O ano de 2017 foi um ano
bipolar, onde se viveram momentos únicos, com grandes conquistas para Portugal
em vários domínios, mas onde se revelou outra face menos abonatória, como a
tragédia dos incêndios ou a ignóbil situação da Raríssima, só para recordar
dois casos.
Foi também o ano em que, talvez para seguir a moda de Trump, a politica
e o jornalismo se foi fazendo ao sabor da gritaria das redes sociais, revelando
alguma desorientação entre governantes e oposição.
O último caso foi o da aprovação da “lei do financiamento dos partidos”,
que trouxe ao de cima duas faces do pior que existe na politica e na
comunicação social, o secretismo das decisões e a mais pura demagogia dos que a
elas de opuseram.
E, como não podia deixar de ser, o Presidente da República acabou por
tomar a única decisão lógica, que foi a de vetar essa lei, sem contudo se ter
demarcado da onda demagógica que se tem gerado à volta desse facto.
Para mim, parece-me que a lei em si tem aspectos positivos, tendo em vista
fiscalizar melhor as contas dos partidos. O problema foi a forma atabalhoada como
tudo foi decidido.
Os partidos aprovaram a lei quase em segredo, talvez com receio da demagogia
que essa medida ia provocar nas redes sociais, sem coragem para a enfrentar e
denunciar.
Os que não a aprovaram, em especial o CDS, pelo contrário, procuraram navegar e alimentar a onda demagógica que tal
medida provocou.
Todos eles, apoiantes da lei e detractores, têm agora uma oportunidade soberana para emendarem a mão e
explicarem as virtualidades da lei, clarificando e emendando o que de menos
claro ela contem.
A alternativa é o crescimento da demagogia populista anti partido e
antidemocrática à qual o país tem escapado, mas dominante nas redes socias.
É um mau presságio para o inicio do ano.
...mesmo assim, Bom Ano para todos!
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