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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

COVID-19 – Outra Maneira de Olhar para os Números (19ª artigo)- evolução mensal (entre 30 de Agosto e 30 de Setembro de 2020).


Voltamos hoje à divulgação de dados sobre a evolução mensal do Covid-19 no mundo, ao longo do mês de Setembro, comparando os dados divulgados pela OMS e registados em 30 de Agosto último, com os de 30 de Setembro passado.

 Tal com anteriormente, continuamos a ter por base o registo de dados de um grupo de 35 de países.

 (Podem clicar AQUI para poderem consultar os 18 post’s anteriores).

 Começamos, como é habitual, pela lista do número de mortos registados até à data de hoje, embora os dados possam ter um atraso de um ou dois dias:

 TOTAL DE MORTOS POR COVID-19 em todo o MUNDO – 1 003 497.

 Estados Unidos – 203 875;

Brasil – 142 058;

Índia – 97 497;

Reino Unido – 42 001;

Itália – 35 851;

França – 31 608;

Espanha – 31 232;

Irão – 25 986;

Rússia – 20 545;

África do Sul – 16 586;

Bélgica – 9 987;

Alemanha – 9 471;

Canadá – 9 278;

Turquia – 8 062;

Holanda – 6 371;

Suécia – 5 880;

 MÉDIA MUNDIAL POR PAÍS – 5 146 (4 299 no mês anterior); 

 China – 4 746 (pela 1ª vez abaixo da média mundial;

 PORTUGAL – 1957 (1 815 há um mês);

 Irlanda – 1 802;

Suíça – 1 779;

Japão – 1 564;

Israel – 1 446;

Austrália – 882 (subiu 2 lugares);

Áustria –  796;

Dinamarca – 649;

República Checa – 618;

Coreia do Sul – 413 (subiu um lugar);

Grécia – 383 (subiu 2 lugares);

Palestina – 366 (subiu 2 lugares);

Finlândia – 345;

Noruega – 274;

Angola – 176;

Cuba – 122;

Nova Zelândia – 25;

Islândia – 10.

Em relação ao mês anterior, registaram-se as alterações no trágico “ranking” da mortalidade assinalados a vermelho, registando-se também, pela positiva, o caso da China que, pela primeira vez, passou a ficar abaixo da média mundial. Portugal manteve a sua posição neste grupo de 35 países.

 Apenas 1 países não registou óbitos ao longo do mês de Setembro, a Islândia, situação que se mantem desde Julho.

O número acumulado de mortos não nos permite, só por si, observar o ritmo de crescimento da mortalidade.

Em baixo registamos o crescimento percentual de mortes registadas ao longo deste mês, podendo observar os países onde esse crescimento é maior, mais rápido e mais preocupantes e aqueles que registam um maior abrandamento (entre parênteses, velocidade de crescimento no anterior mês de Agosto).

 Situação “descontrolada”

(crescimento mensal da mortalidade acima dos 50%):

 Palestina –  123,10 (102,4) (subiu um lugar);

Angola – 66, 03 (não tinha dados anteriormente)

Israel – 63,38 (85,53) ;

Índia – 53, 34 (81,51) (subiu 1 lugares);

 

Velocidade de crescimento “preocupante”

(entre 20% e 50%):

 República Checa – 47,49 (12,33) (subiu um patamar);

Austrália – 47 (240,90) (desceu um patamar);

Grécia- 43,87 (27,58);

Cuba -29,78 (8,04) (subiu 2 patamares).

Turquia- 29,09 (10,62) (subiu um patamar);

Coreia do Sul –27,86 (7,66) (subiu 2 patamares);

Japão – 23,73 (25,89);

Irão – 21,68 (32,27);

África do Sul – 20,68 (83,31) (desceu um patamar);

Rússia – 20,67 (24,51);

 

Evolução “lenta”, mas ainda perigosa

(entre 10 e 20%):

 “Velocidade” média MUNDIAL –19,69 (26,78%);

 Brasil –  18,87 (34,97) (desceu um patamar);

Estados Unidos – 12,83 (21,56) (desceu um patamar);

Nova Zelândia – 12 (0) (subiu dois patamares);

 

Ritmo aceitável, mas ainda não controlado (crescimento entre 5 e 10%):

 

PORTUGAL – 7,82 (5,40);

 

Áustria – 7,77 (2,80) (subiu um patamar);

Espanha- 7,65 (2,02) (subiu um patamar);

 

A caminho da “extinção” (abaixo de 5%):

 Dinamarca – 4,00 (1,79);

Noruega – 3,78 (3,52);

França – 3,76 (1,17);

Suíça –3,10 ( 1,29);

Finlândia – 2,90 (1,82);

Holanda – 2,57 (1,07);

Alemanha – 1,95 (1,76);

Canadá- 1,86 (2,19);

Irlanda –1,37 ( 0,73);

Reino Unido – 1,24 ( (-) 9,57);

Itália – 1,06 (0,99);

Bélgica – 1,02 (0,53);

Suécia – 1,01 (2,08);

China – 0,38 (1,35);

Islândia – 0 (0);

 A mortalidade a nível mundial continua preocupante, mas, apesar de ter ultrapassado o número de 1 milhão, conheceu uma descida média do ritmo de crescimento.

Contudo, foram muitos os países que viram a sua situação a piorar, registando acelerações significativas.

A vermelho registámos os países com pioria mais significativa.

Pelo contrário, a verde registámos os países com evolução positiva, embora alguns deles não sejam transparentes na divulgação dos números.

Portugal mantem-se no mesmo patamar, mas desceu um lugar.

 Por sua vez o crescimento de infectados, embora também tenha decrescido de velocidade, na média mundial, continua a crescer mais rapidamente do que a mortalidade.

 Embora consideremos o registo dos infectados muito falível, ele é, contudo, considerada, com pouco rigor científico, o principal índice para avaliar a posição de cada um dos países nas “listas negras” elaboradas por alguns países.

 Assim, registamos aqui o ritmo de crescimento percentual ao longo deste último mês do número de infectados, em relação ao total registado no mês anterior (entre parêntesis, a velocidade de propagação registada no mês anterior):

 

Crescimento Descontrolado

(crescimento mensal de infectados acima dos 50%):

 República Checa- 177,08 (50,49) (subiu 9 lugares);

Israel – 106,41 (72,07); (subiu 3  lugares);

França – 106,19 (46,10) (subiu de patamar e 9 lugares);

Angola – 94,13 (sem dados comparativos).

Grécia- 80,68 (129,18);

Índia – 75,76 (123,68);

Palestina – 75,67 (104,67);

Holanda- 65,67 (29,39) (subiu de patamar e 8 lugares);

Áustria – 63,97 (29,40) (subiu de patamar e 7 lugares);

Espanha- 63,10 (56,54);

Dinamarca -62,10 (23,00) (subiu de patamar e 9 lugares);

 

Crescimento Preocupante

(entre 20 e 50% num mês):

 Cuba- 40,91 (51,66) (desce de patamar);

Bélgica –  37,44 (25,97);

 

Ritmo de crescimento Mundial – 34,72 (47,96);

 

Reino Unido – 32,37 (9,33) (subiu 2 patamares);

Noruega – 29,92 (15,45) (subiu de patamar);

 

PORTUGAL – 29,70 (13,21) (subiu um patamar);

 

Suíça- 27,37 (19,46) (subiu de patamar);

Islândia – 27,29 (12,65) (subiu um patamar);

Brasil – 24,72 (53,22) (desce de patamar);

Irlanda – 23,79 (10,22) (subiu um patamar);

Japão- 23,40 (103,52) (desce de patamar);

Irão- 22,00 (25,49);

Canadá – 21,44 (10,75) (subiu um patamar);

Finlândia- 21,03 (8,62) (subiu 2 patamares);

Coreia do Sul – 20,87 (38,05);

Estados Unidos – 20,86 (35,44);

 

Crescimento ainda não controlado

(entre os 10 e os 20%)

 Alemanha – 19,26 (16,45);

Turquia – 18,95 (16,46);

Rússia – 18,51 (18,86);

Itália – 17,31 (7,67) (subiu um patamar);

Em desaceleração

(entre os 5 e os 10%):

 África do Sul – 8,31 (31,62) (desceu dois patamares);

Suécia- 8,29 (5,61);

Nova Zelândia – 7,40 (13,88) (desceu de patamar);

Austrália – 5,93 (63,95) (desce três patamares);

 

Praticamente extinto

 (abaixo dos 5%)

 China –0,76 (3,04);

 Portugal acelerou na propagação do Vírus, mas foi acompanhado por mais 15 dos 35 países analisado, alguns com uma progressão muito pior.

É o caso da grave situação vivida pela maior parte dos países que chegaram a ser chamados de “inteligentes” e “fulgrais”, como a República

A China é o único país, entre os analisado, a situar-se no patamar mais optimista.

Existe uma outra forma de observar os dados da mortalidade, a percentagem de falecidos em relação ao total de infectados, que pode ser revelador da melhor ou da pior resposta do Sistema de Saúde de cada país, da melhor ou pior actuação das autoridades, sem esquecer ainda outros factores que podem interferir, como a capacidades imunológicas da população, hábitos, envelhecimento, clima ou genética.

Situação “negativa e trágica”

(mortalidade acima dos 10% dos infectados):

 Itália – 11,51% de mortos em relação ao número de infectados registados;

 

Situação “preocupante”

(entre os 10 e os 5%):

 Reino Unido – 9,56;

França – 6,09;

Bélgica – 8,66;

Suécia – 6,46;

Canadá – 5,97;

Irão – 5,72;

Holanda – 5,56;

China – 5,21;

Irlanda – 5,09; BCG

Espanha – 4,35;

 

Situação “aceitável” (entre 5 e 2,5%) :

 Angola – 3,66;

Finlândia – 3,54;

Suíça -3,38;

Alemanha – 3,29;

Austrália – 3,25;

 

Média MUNDIAL – 3,00 (3,37 no mês anterior);

 

Brasil – 2,99;

Estados Unidos – 2,88;

 

PORTUGAL– 2,64 (3,18 no mês anterior); BCG

 

Turquia – 2,55;

 

Situação “boa” (abaixo de 2,5%):

 África do Sul – 2,46

Dinamarca – 2,39;

Cuba – 2,20;

Grécia – 2,16; BCG

Noruega – 2,00; BCG

Japão – 1,88;

Áustria – 1,80;

Coreia do Sul – 1,78;

Rússia – 1,75;

Nova Zelândia – 1,68;

Índia – 1,56;

República Checa – 0,93 BCG

Palestina – 0,73;

Israel – 0,63;

Islândia – 0,37; BCG

No geral, todos os países revelam melhorias neste gráfico, talvez devido a uma maior eficácia dos testes ou porque o vírus se esteja a tornar menos agressivo.

A excepção é a dos países assinalados a vermelho, mesmo assim apresentando uma taxa de mortalidade inferior à média mundial, que também desceu, com excepção da Austrália.

 Este é um dos quadros que melhor consegue aferir sobre a eficácia na resposta à crise.

 Neste caso é positiva a posição de Portugal, que desceu mesmo três lugares.

Apesar de uma população envelhecida, de ilhas de pobreza, de um sistema de habitação em situação crítica, da tentativa de destruição do Sistema Nacional de Saúde dos tempos da Troika, comparativamente com a situação de países mais ricos e em situação mais favorável, é caso para dizer que, até agora, apesar de tudo, Portugal é um dos países mais resilientes ao efeito da pandemia.

Pensamos que será o resultado deste ranking, quando estiver tudo devidamente contabilizado e ultrapassada a pandemia, que nos vai mostrar a verdadeira dimensão da eficácia da resposta de cada país a esta crise, e Portugal, por enquanto, parece ser um dos que se está a sair melhor na resposta à crise.

Sem mais comentários, fiquem com os dados e tirem as vossas conclusões.

 Voltaremos agora só daqui a um mês, com nova divulgação e análise dos dados.

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