Os dias que rolam, numa visão plural, pessoal e parcial de um mundo em rápida mutação. À esquerda, provocador e politicamente incorrecto, mas aberto à diversidade...as Pedras Rolam...
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sexta-feira, 29 de setembro de 2017
A Foto da Semana - Referendo no Curdistão iraquiano
(Foto de Christophe Petit Tesson)
O Curdistão iraquiano referendou esta semana por ampla maioria o seu direito à criação de um estado independente.
Se há povo que merece esse direito é o povo do Curdistão.
Infelizmente tem inimigos poderosos, como a Turquia, o Irão, a Síria e próprio Iraque.
Enquanto esse sonho não se concretiza, aqui deixamos uma fotografia de homenagem a esse sofrido povo.
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quinta-feira, 28 de setembro de 2017
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
AUTÁRQUICAS 2017 - o que é “ganhar” ou “perder”?
É abusivo fazer uma leitura nacional das eleições autárquicas, pois
cada concelho e cada freguesia é uma realidade distinta que não encaixa na
lógica partidária nacional.
Nestas eleições vota-se muito mais pela “obra feita” e pelo “valor” da
personalidade dos candidatos do que por convicções políticas.
Contudo, se essa leitura é arriscada e abusiva, existem tendências que
é possível detectar, pois, apesar de tudo, as listas partidárias continuam a
ser dominantes, envolvendo os líderes nacionais na campanha, e é a convicção dos candidatos que, em grande
parte, os leva a candidatarem-se nas listas dos partidos políticos existentes
e, principalmente nos grandes centros urbanos, onde o afastamento entre
eleitores e eleitos é maior, as opções politicas dos votantes são mais
evidentes e marcantes.
O aparecimento de candidaturas independentes nos últimos actos eleitorais é um dado novo a ter
em consideração, mas o peso da máquina partidária ainda é dominante e o
aparecimento de listas ditas “independentes” no acto eleitoral deste ano, onde
dominam figuras que iniciaram a sua carreira nos grandes partidos do sistema e
com uma atitude revanchista em relação aos partidos que os abandonaram, está a
contribuir para destruir a imagem de isenção e independência de tais
candidaturas.
Sendo abusivo e arriscado, aqui ensaiamos uma possível leitura nacional
das próximas eleições autárquicas.
Assim, se em eleições democráticas, é óbvio que ganha quem tem mais
votos, o significado destas eleições não é assim tão linear.
Para o PS ganhar as autárquicas é, no mínimo, manter a liderança da Associação Nacional de Municípios e garantir a vitória em Lisboa. No máximo é
ultrapassar o resultado das últimas autárquicas, onde venceu em 149 municípios,
ter um bom resultado no Porto e dominar a maior parte das capitais de distrito.
Se perdesse Lisboa, baixasse significativamente o número de Câmaras, ou
tivesse um mau resultado no Porto (por exemplo não evitando uma maioria
absoluta de Rui Moreira), este seria um mau resultado para o PS, mesmo que
fosse o partido mais votado.
Quanto ao PSD, um bom resultado será, no mínimo, ultrapassar o número
de 120 câmaras eleitas e ser a segunda
força mais votada em Lisboa. No máximo seria ultrapassar o número de Câmaras do
PS, voltando a liderar a Associação Nacional de Municípios e ganhar Lisboa.
Se, pelo contrário, perder muitas câmaras, não conseguir ganhar em pelo
menos metade das capitais de distrito, não ultrapassar as 100 câmaras eleitas e
se for a terceira força política em Lisboa, este será um mau resultado e Passos
Coelho estará condenado na liderança do partido.
Os sinais dados pelas sondagens, embora estas sejam muito falíveis no
universo autárquico, revelam-se pouco animadores para Passos Coelho, dada a
possibilidade de o seu partido ser ultrapassado pelo CDS em Lisboa e ter uma
votação muito inferior à soma das candidaturas do BE e PCP no Porto.
O CDS, pouco representado em termos autárquicos, é o partido que menos
tem a perder, e, por isso, mais pode ganhar com o seu resultado nestas eleições.
A situação do CDS é também menos clara, já que concorre em muitos
lugares em coligação com o PSD.
Mas, se vencesse mais do que 5 Câmaras, conseguisse que a coligação com
o PSD tivesse melhores resultados do que as candidaturas onde o PSD concorre
sozinho e obtivesse um bom resultado em Lisboa (por exemplo, ultrapassasse o
PSD), e se Rui Moreira vencer no Porto (candidatura apoiada pelo CDS), pode
dizer-se que o CDS obtém um bom resultado.
Um mau resultado é gorarem-se as expectativas em Lisboa, Rui Moreira ser derrotado no Porto e ser
arrastado para um possível descalabro do PSD nas autarquias onde concorre em
coligação.
A CDU, por sua vez, pode considerar um bom resultado manter cerca de 30 Câmaras , em especial as de Setúbal , Évora, Beja e Loures, acrescentar novas conquistas e obter um bom resultado
em Lisboa e no Porto.
Um mau resultado era conquistar menos de 30 câmaras, perder duas
daquelas Câmaras emblemáticas e câmaras como Peniche ou Sobral de Monte Agraço ou outras
de tradição comunista.
O BE pode cantar vitória se conseguir ganhar câmaras,
eleger mais de 10 vereadores em todo o país, principalmente se estes forem fundamentais para formar
maiorias em Câmaras de esquerda sem maiorias absolutas e eleger vereadores em
Lisboa e no Porto.
Sai derrotado se eleger menos de 10 vereadores, nenhum em Lisboa ou
Porto.
Quanto aos independentes, manter o Porto e ultrapassar as 10 Câmaras
eleitas é a meta mínima para a credibilidade das mesmas, a não ser que essa
subida seja feita à custa das vitórias dos “Isaltinos Morais” destas
autárquicas. Neste caso até pode ter bons resultados mas ficam
descredibilizados para o futuro.
Um outro facto a ter em consideração é a abstenção. Uma abstenção
inferior aos 45% fortalece e credibiliza este acto eleitoral.
Um aumento da abstenção, que ultrapasse os 50% é uma má notícia.
Veremos o que se vai passar.
terça-feira, 26 de setembro de 2017
As "inventonas" de um jornal de "referência".
O “caso das armas de Tancos” está a tornar-se um dos mais vergonhosos
casos do jornalismo português.
Para o jornal “Expresso” qualquer “fonte” serve para “entalar” a “geringonça”.
Depois de ter feito parangona por ter descoberto um morto não registadona tragédia de Pedrogão Grande, aquele jornal volta a repetir o estilo “Correio
da Manhã” divulgando um pretenso relatório secreto, elaborado por um “serviço
de informação militar” cuja existência ninguém conhece (ler AQUI a opinião insuspeita de João Miguel Tavares).
Ao que parece estamos mais uma vez perante um caso parecido com o
célebre “panama papers”, uma investigação jornalística internacional,
representada em Portugal por esse semanário, que anunciou revelações escaldantes sobre a elite politica e económica portuguesa, mas que acabou por “parir um rato”, caindo no esquecimento.
Segui regularmente o Expresso durante os seus primeiros 30 anos de vida
e habituei-me a respeitar a credibilidade do seu jornalismo.
Infelizmente essa credibilidade tem andado pelas ruas da amargura, principalmente
desde que saíram os seus melhores jornalistas para fundar o “Público”, e, em
boa-hora, deixei de comprar esse jornal.
Mas é triste ver a decadência daquele que já foi um grande jornal de
referência, onde ainda trabalham alguns grandes jornalistas portugueses, sobrevivendo cada vez mais da exploração das “fake news”…
Que miséria!!!
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segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Eleições na Alemanha: A Europa JÁ NÃO SEGUE dentro de momentos...
Por sua vez o analista Joerg Farbig, ouvido em vésperas do acto eleitoral pala jornalista do Público Maria João Guimarães, referia-se à possibilidade de Merkel "perder mesmo vencendo"se o seu resultado se ficasse pelos 34-36% (edição de 24 de Setembro) .
Ora, o pior acabou por se confirmar: não só a extrema direita entrou pela primeira vez no parlamento alemão desde o final da 2ª guerra, obtendo um resultado próximo daqueles 14%, como o resultado de Merkel ainda foi pior do que o previsto pelo analista alemão, quedando-se abaixo dos 33%...
O resultado final ( não o das projecções) acabou por ser o seguinte (Fonte- Spigelonline):
CDU ( os Democratas Cristão de Merkel em coligação com os conservadores de direita da Baviera) : 32,9%, elegendo 246 deputados, menos 65 que na anterior legislatura, o segundo pior resultado da sua história (pior só em 1949);
SPD (social-democratas) - 20,5%, elegendo 150 deputados (menos 40 que em 2013), o pior resultado da sua história;
AfD (extrema direita neo-nazi) - 12,6%, elegendo pela primeira vez deputados para o parlamento, um total de 94;
FDP ("liberais", radicais da direita neoliberal) - 10,7%, regressando ao parlamento, após um interregno de uma legislatura e elegendo 80 deputados;
Die Linke ( Esquerda, formada pelos antigos comunistas e por dissidentes do SPD) - 9,2%, elegendo 69 deputados, mais 5 que nas últimas legislativas;
Verdes - (centro esquerda) - 8,9%, elegendo 67 deputados, mais 4 que na eleições anteriores;
Outros partidos: 5% ( não elegeram deputados, mas aumentaram a votação em cerca de 1%).
Registe-se que a abstenção foi inferior a 25%.
Como se vê, deu-se a impensável derrocada do "centrão" alemão, o que muito vai dificultar a vida a Merkel.
Esta só pode governar em três cenários:
- retomando a grande (cada vez "menos grande") coligação com os social-democratas;
- governando em coligação como os verdes e os "liberais";
- governando em minoria, com acordos parlamentares.
O primeiro dos casos, aquele que mais podia agradar aos europeístas, em especial a Macron e que podia garantir um mudança de rumo no projecto europeu, em favor dos cidadãos e dos países do sul, não parece provável, visto que o líder do SPD já anunciou o fim dessa coligação, pois arriscava-se a fazer o seu partido desaparecer do mapa eleitoral e deixava a oposição entregue à extrema direita e à esquerda do Die Linke, este último partido disputando o eleitorado dos social-democratas.
O segundo caso é o que é apontado como mais provável, mas é uma grande incógnita, dado o antagonismo entre verdes e "liberais" , nos antípodas políticos no que diz respeito ao modelo económico, financeiro e social. Se for para a frente este modelo, pode revelar-se desastroso para o futuro da CDU e até para a Europa inclusiva defendida por Macron e Juncker. A actual liderança "liberal" está mais próxima da extrema-direita e dos eurocepticos e é defensora da continuação das "reformas" estruturais "austeritárias" que devastaram o sul da Europa.
Um governo minoritário com acordos pontuais à direita e à esquerda no parlamento não faz parte da tradição alemã e conduziria a eleições antecipadas a breve prazo.
Uma "geringonça" à alemã também não é possivel, já que os três partidos de esquerda, SPD, Die Linke e Verdes, que juntos recolheram quase 40% dos votos, e que estão unidos nalguns parlamentos regionais, não conseguem uma maioria parlamentar.
Ou seja, seja qual for o cenário que se segue, a tradicionalmente estável Alemanha entra numa deriva politicamente caótica`à qual as suas elites tradicionais não estão habituadas e que vai ser explorada até à exaustão pela extrema-direita.
E com essa deriva deitam para o lixo da história os projectos de Macron e Juncker em relação a uma renovação do projecto europeu, com graves consequências a prazo para todos, em especial para os países do sul.
É caso para dizer, contrariando alguns "europtimistas", que consideravam que, depois da vitória de Macron (que está também em queda em França, tendo sofrido ontem uma pesada derrota na eleições para o Senado), e da "previsivel" vitória confortável de Merkel a Europa ía ser salva, que, afinal....a Europa JÁ NÃO SEGUE DENTRO DE MOMENTOS...
O resultado final ( não o das projecções) acabou por ser o seguinte (Fonte- Spigelonline):
CDU ( os Democratas Cristão de Merkel em coligação com os conservadores de direita da Baviera) : 32,9%, elegendo 246 deputados, menos 65 que na anterior legislatura, o segundo pior resultado da sua história (pior só em 1949);
SPD (social-democratas) - 20,5%, elegendo 150 deputados (menos 40 que em 2013), o pior resultado da sua história;
AfD (extrema direita neo-nazi) - 12,6%, elegendo pela primeira vez deputados para o parlamento, um total de 94;
FDP ("liberais", radicais da direita neoliberal) - 10,7%, regressando ao parlamento, após um interregno de uma legislatura e elegendo 80 deputados;
Die Linke ( Esquerda, formada pelos antigos comunistas e por dissidentes do SPD) - 9,2%, elegendo 69 deputados, mais 5 que nas últimas legislativas;
Verdes - (centro esquerda) - 8,9%, elegendo 67 deputados, mais 4 que na eleições anteriores;
Outros partidos: 5% ( não elegeram deputados, mas aumentaram a votação em cerca de 1%).
Registe-se que a abstenção foi inferior a 25%.
Como se vê, deu-se a impensável derrocada do "centrão" alemão, o que muito vai dificultar a vida a Merkel.
Esta só pode governar em três cenários:
- retomando a grande (cada vez "menos grande") coligação com os social-democratas;
- governando em coligação como os verdes e os "liberais";
- governando em minoria, com acordos parlamentares.
O primeiro dos casos, aquele que mais podia agradar aos europeístas, em especial a Macron e que podia garantir um mudança de rumo no projecto europeu, em favor dos cidadãos e dos países do sul, não parece provável, visto que o líder do SPD já anunciou o fim dessa coligação, pois arriscava-se a fazer o seu partido desaparecer do mapa eleitoral e deixava a oposição entregue à extrema direita e à esquerda do Die Linke, este último partido disputando o eleitorado dos social-democratas.
O segundo caso é o que é apontado como mais provável, mas é uma grande incógnita, dado o antagonismo entre verdes e "liberais" , nos antípodas políticos no que diz respeito ao modelo económico, financeiro e social. Se for para a frente este modelo, pode revelar-se desastroso para o futuro da CDU e até para a Europa inclusiva defendida por Macron e Juncker. A actual liderança "liberal" está mais próxima da extrema-direita e dos eurocepticos e é defensora da continuação das "reformas" estruturais "austeritárias" que devastaram o sul da Europa.
Um governo minoritário com acordos pontuais à direita e à esquerda no parlamento não faz parte da tradição alemã e conduziria a eleições antecipadas a breve prazo.
Uma "geringonça" à alemã também não é possivel, já que os três partidos de esquerda, SPD, Die Linke e Verdes, que juntos recolheram quase 40% dos votos, e que estão unidos nalguns parlamentos regionais, não conseguem uma maioria parlamentar.
Ou seja, seja qual for o cenário que se segue, a tradicionalmente estável Alemanha entra numa deriva politicamente caótica`à qual as suas elites tradicionais não estão habituadas e que vai ser explorada até à exaustão pela extrema-direita.
E com essa deriva deitam para o lixo da história os projectos de Macron e Juncker em relação a uma renovação do projecto europeu, com graves consequências a prazo para todos, em especial para os países do sul.
É caso para dizer, contrariando alguns "europtimistas", que consideravam que, depois da vitória de Macron (que está também em queda em França, tendo sofrido ontem uma pesada derrota na eleições para o Senado), e da "previsivel" vitória confortável de Merkel a Europa ía ser salva, que, afinal....a Europa JÁ NÃO SEGUE DENTRO DE MOMENTOS...
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Agências de rating : A Lixeira avalia o lixo
Anda por aí uma grande euforia acerca da melhoria da situação de
Portugal no rating de uma das principais agências de pirataria financeira, a
Standard & Poor´s, e chega a ser patética a tentativa de atribuir mérito a
esse nojo a que chamam “rating” financeiro.
A Standard & Poor´s tem tanto crédito como qualquer taxista leitor
do “Correio da Manhã” na avaliação do país, apelidado com a “séria”
classificação de “lixo”!!!.
…ou não fosse a Standard & Poor’s a mesma agência que deu
classificação máxima ao Lehman & Brothers, em vésperas deste banco de
pirataria financeira falir e arrastar o mundo para a crise financeira de
2008!!!!.
Segundo as palavras de quem percebe do assunto, as " três
agências de notação de crédito [Moody's, Standard
& Poor's e Fitch] foram elementos
fundamentais da crise financeira. Os
títulos relacionados com hipotecas que estão no centro da crise não poderiam
ter sido comercializados e vendidos sem o seu selo de aprovação. Os
investidores confiaram nelas, muitas vezes cegamente. Em alguns casos, eles
foram obrigados a usá-las, ou as normas regulatórias do capital eram adaptadas
a elas. Esta crise não poderia ter acontecido sem as agências de 'rating'
". (in Financial Crisis Inquiry Commission –
FCIC).
Anote-se que, mesmo
depois desse erro colossal que todos tivemos de pagar, ninguém foi despedido naquela agência de rating, que continuou a ser ouvida com atenção pelo sector financeiro!!!!
Quem vive no meio do
lixo (financeiro) só pode ver lixo à volta!!!
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quinta-feira, 21 de setembro de 2017
A Catalunha como perplexidade
Não tenho opinião formada sobre a situação na Catalunha ou sobre o seu
direito à Independência.
Claro que, numa perspectiva histórica e cultural, a Catalunha tem
razões fortes para se considerar uma nação.
Contudo, na actual conjuntura política, quer a espanhola, quer a
europeia, as razões são mais complexas e menos visíveis.
O que me deixa perplexo na actual situação não é tanto o confronto
entre Madrid e Barcelona, mas a forma como esse acontecimento está a ser debatido
e tratado na comunicação social, nomeadamente na portuguesa.
A primeira perplexidade prende-se com a forma como essa mesma
comunicação social tem relegado para segundo plano a gravidade do que está a acontecer
na Catalunha. Se o mesmo acontecesse na Venezuela ou em Angola, tenho a certeza
que o destaque seria outro.
Em segundo lugar, fico perplexo pela diferença de pesos usada no debate
sobre o direito à independência da Catalunha.
Os mesmo que rejubilaram, e bem, com a independência dos Estados Bálticos
em relação à Rússia ou, e mal, com a desintegração da Jugoslávia, ou mudaram de
posição, após o Brexit, em relação ao
mesmo direito à independência da Escócia, classificam agora como uma ameaça a independência da Catalunha.
Em terceiro lugar, fico perplexo pela diferença de pesos usada quando a
mesma atitude antidemocrática é aplicada por Madrid contra a Catalunha ou por
Maduro contra a oposição venezuelana.
O acto irresponsável e arrogante ontem desencadeado por Madrid contra
as autoridades catalães não é muito diferente das atitudes que Maduro toma em
Caracas ou o MPLA em Luanda.
Em quarto lugar, fico perplexo quando se justifica a atitude de Madrid
de impedir um acto democrático e de livre escolha, através de um referendo,
como aquele que os catalães pretendem levar a efeito no próximo dia 1 de
Outubro, recorrendo ao argumento do “cumprimento da lei”.
Talvez seja bom recordar que os estados bálticos, os estados balcânicos
e quase todas as nações do mundo se construíram contra a “lei” de quem os
dominava.
Por outro lado, é em nome da “lei” que Maduro persegue os opositores
ou, num exemplo mais extremo, foi em nome da “lei” que os nazis cometerem todas
as suas atrocidades.
Num estado democrático, como é o espanhol, conflitos como este
resolvem-se democraticamente, isto é, com um referendo onde os catalães possam escolher. Aliás, se como dizem os detractores da independência da Catalunha, a maior parte dos cidadãos da Catalunha não concordam com a independência, então estão com medo de quê??.
Mas Rajoy, que conduziu irresponsavelmente todo o processo, nunca parando de dar tiros no pé e de extremar posições, já demonstrou várias vezes que a democracia só existe quando
serve os seus interesses ideológicos, ou não fosse ele, e o seu partido, os “legítimos”
herdeiros do regime franquista…
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quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Solidários com a Catalunha
Rajoy deu um tiro no pé e lançou a democracia espanhola na lama...
O comportamento de Rajoy não é muito diferente do de Maduro e lança a Espanha no caos e vai contribuir para reforçar o independentismo.
Pelo direito democrático de decidir o futuro, estamos com os catalães nesta hora trágica.
Podem seguir os acontecimentos AQUI e AQUI.
O comportamento de Rajoy não é muito diferente do de Maduro e lança a Espanha no caos e vai contribuir para reforçar o independentismo.
Pelo direito democrático de decidir o futuro, estamos com os catalães nesta hora trágica.
Podem seguir os acontecimentos AQUI e AQUI.
PORTO NOVO NA HISTÓRIA
VEDROGRAFIAS: PORTO NOVO NA HISTÓRIA (clicar para ler e ver)
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A crise política da Catalunha vista em cartoon´s
BêDêZine: A crise política da Catalunha vista em cartoon´s (clicar para ver)
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quinta-feira, 14 de setembro de 2017
“Universidade de Verão”
Tivemos hà dias uma
“Universidade” de Verão de um partido do
regime que foi profícua em intervenções idiotas e estapafúrdias.
Não deixou de ser
curioso que a nossa imprensa de referência se tenha referido a essa “Universidade”,
sem aspas e muitas vezes em maiúsculas, e sem se rir ou publicar a notícia numa
página humorística.
Chamar “Universidade”
àquilo é, no mínimo, uma ofensa à Universidade.
E o que é que vimos
nessa “Universidade”? enxurradas de mera propaganda política, uma espécie de
lavagem ao cérebro a jotazinhos, candidatos a futuros cargos políticos, com
intervenções que não foram mais longe que a mera boçalidade, armada em “lição”
mal preparada, para encher as aberturas de telejornais, como aconteceu com um Paulo
Rangel enraivecido e a espalhar ódio por todo o lado, insinuando que o actual
governo e os seus cortes cegos (???) seriam responsáveis por todas as mortes ocorridas em Portugal e arredores nos últimos
dois anos!!! (claro que estou a caricaturar a própria caricatura dessa
miserável intervenção), um vergonhoso aproveitamento politico da tragédia de
Pedrogão Grande.
Outro momento “alto”
foi o regresso de Cavaco Silva, numa intervenção ressabiada cheia de
trocadilhos armado ao engraçado, misturada com graçolas baratas, no meio de
pios e “contra-pios”, enfim, um Cavaco no seu pior!!!!
Cada partido é livre
de iniciar os seus seguidores na narrativa e nos valores que o caracterizam, é
livre de realizar acções de formação politica junto de militantes e de fazer a
propaganda dos seus objectivos.
O que não pode é
aviltar as instituições, como o fez com a Universidade, chamando àquilo “Universidade
de Verão”.
Só faltou mesmo o
Relvas a distribuir diplomas no fim!!!
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sexta-feira, 8 de setembro de 2017
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