Os títulos da “Expresso”, ao estilo do “Correio da Manhã”, mas para
gente “culta” e “séria”, já não me espantam.
São a sua imagem de marca de há muitos anos para cá e foram um dos
motivos, como um dia expliquei AQUi, que me levaram a deixar de comprar um
semanário que eu segui desde o seu primeiro número.
Contudo este fim-de-semana foi longe de mais.
Confesso que ao ler este titulo, pensei que o “Expresso” tinha encontrado dezenas ou mesmo centenas de
mortos que não tinham sido declarados, aliás em linha como muitas das “fake news”
que circulam nas “redes sociais” e que, ao que parece, estão na moda e já
servem de “fonte” a esse jornal.
Afinal a discussão anda à volta de …uma (UMA!!!!!) presumível morte de “diferença”.
Que o “Expresso” tenha aderido ao estilo das “feke news” já é grave,
mas que ande a explorar a tragédia de Pedrogão Grande da forma como o fez, raia
já a indignidade e uma grande falta de respeito pelas vítimas dessa tragédia.
Mas o fim-de-semana não se ficou por este caso.
Outros jornal de referência, o jornal Público, enveredou pelo mesmo
estilo, pela forma como, ontem, deu destaque , de uma forma que raia a pura
manipulação, a uma carta, aliás bastante bem escrita e onde se apontam preocupações
legítimas, mas da qual aquele mesmo jornal descontextualiza uma passagem, para
tentar forçar, nessa carta, um ataque à “geringonça”.
No título lê-se: “O Estado Falhou. A Nação não existiu”, com a intensão
que, numa leitura apressada, se lei nas entrelinhas: “A Ministra da
Administração Interna Falhou.A Geringonça não existiu”, porque toda a gente
identifica, neste momento, essa ministra e este governo com o Estado e as suas
falhas.
Depois, para explorar o estilo “Correio da Manhã” de dramatizar situações, acrescenta, “a carta
de uma mãe que perdeu um fillho…”.
Que o Público, outro jornal que compro todos os dias desde o seu
primeiro número, ande a viver um período de desorientação editorial, alinhando
no clima generalizado das “fake news”, já não me admira.
Desde que foi colocado à frente do jornal David Dinis, que ainda recentemente
assinou a meias um artigo com outro jornalista daquele jornal onde, mais de
metade do artigo (sobre o debate do Estado da Nação) dava palavra aos
argumentos da oposição e 1/3 era a transcrição de um comentário “independente”,
publicada no facebook por Poiares Maduro, o autor de discursos de Passos
Coelho, já nada me espanta.
David Dinis foi um dos mais activos comentadores televisivos da
propaganda “troikista” e “alémtroikista”, que, antes de chegar à direcção do
Público, “estagiou” ideologicamente no Observador.
Claro que, por enquanto, o Público ainda é ideologicamente mais
equilibrado que o “Expresso”, mas começam a surgir cada vez sinais mais
preocupantes sobre o futuro deste jornal de referência, com se revela pela
primeira página de ontem.
O estilo “Correio da Manhã” já tinha contaminado os noticiários
televisivos. Não se esperava é que começasse a contaminar alguma imprensa
escrita de referência!!!
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