Na novilíngua
neoliberal há um termo bem revelador da tentativa de branqueamento social que
essa ideologia pretende impor.
Trata-se da
substituição da designação de “Trabalhador” pela de “Colaborador”.
“Colaborador” tem
menos peso histórico, social e politico e serve para branquear todos os abusos
económicos do neoliberalismo sobre o mundo do trabalho.
“Colaborador” tem um
peso paternalista que inibe um “colaborador” de exigir melhores condições de
trabalho e de salário.
No fundo “colaborar” com a entidade patronal é quase
um tu cá tu lá com esta entidade e, por isso, um “colaborador” não reivindica
nem exige, limita-se a…colaborar!
No fundo um
“colaborador” está ao nível do “empreendedor” (outro eufemismo neoliberal para
o velho patrão), menos no salário e no poder de decisão.
Um “colaborador” não
deve exigir direitos, apenas …colaborar!
Um "colaborador" não tem limite horário para...colaborar!
Um “colaborador” não
se deve preocupar com o salário, porque o seu privilégio é …colaborar!
Quem sabe se, em
breve, deixamos de ouvir falar em “partidos trabalhistas” e passamos a ouvir
falar em “partidos dos colaboradores”.
Ou talvez o Dia do
Trabalhador se passe a designar…DIA do COLABORADOR!
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