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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Euro : o iceberg de um "Titanic" chamado União Europeia



Causaram por aí grande furor as declarações do Nobel da economia, Joseph Stiglitz,   defendendo a saída de Portugal do euro, principalmente no seio dos comentadores defensores das medidas de austeridade.
 
O que Stiglitz se limitou a dizer é aquilo que qualquer cidadão português, que não faça parte da elite da politica nacional, do grupo de boys do centrão, dos comentadores pagos a peso de ouro para defenderem a austeridade, dos gestores públicos de nomeação politica, dos gestores de grandes empresas ou dos especuladores e accionistas da banca, já percebeu olhando para o seu bolso ou para a sua conta bancária nos últimos anos, desde que o euro se tornou a nossa moeda: a austeridade e o empobrecimento  estão para durar, para salvarmos o euro e os seus principais beneficiários que são o corrupto sector  financeiro europeu e um pequeno número de países liderados pela Alemanha.
 
Nós cidadãos cumpridores e trabalhadores, que levámos uma década a engolir a perda de salários e pensões e a empobrecer em nome da salvação do euro, devíamos perguntar o que é que o euro fez pelos cidadãos europeus.
 
O euro, como idéia fundadora, até parecia uma boa idéia. Mas para isso era necessário que tivéssemos políticos honestos e um sector financeiro saudável a liderar o processo, que foi o que nunca aconteceu.
 
Para resultar em favor dos cidadãos cumpridores e trabalhadores, devia ter-se caminhado para uma harmonização entre países que usam a mesma moeda, a nível de salários, pensões, preços e impostos, não se podendo admitir no seu seio países ou regiões que funcionam como paraísos fiscais.
 
Essa uniformização devia ser idêntica à que se exige em relação ao deficit público, isto é, os "míticos" 3% de diferença máxima entre salários, pensões, preços e impostos. Só assim se podia dizer que a moeda única beneficiava todos os cidadãos do espaço do euro.
 
Sem este caminho, o euro só vai servir para enterrar cada vez mais as economias do sul e a generalidade dos cidadãos cumpridores e trabalhadores da europa e engordar as no norte e o corrupto sector financeiro que nos domina.
 
Esta crise devia ter servido para repensarmos, quer a construção da moeda única, quer a continuidade de países como Portugal no euro.
 
Não o fazer é continuar a enterrar a cabeça na areia à espera que a austeridade passe. O problema é que a austeridade e o empobrecimento generalizado faz parte da natureza do "euro", tal como ele foi construído.
 
A prazo, a moeda única é o iceberg do qual se aproxima perigosamente o "Titanic" chamado União Europeia, comandado por políticos irresponsáveis.

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