Para todos os seguidores dos nossos blogs aqui deixamos os desejos de um Feliz Natal, com humor (negro!!!).
Os dias que rolam, numa visão plural, pessoal e parcial de um mundo em rápida mutação. À esquerda, provocador e politicamente incorrecto, mas aberto à diversidade...as Pedras Rolam...
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
Tempo de Natal
Para todos os seguidores dos nossos blogs aqui deixamos os desejos de um Feliz Natal, com humor (negro!!!).
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
O Fim do "Inimigo Público"
A desculpa é a de sempre. Dificuldades económicas, novas prioridades, alterações editoriais...
Enfim...o blá! blá" do costume par justificar o silenciar de vozes incómodas, irreverentes e independentes.
Porque será que, em Portugal, quando chega o aperto financeiro, muitas vezes mera desculpa para uma censura disfarçada, é sempre o elo mais fraco da cultura, da criatividade e da inovação que tem de ser descartado?
De facto, durante 18 anos, o "Inimigo Público", suplemento humorístico do Público, incomodou muita gente.
A desculpa das dificuldades financeiras para acabar com o suplemento das 6ªas feiras, não convence.
Se o problema é finaceiro, talvez pudessem começar por cortar no excesso opinativo, algum mera propaganda política ou obedecendo a agendas de carreirismo pessoal.
O humor em Portugal tem sido sempre incómodo para todos os poderes.
Noutros tempos, em condições mais difícies, enfrentando uma censura real, e não a actual censura disfarçada, recordamo-nos da coragem editorial do "Diário de Lisboa", com a edição de "A Mosca", um dos mais criativos suplementos humoristicos.
Mas esse era um tempo, apesar da censura e da PIDE, em que existia um jornalismo feito por jornalistas e onde o trabalho destes era respeitado e influente na linha editorials, ao contrário dos nossos dias em que os jornalistas se têm de submeter a editores que, muitas vezes, são meros mercenários ao serviço do poder económico ou político.
Ficam as boas recordações das leituras do "Inimigo Público" ao longo dos últimos 18 anos.
domingo, 12 de dezembro de 2021
Lewis Hamilton, o “meu” campeão do Mundo.
Confesso, a fórmula 1 é o meu “pequeno vício burguês”.
Segui quase todas as provas pela televisão (e uma vez em
directo) nas décadas de 60/70/80 do século passado.
Depois, a partir do momento em que a proliferação de
televisões obrigou os fãs a pagar para assistirem às provas (o dito “pluralismo”
dos negócios da comunicação social!!!!), deixei de acompanhar essas provas e só
voltei a elas este ano, muito por influência da série da neteflix sobre a
fórmula 1.
E vim logo cair num dos anos mais competitivos dos últimos
anos.
Desde logo tornei-me fã de Lewis Hamilton, mas, por azar
este foi o ano em que se abateu sobre esse piloto uma das maiores injustiças,
ao ter perdido hoje, na última volta, a possibilidade conquistar o título.
Do que assisti, ganhou um dos pilotos mais arrogantes e anti
desportistas que “conheci até hoje, um tal Max Verstappen, cujo perfil não destoa
do holandês típico (ou não tivesse sido o apartheid uma triste “invenção” de
colonos holandeses, sem esquecer a forma como se entregaram ao nazismo durante
a 2ª guerra, ou, mais recentemente, a forma como se comportaram em relação aos
países do sul na crise de 2008, um país que vive de esquemas, dos paraísos
fiscais aos diamentes de sangue ao tráfico de droga!!!).
Não tendo conseguido atirar Hamilton para fora da pista na
primeira volta, beneficiou de uma decisão controversa em relação ao recomeço da
corrida com safty car.
Mas nem a vitória amansou a arrogância de Verstappen, como
se viu com o seu comportamento no pódio, contrastando com o desportivismo e a
simpatia de Hamilton.
Nos ano 80 houve um duelo parecido, entre um irrascível
James Hunt e o campeão Niki Lauda. O primeiro venceu foi campeão do mundo na última prova, mas dele, se não
fosse o filme Rush, poucos se recordarão, ao contrário de Niki Lauda, que depois
desse episódio voltou a ser campeão por várias vezes.
Hamilton continuará eterno e é, para mim, o “campeão do mundo”. Verstappen? A continuar com a mesma atitude, provavelmente já ninguém se vai lembra dele daqui a uns anos, quanto muito constará numa nota de rodapé da história da fórmula 1.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
A Minha pequena colecção de cromos
Não vou falar dos “cromos vivos” que nos passam os dias a sarrazinar na política, no comentário jornalístico ou em tantas outras ocasiões da nossa vida terrena.
Davam uma bela colecção, mas ninguém compraria uma caderneta onde um
deles pudesse sair.
Refiro-me aos verdadeiros, aquelas pequenas imagens que saiam de um
pequeno invólucro que abriamos expectantes,
à espera que surgisse aquele raro ou aquele outro que nos faltava para
completar a colecção.
Dei por mim a pensar na minha infância a abrir saquetas, um momento
sempre mágico e cheio de surpresas, uma magia que apenas encontramos na
infância e que raramente conseguimos reproduzir na idade adulta, ao observar
alguns quiosques, onde vou comprar jornais e revistas, e uma ou outra
raspadinha, “forrados” a cadernetas de cromos, do futebol, à vida animal, dos
heróis dos vídeos jogos, à fórmula 1.
Pus-me a notar que este é um pequeno hábito da magia da infância que
continua a atravessar gerações, talvez o único.
As qualidades de impressão e a forma de os colar, mudou, para melhor.
Os temas não variam muito: os heróis do desporto, principalmente do
futebol, os heróis da infância (estes, sim, mudaram), a História ou o mundo
animal.
O entusiasmo é tal que até as grandes superfícies já aderiram ao
fenómeno, oferecendo aos clientes colecções de cromos, uma forma habilidosa de
os adultos se verem obrigados a comprar mais e no mesmo sítio para satisfazerem
a birra dos petizes.
Fui à procura dos álbuns que guardei da minha infância e lá encontrei
uma dúzia deles, alguns ainda incompletos, onde encontro a reprodução dos
filmes da Disney, da Bela Adormecida, à Alice no país das maravilhas, este o
mais antigo, herdado da minha mãe, uma colecção de cromos distribuída nos
primeiros chocolates da Regina.
Entre os temas que encontrei, lá está a História de Portugal, o
Património de Portugal, a Vida dos Animais, a História dos automóveis de
corrida…
Entre as preciosidades, uma colecção de 60 cromos, com muito texto,
intitulada O Homem no Espaço, cromos que eram incluídos nas sobremesas Royal, editada
pelos anos 60 do século passado, com texto de Eurico da Fonseca, a voz e o
rosto sempre associado à minha infância de espectador pasmado das emissões de
televisão sobre as viagens da missão Apolo e outras, naquela que foi (e ainda
é) a última grande aventura humana. Os desenhos dessa série são do consagrado
autor português de histórias aos quadradinhos (para usar o termo tradicional)
Vitór Péon.
Dessa dúzia de cadernetas que guardei, a maior parte foi editada pela
Agência Portuguesa de Revistas ou pelas edições Íbis e Bertrand, mas também as
há editadas por marcas de gelados, como
a Olá, ou pela revista Mickey.
Não encontrei uma colecção dedicada aos jogadores portugueses de hóquei
em patins, que colecionei na minha infância, ou as dos jogadores de futebol, as
mais populares.
Lembro-me, a propósito destas, que os cromos vinham embrulhados nuns
rebuçados, comprados num quiosque de uma velhota ( a mãe do Tavares da
Maçaneta, o pide mais “famoso” da vila), onde hoje está o da papelaria União,
na Avenida, dentro de uma grande lata metálica.
Rumor ou não, dizia-se que o último cromo da caixa oferecia uma bola de
futebol a sério. Isso levou um colega nosso a roubar dinheiro ao pai para
comprar a caixa inteira, com esperança de, assim, conseguir a bola. Não me
lembro se o conseguiu, lembro-me sim que levou uma valente tareia quando o pai
descobriu o feito.
Uma das mais antigas colecções de que me lembro, e da qual guardo ainda
3 ou 4 cromos, era uma dedicada aos Beatles, a cores, num papel grosso, impresso
na Inglaterra e que, antes das nacionais “Gorila”, eram distribuídos e incluídos
nas primeiras pastilhas elástica surgidas em Portugal, em pleno auge dessa
banda.
Para além da divertida troca de repetidos, entre amigos e colegas da
escola, havia ainda um jogo para arrebatar cromos às outras crianças que
passava por coloca-los numa superfície lisa, com a imagem para baixo, e depois,
com a mão, dar uma palmada. Os que se virassem eram conquistados pelo sortudo
que tinha conseguido o feito, uma situação que gerava, muitas vezes, conflitos,
que às vezes acabavam ao sopapo.
Não deixa de ser surpreendente que, depois da televisão, da internet e
dos jogos de computador, as velhas colecções de cromos tenham sobrevivido ao
tempo.
Que seja longa a vida desse pequeno prazer de infância!