A coerencia ideológica, política, cultural e pessoal é um valor tornado "fora de moda" por comentadores, agentes culturais e políticos.
Vivemos uma época em que vale tudo para agradar e aparecer ao lado dos poderosos.
Por isso a atitude de Maria Teresa Horta é uma bofetada sem mão numa postura comum ao nosso meio intelectual e cultural, que gosta de se mostrar irreverente em relação ao poder, mas nunca foge a uma fotografia ao lado dos mesmos que tanto critica, em troca de uns prémios, de umas palavras de circunstância, simplesmente para aparecer nas televisões e nas capas de jornais e revistas.
Maria Teresa Horta considera que Passos Coelho está a conduzir o país para o desastre. Por isso, não recusou o merecido prémio literário, mas recusou-se a apertar a mão ao primeiro-ministro que lidera o desastre.
Se outros seguissem o exemplo de Teresa Horta talvez os poderosos não sentissem tanta impunidade e tanta auto-confiança e começassem a reflectir sobre os malefícios das suas decisões.
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