Fascistas, comunistas, social-fascistas, nazis, populistas, antissemitas, terroristas, islamofóbicos, apoiantes de Putin, apoiantes do Hamas…e outros rótulos.
No mundo das redes sociais é
mais fácil rotular que defender ideias, analisar factos, explicar
acontecimentos, contextualizar, debater, de forma civilizada, opiniões
divergentes.
Infelizmente, essa tendência
para rotulagens apressadas, sobre quem pensa de forma diferente da nossa, está
a fazer o seu caminho e, pior do que isso, está a provocar guerras criminosas e
a tomada do poder por irresponsáveis.
Hoje não se discutem programas
políticos, económicos ou sociais…discutem-se…rótulos!
Tentar contextualizar a guerra
da Ucrânia é…”justificar” a criminosa invasão russa!!!
Curiosamente, essa invasão foi
“justificada” pelo criminoso Putin com a rotulagem dos ucranianos
como…”nazis”!!
Claro que, “para a mentira ser
segura tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade”. Existem nazis na
Ucrânia, como o tristemente célebre Batalhão Azov, mas também existem nazis do
outro lado, entre as forças russas, sem esquecer a actuação criminoso e
terrorista do Grupo Wagner.
Do outro, lado muitos se
apressaram a colar o rótulo de “comunismo” a Putin, outra falácia ignorante
sobre o que se passa na Rússia, um processo, esse sim fascizante, de tomada do
poder por uma clique de oligarcas.
Agora, em relação ao
criminosos, e ainda mal esclarecido, ataque dos terroristas do Hamas a Israel e à criminosa resposta do governo de
Israel, voltamos a assistir ao mesmo processo de “terrorismo intelectual”.
Quem chamar a atenção para as
origens do problema palestiniano, para a origem do Hamas e condenar os crimes
de guerra de ambos os lados em Gaza e na Cisjordânia, passa a ser considerado
como “amigo do Hamas”, ou “antissemita”!!!
É mais fácil rotular, do que
pensar!
É mais fácil rotular que
admitir os nossos erros!
É mais fácil rotular do que
admitir os crimes dos que consideramos pertencerem à nossa tribo!
Claro que todos aqueles
rótulos tem uma origem histórica e conceptual, mas têm de ser usados com base
no estudo da sua história e da sua concepção.
Usá-los como forma gratuita e
ignorante de arremesso sobre os “adversários” políticos, mina o debate
democrático e sereno que se deve ter sobre os temas de actualidade.
Todos nós podemos cair nesse erro, mas será bom que o procuremos corrigir e denunciar, ou, da barbaridade das palavras, depressa cairemos na barbaridade dos actos.
1 comentário:
O HAMAS se entregasse os reféns acabava com a guerra e não acaba porque está a fazer chantagem.
No caso da Ucrânia, esta não está a fazer chantagem. Prender uma jornalista por 7 anos só porque é contra a guerra, está tudo dito.
Em caso de guerra Podíamos entregar o Minho ou o Algarve aos espanhóis caso a Espanha o reivindicasse.
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