Segundo foi hoje divulgado pelo Banco de Portugal, referindo-se ao Défice de 2011, as medidas "não parecem ser suficientes" .
Todos sabemos do que é que fala esta gente quando se refere a contenção orçamental e à necessidade de novas medidas: mais cortes salariais (curiosamente o Banco de Portugal não sofrerá estes cortes!!), mais cortes nas despesas sociais, aumento de impostos e corte nos investimentos públicos, num círculo vicioso sem fim.
Aliás, tanto a Irlanda como a Espanha, que já fizeram há algum tempo o mesmo que está a ser feito agora em Portugal, ainda não viram a sua situação a melhorar, continuam a ser atacados pelos piratas das agências de rating e os seus déficites continuam a crescer.
Mesmo em Portugal os juros da dívidas, cuja contenção foi a desculpa para as actuais medidas, continuam práticamente inálteráveis.
O que ganhámos, segundo o FMI, é o anúncio de uma recessão que vai agravar o desemprego e reduzir a produção.
Aliás, não deixa de ser curioso que o próprio FMI, que nas semanas anteriores foi o único a bradar, contra os comentadores e economistas deste país à beira mar plantado que a sua intervenção não seria necessária, vem agora implicitamente criticar e demonstrar o erro das medidas por cá tomadas.
Não dúvido que é necessário tomar medidas, mas não as de sempre.
Essas medidas, que deviam ser tomadas pela UE no seu conjunto, passam por ilegalizar ou penalizar os capitais que fogem aos impostos para os off-shores, cortar nas benesses dos administradores de bancos e de grandes empresas, nivelar as reformas milionárias a um tecto que, no caso de Portugal, não devia rondar os 4 mil euros e, de tudo o mais importante, ter um projecto de futuro para a Europa e os europeus.
Até lá, podem continuar a cortar nos ordenados e nos investimentos, aumentar os impostos e destruir o que resta do Estado Social, que não vão resolver nenhum problema, antes pelo contrário, vão provocar o naufrágio, eventualmente de forma violenta, do projecto europeu.
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