Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 7 de março de 2024

Eu, Indeciso, me confesso…vou votar à esquerda!


Pela primeira vez, em 50 anos de democracia, só vou decidir o sentido do meu voto quando estiver dentro da cabine de voto, frente ao boletim de voto.

Mas o facto de estar indeciso sobre esse voto, não quer dizer que não saiba qual a tendência onde vou votar.

Um dos problemas é viver num distrito que, elegendo 48 deputados, dá mais possibilidades a recorrer menos ao “voto útil” e escolher partidos mais pequenos. Estivesse eu num distrito que elege dois ou três deputados e já tinha feito a minha escolha, sempre à esquerda, mesmo que tivesse que engolir sapos.

E já agora, votar à esquerda porquê?

A ideia de uma educação para todos, de um SNS, de uma maior redistribuição da riqueza, dos direitos do trabalho e sociais, do direito à habitação e a transportes público, a defesa eficaz do ambiente, porque esta só se faz combatendo o lado mais selvagem do capitalismo, é de esquerda, mesmo que, na prática, esta cometa erros, indecisões, incoerencias na defesa desses princípios, e embarque em  negociatas menos claras.

Também é bom não esquecer que a única ditadura que tivemos nos últimos cem anos em Portugal foi de direita e que foi à esquerda que ela foi combatida, com uma ou outra excepção.

Sá Carneiro, que foi uma dessas excepções, já nada tem a ver com a actual direita que o diz representar, envergonhando a sua memória todos os dias (basta ler o muito que ele escreveu e ouvir os discursos e a práticas de um Passos Coelho, de um Cavaco ou de um Durão Barroso…).

O que a direita tem a oferecer é, uns saudosismo salazarista, xenofobia e intolerância, outros entrega de serviços públicos ao lucro privado, benefícios fiscais aos grande grupos económicos (reduzir o IRC beneficia principalmente os grandes empresários) e, embora não o digam hoje, mas sempre praticaram no passado, cortes nos direitos sociais e do trabalho e entrega dos serviços público à voragem dos privados.

Mesmo que agora venham com falinhas mansas, de que “vão aumentar salários e pensões e reduzir impostos”, diz a experiência que, à primeira oportunidade, lá estaremos todos a perder direitos sociais  e a sofrer cortes nas pensões e nos salários.

Claro que subscrevemos muitas das críticas que são feitas a cada um dos partidos de esquerda, que não estão isentos, cada um à sua maneira, de responsabilidades em muitas situações que estão mal na sociedade e na economia portuguesa, mas a solução não aquela que a direita preconiza.

Como se costuma dizer, “para pior já basta assim”.

Por isso eu, indeciso me confesso...mas vou votar à esquerda.

Sem comentários: