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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Eleições em Espanha: a “esquerda” convenceu…mas vencerá?



As eleições em Espanha deram uma vitória significativa ao PSOE, mas o seu resultado deixa muitas interrogações em aberto em relação ao futuro politico daquele grande país.

De facto o PSOE, que se encontrava em declínio, encontrou um novo fôlego que se deve, em grande parte, ao facto de ter virado à esquerda e  ter afastado os velho barões, muitos deles envolvidos em escândalos de corrupção.

Conseguiu assim travar o avanço do PODEMOS, que foi um dos derrotados da noite, embora se mantenha em condições de participar numa grande coligação de esquerda.

Se o PSOE trair os seus eleitores, aliando-se aos oportunistas do “Ciudadanos”, o PODEMOS pode voltar a recuperar o seu peso perdido.

No total, toda a esquerda (incluindo os pequenos partidos regionalista, com destaque para a Esquerda Republicana da Catalunha que elegeu 15 deputados), tem, no seu conjunto, a maioria absoluta do parlamento espanhol.

À direita o PP foi o grande derrotado, ao optar por uma estratégia de viragem à direita, aproximando-se da extrema direita, de onde, aliás, nasceu como partido.

Aquele que era o tradicional espaço do PP, um partido muito mais direitista do que os nosso partidos da direita, com origem no velho franquismo, envolvido em graves processos de corrupção, fragmentou-se em  três partidos.

 O “novo” Ciudadanos, um partido de oportunistas e neoliberais, foi um dos vencedores da noite.

Outro vencedor foi o partido da extrema direita VOX, mas sem conseguir o que almejava, 70 deputados eleitos, e ficando longe daquilo que muitos vaticinavam, os 30 deputados, ficando-se pelos 24.

A extrema direita espanhola, que até agora se acolitava no seio do PP, consegui agora autonomizar-se, rompendo a excepção ibérica em relação ao avanço dessa tipo de partidos.

(Em Portugal o VOX, que só encontra paralelo no partido do Ventura, encontrou um estranho aliado, o deputado e candidato europeu do CDS Nuno Melo).

Está nas mãos do PSOE a difícil tarefa de conciliar a esquerda, resolver o problema catalão, desmascarar os oportunistas do Ciudadanos, travar o avanço da extrema direita e resolver a difícil situação económica e social que a Espanha enfrenta.

A esquerda convenceu o eleitorado espanhol, que, contrariando outra tendência, ocorreu em massa às urnas de voto (mais de 75% de votantes),mas ainda lhe falta muito para se declarar vencedora.

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