Lembram-se? Há uns dias atrás o chefe do Estado-Maior da Armada, o Almirante Gouveia e Melo, humilhava em Público 13 militares da marinha que se tinham recusado a embarcar numa missão, invocando as más condições em que se encontrava a embarcação envolvida, o navio Mondego.
Segundo esses militares havia o risco de o barco se incendiar, para além de muitas outras falhas apontadas que punham em cusa a operacionalidade do navio militar.
Segundo o jornal "I" o mesmo almirante teria mesmo insinuado que os marinheiros "insubordinados" estavam ao serviço do PCP.
Além do Almirante, tivemos de ouvir vários "comentadeiros" a invectivarem violentamente os mesmos marinheiros, como se tivessem tentado uma espécie de golpe de Estado anti-democrático ao denunciarem a situação degradante do mesmo navio.
Alguns desses "comentadeiros" até insinuaram que os marinheiros estariam ao serviço dos russos, outros que seria "gente do "Chega".
Agora, afinal, chegou-se à conclusão que os mesmos marinheiros tinham razão.
Quem viu as imagens filmadas, quase clandestinamente, há uns dias, durante a noite, viu um barco que, assim que se pôs em movimento para nova missão, largou fumo por todo o lado, ficando imobilizado de imediato e sendo rebocado, a meio da madrugada, para outro molhe do mesmo ancoradoro, incapaz de cumprir essa nova missão, que era a de se deslocar às ilhas Selvagens para substituir a guarnição aí estacionada.
É caso para dizer que o bom senso dos 13 marilheiros evitou a suprema humilhação que seria a de serem salvos e rebocados pelo navio russo para conseguirem regressar a bom porto.
Talvez fosse bom recomendar menos arrogância, menos certezas e mais humildade por parte do sr. Almirante e dos "comentadeiros" de serviço.
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