russia..finalmente com filho portugues.Uma amalgama de cidadanias perdidas no tempo...que fazem historia.