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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

2009 ao contrário ...

E se o mundo rodasse ao contrário?
E se este ano de 2009, pré-anunciado como um ano terrível pelos costumeiros profetas da desgraça, trocasse as voltas a todos e apenas fosse um ano normal como tantos outros?
A fazer fé nos tais profetas – comentadores, economistas, politólogos, políticos profissionais – até é muito provável que este venha a ser o melhor ano de sempre, tendo em conta que nos últimos anos tais “inteligências” ainda não acertaram uma.
Quem não se lembra do que a maior parte desses comentadores, economistas, politólogos e políticos profissionais disseram quando os neo-conservadores chegaram ao poder nos Estados Unidos e se lançaram na guerra do Iraque? : Que, derrubando Saddan, a democracia e a liberdade se espalhariam como azeite pelo Médio-Oriente, quiçá pelo mundo; que o mundo seria mais seguro…patáti, patátá …… E o resultado está à vista.
Depressa tais profetas, sem pestanejar, passaram para outras profecias.
Com a chegada do Sócrates, agora é que o país ía efectuar as reformas necessárias, chegaríamos rápidamente ao nível de vida nórdico, os “interesses instalados”, os “privilegiados” e as “corporações” que se cuidassem, que vinha aí o paraíso do deficit controlado, da expansão do mercado, do emagrecimento do Estado.
Ah! Convém dizer que, referindo-se aos “interesses instalados”, aos “privilegiados” e às “corporações”, não se referiam, como se podia pensar, aos reformados da política ou da gestão pública (Caixa Geral de Depósitos e Banco de Portugal), com rendimentos chorudos, à influência de poderosas corporações financeiras, aos negócios entre empresas públicas e privadas, nomeadamente as ligadas à construção civil, aos cargos distribuídos entre os partidários do centrão, às assessorias das grandes empresas de advogados, ao poder de fundações, associações empresariais e organizações semi-secretas (Opus Dei e Maçonaria). Não. Afinal os tais “interesses instalados”, os tais “privilegiados”, as tais “corporações” eram … os funcionários públicos, os professores, os médicos, os sindicatos, as organizações não governamentais, e agora até parece que já é privilégio o simples facto de se ter emprego…
Veio a crise, que apanhou de surpresa gente tão inteligente, e o paraíso anunciado esboroou-se mais uma vez.
E já agora, quem não se lembra de tão ilustres comentadores, economistas, politólogos e profissionais da política, ainda não há mais de seis meses, jurarem a pés juntos que o petróleo nunca mais voltaria a custar menos de …. cem dólares por barril?!. E aproveitaram logo a ocasião para voltar a desenterrar o Nuclear ou questionar as opções em defesa do nosso património natural e cultural, defendendo mais barragens a todo o custo.
Agora, mais uma vez, esquecidas as profecias, o seu grande combate é o anúncio de um ano de 2009 desgraçado. Até pode ser que desta vez acertem, mas tenho esperança que mais uma vez o resto da humanidade lhes dê a volta, até porque a memória é curta e rápidamente surgirão outras ocasiões para se ocuparem com as balelas do costume, um ganha-pão tão legítimo como outro qualquer …

1 comentário:

Unknown disse...

Segundo o nosso Primeiro Ministro, os portugueses irão ter mais poder de compra este ano, aliás, opinião confirmada já pelo Presidente do Banco de Portugal... Não sei se será ou não verdade, mas o que é verdade, é que ambos pertencem ao mesmo partido... E nenhum deles, fala em capacidade de poupança...
Afinal onde está o sobre-endividamento?

Noutros continentes, mais concretamente na Faixa de Gaza, não há qualquer crise humanitária, e a que há, resolve-se com três horas sem tiros... E a cólera do Zimbábue, afinal é uma invenção dos países ocidentais...

Talvez tenhas razão, não há crise nenhuma! Isso tudo, não passa de uma invenção de alguns Maddofs, outros tantos Bushs e Bin Ladens, e ainda outros que tais... :-)