Semanas antes de Putin ter invadido a Ucrânia com o seu exército, a Amnistia Internacional acusava Israel de crimes de guerra contra os Palestinianos.
Dias depois, descobriam-se crimes de guerra das tropas russas contra
ucranianos, denunciados por várias organizações, entre elas a Amnistia
Internacional.
No início da invasão, Israel surgia como “interlocutor” de Putin para
as “negociações”, mas Lavrov, com a sua desastrada declaração sobre as “origens
judaicas” de Hitler, ia estragando o clima de “boas relações”.
Putin, ignorando os crimes que o seu exército tem vindo a cometer na
Ucrânia e recusando-se a, no mínimo, um “pedido de desculpas” aos ucranianos,
apressou-se a fazer um raro pedido de desculpas ao Estado de Israel, e a tensão
entre os dois governo, o israelita e o russo, parece ter abrandado.
No famoso e teatral desfile da “vitória”, lá estava na tribuna de honra,
um bem visível representante da comunidade judaica, não sei se da Rússia, se representante do Estado de Israel.
Pode parecer estranho esta “proximidade” entre os dois Estados nesta altura.
Agora ficámos a perceber (mais uma vez) a razão de tanta “proximidade”.
Os métodos de tratamento de palestinianos pelo Estado de Israel e os
métodos de tratamento dos ucranianos pelo exército russo, não são assim tão
diferentes.
Ambos usam argumentos parecidos, a “desnaziificação” e o combate ao “antissemitismo”,
para perseguirem e matarem, respectivamente, ucranianos e palestinianos.
Claro que os Palestinianos, como os Ucranianos também têm as “suas
culpas no cartório”, a Palestina tem os terroristas do Hamas e os ucranianos os
terroristas do Batalhão Azov.
Mas a forma como foi barbaramente executada a jornalista palestiniana
do AlJazeera Shiren Abu Akleh pelo exército israelita, bem como a tentativa de
acusar os palestinianos e tentar desacreditar o testemunho de outros jornalistas,
lembra o método usado por Putin para desacreditar os testemunhos dos crimes de
guerra russos na Ucrânia.
Não se pense que a forma como a jornalista foi abatida é caso isolado
na Palestina, às mãos de Israel. O número de jornalistas palestinianos mortos
pelos israelitas já ultrapassa os vinte.
É caso para dizer: Palestinianos e Ucranianos, a mesma luta; Putin e o
Estado de Israel…os mesmos métodos!
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