A tragédia vivida pelos portugueses no ano passado voltou mais uma vez
a repetir-se, desta vez na Grécia.
Embora numa zona com características diferentes daquela onde ocorreu a
tragédia em Portugal, a origem foi a mesma.
Para quem continua a desvalorizar as alterações climatéricas, aí está
esta tragédia para provar o trágico resultado das mesmas…e a “procissão ainda
vai no adro”!
Por cá, voltámos a ver a nossa comunicação social, principalmente a
SIC, a tentar recorrer ao mesmo tipo de aproveitamento politico que já tínhamos
visto o ano passado.
Desde o “procurar culpados” por um fenómeno imprevisível, (até porque a
Grécia é governada pela esquerda e convém alguma contra propaganda politica) , até
o tentar mais uma vez fazer um favor ao lobby nacional dos eucaliptos (uma “jornalista”,
depois de ouvir um técnico a afirmar que na Grécia a floresta que ardeu era
principalmente de uma espécie de pinheiro que potencia incêndios, logo se
apressou a concluir, misturando “alhos com bugalhos”, que “afinal por cá andamos
a diabolizar o eucalipto”. Felizmente o tal técnico não se deixou enrolar e,
apesar de não se poder explicar por “falta de tempo”, ainda conseguiu,
apressadamente, desmentir a “inocência” do eucalipto, tentando referir, mas sem tempo para se explicar, que
ambas as árvores são perigosas e potenciam a dimensão dos incêndios provocados por
fenómenos atmosféricos ou por mão criminosa. Mas o que ficou no ouvido foi a desculpabilização da jornalista em relação ao eucalipto…).
Acima do nosso jornalismo de sarjeta deve ser destacada a solidariedade
europeia, não só para com a Grécia, mas também para com a Suécia que enfrenta o
mesmo tipo de problemas (aqui, a inexistência de vítimas mortais justifica-se
pelo tipo de povoamento desse país, onde as florestas estão longe de zonas
habitadas).
O que esta tragédia vem demonstrar é, por um lado, a urgência em
repensar toda a urbanização e organização florestal da Europa para fazer face à
provável e cada vez mais frequente repetição de fenómenos extremos, como os que
se registaram em Portugal no ano passado e na Grécia este ano, e, por outro,
preparar as populações para essas mudanças climatéricas e melhorar a eficiência
dos meios de prevenção e combate a incêndios.
Uma estratégia que tem de ser pensada, para já à escala Europeia, mas,
cada vez mais, à escala global.
Neste momento o mais urgente é salvar os vivos e enterrar os mortos.
Por estes dias, devemos ser todos solidários.
SOMOS TODOS GREGOS!
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