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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AS PALAVRAS QUE NÃO VOS DIREI, mesmo se o mundo acabar amanhã

“Dizem” que o mundo acaba amanhã. Por via das dúvidas, alguns “especialistas” aventam a hipótese dos cálculos estarem errados e, afinal, o mundo só “acabar” no dia 23.
O mundo um dia vai mesmo acabar, e para todos nós está “escrito” o dia em que isso vai acontecer.
Não sei  o que é preferível, se saber a data do fim do nosso mundo com antecedência, ou se é melhor ele acabar-nos  de repente, quase sem darmos por nada.
Já me deparei com a primeira das  hipóteses e devo dizer-vos que, pelo menos fiquei com tempo para arrumar algumas coisas e despedir-me atempadamente de outras, apesar da angústia provocada. Felizmente as coisas correrem bem e voltei a viver a incerteza do dia seguinte.
Mas se o mundo acabasse mesmo amanhã, sem hipótese de fuga a esse destino trágico?
Desafio-vos a pensar qual seria o vosso último gesto, a vossa última palavra, aquilo que não podiam guardar só para vocês.
Pensando nisso vêem-me à memória as pessoas a quem eu gostava de dizer aquilo que silencio, por pudor, por respeito, por não querer destruir nada, as palavras que nunca lhes direi e que vou continuar a guardar dentro de mim, à espera de uma oportunidade em que, sem a pressão da pressa do momento, as possa dizer, ou então esquecê-las para sempre.
Ainda bem que o mundo, de facto, não acaba já amanhã, adiando os dilemas, que até podem deixar de o ser com o correr do tempo. Ainda bem também que o mundo não acaba já amanhã porque quero continuar a ver a luz do dia, sentir o vento na face, cheirar a maresia e afagar as palavras ditas e ouvidas, mantendo os segredos eternos.
São essas as palavras que nunca vos direi…

2 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Estou contigo, amigo Venerando.
Também não acredito na treta dos Maias mas, ainda assim, gostei de ler as tuas palavras tão lucidamente sentidas.
E se, por um cataclismo tremendo, o mundo acabar amanhã, ainda bem que tenho tempo pata te dizer HOJE que gostei muito de te conhecer, de ter trabalhado contigo, de ter aprendido contigo, de ter sido teu amigo, pois és um dos "HOMENS BONS",- verdadeiramente bons! - que conheci. Obrigado por tudo o que me deste!
E aqui te deixo um abraço fraterno, na Amizade que nenhum cataclismo pode destruir!

Venerando António Aspra de Matos disse...

Obrigado amigo e retribuo-te as boas palavras que me escreveste.
Um bom Natal.