Antigamente, nos tempos da União Soviética, uma sociedade fechada e censurada, desenvolveu-se no ocidente uma disciplina que procurava interpretar os mais pequenos sinais que pudessem permitir interpretar o que se passava no teatro de aparências em quem se movia a elite governante desse país.
Eram os “sovietólogos”, que procuravam interpretar o significado
políticos, por detrás das aparências dos gestos da liderança soviética, fosse
uma simples mudança de posição numa fotografia oficial, fosse o longo
desaparecimento de alguma figura pública das primeiras páginas da imprensa
oficial, fosse uma palavra a mais ou a menos num discurso político.
Claro que, tal como em todas “profissões” terminadas em “ólogos”
(astrólogos , politólogos…), umas vezes acertavam, outras vezes enganavam-se,
mas a actividade devia dar bons empregos na comunicação social, tal a profusão
de “sovietólogos”.
Claro que hoje já ninguém se lembra que tais mentes iluminadas nunca
previram um Gorbachev , ou o rápido fim da União Soviética.
Contudo, parece que tais “especialistas” estão hoje de regresso com
outras vestes, outros fins e outros objectos de “estudo”.
São os “Marcelotólogos”, que se revelaram ontem ao mundo, a tentar
especular, cada um com a teoria mais absurda, sobre a razão porque Marcelo
Rebelo de Sousa não falou ontem ao país acerca das medidas do “plano de
reabertura progressiva” (erradamente referido como “medidas de desconfinamento”).
Hoje uma jornalista abordava o presidente, que está numa visita de
Estado em Roma, pondo na boca dos “portugueses” uma dúvida que apenas surgiu na
cabeça dos “marcelotólogos”, a ideia que o silêncio do presidente era um “sinal”
(dos “céus”!!!) da sua divergência com o governo.
Marcelo respondeu simplesmente com o óbvio. Não falou porque estava de
viagem e, matando logo ali a nova profissão, confirmou a sua concordância com
as medidsa ontem anunciadas.
Veremos se chega para acabar com a “disciplina” de “marcelotologia”.!!
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