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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

…Em Fátima (ou… “onde param agora os crítico da Festa do Avante?”)



Começo por esclarecer que não sou um fundamentalista, que anda de régua e esquadro a medir o “distanciamento social” que vê à sua volta,  em fotografias e reportagens televisivas, até porque o ângulo das imagens engana e  pode dar uma idéia errada da proximidade.

Aliás, foi isso, infelizmente, que muitos fizeram com a Festa do Avante, fotografando e filmando de perto para fechar o ângulo.

Pessoalmente também acho que é possível reunir alguns milhares de pessoas em Fátima ,pois o espaço permite um distanciamento social seguro.

Aliás, já aqui defendi várias vezes que o que se fez no 1º de Maio e mais recentemente na Festa do Avante, também se podia fazer em Fátima.

Como se provou por aqueles dois eventos, e como se tem visto agora em Fátima, a organização é rigorosa em garantir o distanciamento e o risco é mínimo.

Quanto muito a minha dúvida pode residir nas aglomerações que podem acontecer fora dos recintos vigiados e controlados.

O exemplo do 1º de Maio mostrou como é que se podiam organizar eventos públicos, com centenas ou milhares de pessoas, em segurança e o modelo tem servido de exemplo, como aconteceu na Festa do Avante, na abertura progressiva dos estádios de futebol ao público e agora em Fátima.

A mim, o que me espanta é o tratamento diferente que foi dado por comentadores, por órgão da comunicação social, pelas  “vedetas médicas” do costume e pelas redes socias à Festa do Avante, e agora ao silêncio sobre o que se passa em Fátima.

Não vimos agora um engraçadinho a oferecer viagens em carros funerários aos participantes, ou grupos de "enfermeiros" a fotografarem-se com dizeres contra o evento, ou "comerciantes" em "pânico" com a chegada de "multidões", ou manifestações de automóvel e de partidos políticos à porta das celebrações, tudo devidamente acompanhado com directos das televisões.

Se restavam dúvidas sobre as razões dos organizadores da Festa do Avante, quando falavam numa campanha orquestrada contra o evento, elas ficaram desfeitas agora, com a reação sectária e intolerantemente diferenciada em relação aos dois eventos por parte desses mesmos, a começar , aliás, pelas própria afirmações do presidente da República em relação aos dois eventos.

Pela nossa parte, consideramos que, pelo menos até agora, é possível a realização de eventos públicos em segurança, desde que se respeitem as regras conhecidas: uso de máscara em contacto com outras pessoas que não sejam da relação habitual, no interior de estabelecimentos públicos e em ruas movimentadas, lavagem e desinfecção de mãos e superfícies (talvez o mais importante) e respeitar o distanciamento proposto pela DGS e pelos organizadores desses evento.

O resto é a demagogia do costume. 

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