Começo por esclarecer que não sou um fundamentalista, que
anda de régua e esquadro a medir o “distanciamento social” que vê à sua volta, em fotografias e reportagens televisivas, até porque o ângulo das imagens engana e pode dar uma idéia
errada da proximidade.
Aliás, foi isso, infelizmente, que muitos fizeram com a Festa do Avante, fotografando e filmando de perto para fechar o ângulo.
Pessoalmente também acho que é possível reunir alguns
milhares de pessoas em Fátima ,pois o espaço permite um distanciamento social
seguro.
Aliás, já aqui defendi várias vezes que o que se fez no 1º
de Maio e mais recentemente na Festa do Avante, também se podia fazer em Fátima.
Como se provou por aqueles dois eventos, e como se tem visto
agora em Fátima, a organização é rigorosa em garantir o distanciamento e o
risco é mínimo.
Quanto muito a minha dúvida pode residir nas aglomerações que podem acontecer fora dos recintos vigiados e controlados.
O exemplo do 1º de Maio mostrou como é que se podiam
organizar eventos públicos, com centenas ou milhares de pessoas, em segurança e
o modelo tem servido de exemplo, como aconteceu na Festa do Avante, na abertura
progressiva dos estádios de futebol ao público e agora em Fátima.
A mim, o que me espanta é o tratamento diferente que foi
dado por comentadores, por órgão da comunicação social, pelas “vedetas médicas” do costume e pelas redes
socias à Festa do Avante, e agora ao silêncio sobre o que se passa em Fátima.
Não vimos agora um engraçadinho a oferecer viagens em carros funerários aos participantes, ou grupos de "enfermeiros" a fotografarem-se com dizeres contra o evento, ou "comerciantes" em "pânico" com a chegada de "multidões", ou manifestações de automóvel e de partidos políticos à porta das celebrações, tudo devidamente acompanhado com directos das televisões.
Se restavam dúvidas sobre as razões dos organizadores da
Festa do Avante, quando falavam numa campanha orquestrada contra o evento, elas
ficaram desfeitas agora, com a reação sectária e intolerantemente diferenciada
em relação aos dois eventos por parte desses mesmos, a começar , aliás, pelas
própria afirmações do presidente da República em relação aos dois eventos.
Pela nossa parte, consideramos que, pelo menos até agora, é
possível a realização de eventos públicos em segurança, desde que se respeitem
as regras conhecidas: uso de máscara em contacto com outras pessoas que não
sejam da relação habitual, no interior de estabelecimentos públicos e em ruas
movimentadas, lavagem e desinfecção de mãos e superfícies (talvez o mais
importante) e respeitar o distanciamento proposto pela DGS e pelos organizadores
desses evento.
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