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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Entre o fundamentalismo demagógico e a responsabilidade pessoal.


A fotografia que se reproduz em cima foi tirada durante os treinos do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 no passado Sábado.

Sabe-se que, no geral, as coisas correram bem, em termo do cumprimento das normas importas pela DGS, com a excepção do que se passou em duas bancadas num dos dias de treinos.

Não sou daqueles que, de forma “pidesca”, ando de régua e esquadro a medir as distâncias das pessoas ou a denunciar quem não use a máscara.

Vivemos num país democrático onde prevalece a responsabilidade pessoal e o respeito pelas normas e, pela minha parte, continuo a seguir as recomendações emanadas pela DGS, única instituição credível para as emitir, apesar das hesitações, erros e contradições, normais perante uma epidemia desconhecida, e sobre a qual todos andamos a aprender algo de novo em cada dia que passa.

Só os fanáticos e os ignorantes têm certezas, e por isso é normal os erros e as correcções por parte de uma instituição científica como a DGS.

Não alinho, por isso, nos linchamentos públicos contra a realização de determinados eventos, autorizados pela DGS, obrigados a seguir determinadas normas de preservação de saúde pública.

Até agora, que se saiba, a maior parte das contaminações por Covid-19 têm origem em reuniões familiares que não respeitam o recomendado, em eventos de grupo não autorizados, no não cumprimento das regras recomendadas pela DGS em espaços públicos, no funcionamento estrutural de muitos lares de idosos e nas miseráveis condições de vida e de habitabilidade nos subúrbios das grandes cidades.

Pelo contrário, que se saiba não se registaram focos ou casos significativos relacionados com eventos públicos autorizados e regulamentados pela DGS, como as comemorações do 25 de Abril ou do 1º de Maio, a Festa do Avante ou as cerimónias de Fátima.

Só por pura demagogia ou fanatismo se pode continuar a criticar esses eventos ou a fazer comparações absurdas.

No mesmo sentido, não vimos grande problema quanto à realização do Grande Prémio de Fórmula 1, desde que se cumprissem as recomendações da DGS.

Infelizmente parece que não foi isso que aconteceu em duas bancadas, mostrando que, quando o lucro fala mais alto do que o interesse público, como aconteceu no caso dessas duas bancadas, e pode acontecer nos grandes festivais de musica ou nos estádios de futebol, as coisas correm mal.

Claro que a organização da prova, confrontada com a situação, procurou remediar a situação.

Uma coisa que não tenho dúvida é que entre aqueles espectadores, sem distanciamento social e muitos sem máscara, estão de certeza muitos dos que andaram a encher as redes socias com mensagens de intolerância fanática contra o 1º de Maio e a Festa do Avante.

Ser responsável e seguir as recomendações da DGS é a única arma contra o fanatismo ignorante e demagógico de muitos e para combater o COVID-19.

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