O governo (ou ex-governo, ou novo ex-governo, ou futuro ex-governo, ou
ex-ex-governo????...) foi à missa e ouviu fartos aplausos.
Tudo aconteceu na cerimónia de homenagem ao novo cardeal de Lisboa.
A mim, que não sou crente, faz-me confusão manifestações destas em
cerimónias deste tipo, tanto mais que conheço e admiro o homenageado, pouco
dado ao folclore da política.
Por isso tudo essa manifestação pareceu-me orquestrada pelo bem oleado
sector de agitprop deste governo, que tem na comunicação social, na maioria dos
comentadores e nalgumas elites políticas os seus mais fies serventuários.
Ora o homenageado era a D. Manuel Clemente e não o primeiro-ministro ou
ao presidente da República.
Manifestações como aquela são tudo menos espontâneas e implicam uma
programação bem organizada.
D. Manuel Clemente não merecia tamanha falta de respeito.
A única compensação disto tudo foi o facto de o homenageado ter
conseguido uma ovação bem maior do que as outras duas tristes figurinhas da
nossa política.
E já agora, se pensam que têm em D. Manuel Clemente um aliado, é melhor
começarem a desenganarem-se.
Ao contrário dessas figurinhas políticas, D. Manuel Clemente é um homem
que está com o povo e contra as
malfeitorias que esses políticos fazem contra os cidadãos e, acima de tudo, um
homem culto e progressista.
Em Portugal tem acontecido nos últimos tempos um fenómeno curioso, e
diferente do passado: uma hierarquia da Igreja (Bispos e Conferência episcopal)
que toma medidas e argumenta contra o capitalismo selvagem (muito na linha do
actual papa) e se põe ao lado dos desfavorecidos, enquanto uma certa elite
católica (Universidade Católica, Rádio Renascença…) continua na senda do
passado, ao lado dos poderosos de sempre.
O que aconteceu nos Jerónimos só aconteceu porque foi essa elite, e não
o povo católico, que se manifestou de forma desavergonhada na cerimónia.
Mas não tenham ilusões. D. Manuel Clemente não é um dos vossos.
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