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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Recordando o fotógrafo Nuno Ferrari, no dia da despedida do seu amigo Eusébio

A propósito da morte de Eusébio, recordamos aqui o fotógrafo Nuno Ferrari, responsável por algumas das imagens mais significativas da vida de Eusébio.

Nascido em 6 de Março de 1935, baptizado como Nuno José da Fonseca Ferreira, o fotógrafo português adoptaria  o nome de Ferrari em homenagem a um dos pioneiros da fotografia desportiva em Portugal.

Citando a biografia que sobre ele foi divulgada pela comissão de toponímia da Câmara d Lisboa, “Nuno Ferrari iniciou a sua actividade profissional no jornal "A Bola" a 7 de Março de 1953. Presença certa em tantos momentos especiais do Desporto, quer nas competições europeias, quer em campeonatos do Mundo e da Europa. Foi o fotógrafo oficial da F.P.F. no Mundial de 1966.

“Captaria imagens inolvidáveis, a mais conhecida das quais terá sido porventura, a de Eusébio, em 1966, quando, a chorar, abandonava o estádio de Wembley, no dia da derrota com a selecção de Inglaterra, amparado curiosamente por Fernando Marques "O Formidável".

“Sócio fundador do CNID, foi distinguido diversas vezes, em Portugal e no estrangeiro: com a medalha de "Mérito Desportivo" em 1992, e, no ano seguinte, o Presidente da República, Mário Soares, atribuiu-lhe a "Ordem do Infante".

“ Muitos referir-se-iam a Nuno Ferrari como "génio e poeta". Víctor Serpa confirmaria, afirmando "as suas obras resistirão ao tempo e farão parte da história maior do jornalismo e do desporto".

Célebre ficou igualmente a célebre fotografia que ele tirou a Eusébio na companhia de Chico Buarque.

Nuno Ferrari faleceu em 18 de Setembro de 1996, no Estádio da Luz, quando fazia a cobertura de um jogo do Benfica, o clube do seu coração.

Grande amigo de Eusébio, diz-se que este esteve inconsolável no dia do funeral desse seu amigo.












Musicas inspiradas em Eusébio - 4 - : Filho da Mãe - Eusébio no Deserto @ Clube Ferroviário

Musicas Inspiradas em Eusébio - 3 - :SALADA DE FRUTAS - Se cá Nevasse....(1981)

As Musicas inspiradas em Eusébio - 2 -: Conjunto sem nome - O joelho do Eusébio

As Musicas inspiradas por Eusébio - 1- : Sheiks - Eusebio (1966)

Primeiras Fotografias do "Dia do Rei" Eusébio:













Eusébio na Primeira Página












UM TEXTO QUE ESCREVI HÁ TRÊS ANOS: Pedras Rolantes: Com a chegada de Eusébio: - Há 50 anos o futebol português mudou

DIA DO REI : o "meu" Eusébio.



Eusébio era uma das poucas alegrias de um país cinzento, como era o Portugal dos anos 60.

Num tempo em que nem se sonhava com playmobiles ou internet, em criança maravilhávamo-nos disputando os cromos das cadernetas de futebol, sendo o Eusébio um dos cromos mais disputados.

Jogar à bola era um dos raros momentos de liberdade que nos sobrava e sempre que se marcava um golo, não se gritava “golo”, nem um golo era apenas um golo…era um “GOOOOOOLO DE EUSÉBIO”!!!.

….e nesse momentos todos eramos Eusébio.

Quando Portugal estava a perder, e Portugal perdia muito nesses tempos (…uma história que se repete nos nossos tristes dias de hoje…), Eusébio aparecia para nos “salvar” e para nos dar uma grande alegria, mesmo momentânea e ilusória, que nos fazia esquecer as tristezas desses tempos.
Sem Eusébio o país dos troikanos vai ficar ainda mais cinzento.

Eusébio, como homem simples e de origem simples que nunca renegou, sempre esteve muito acima dos muitos que o tentaram manipular em proveito próprio.

A memória de Eusébio prevalecerá para lá da nossa mortalidade e para lá dos oportunistas que correm a homenageá-lo, com as habituais lágrimas de crocodilo.

Quando os nossos heróis nos vão deixando, é um pouco de nós que nos deixa sem esperança de um regresso.


Obrigado Eusébio.

Recordando Eusébio - um texto de José Fanha:


NO TEMPO EM QUE NÓS PERDÍAMOS EM TUDO E APARECEU O EUSÉBIO

Por José Fanha

“Nós somos mesmo bestiais!” Era o que dizíamos quando eu era mais pequeno.

“Nesse tempo eu queria pertencer a qualquer coisa. Queria pertencer, por exemplo, ao meu país.

“É claro que eu já pertencia ao meu país que tinha um passado glorioso cheio de Descobrimentos e Vascos da Gama e Mouzinhos de Albuquerque e coisas assim. Mas isso era antigamente e, no tempo em que eu tinha 10 anos o meu país já não descobria nada há muito tempo e era muito pequenino comparado com outros países e, ainda por cima, passava o tempo a perder com todos.

“Nós, lá na minha escola, ficávamos muito tristes sempre que o nosso país perdia. E o pior é que perdia quase todos os dias.

“Depois, para ficarmos satisfeitos inventávamos umas coisas em que o nosso país era muito bom porque eram coisas que mais nenhum país sabia. O hóquei em patins, o jogo do pau, os matraquilhos, o abafador… Nessas coisas, era canja ganhar. Mas ficávamos tristes à mesma porque sabíamos que nunca ganhávamos nas outras coisas.

“De repente apareceu uma equipa de futebol que ganhava aos outros, aos grandes do estrangeiros. Uma equipa onde jogava o Coluna, o Germano, o Simões, o Águas, o José Augusto e aquele rapazinho chamado Eusébio que era uma força da natureza e marcava golos como mais ninguém.

“Eu era um miúdo e vi-o jogar no velho Estádio da Luz contra o Real Madrid, o Santos, o Feyenord, o Ajax e sei lá mais quê. E vi-o na televisão em 66 a marcar 4 golos à Coreia do Norte e a chorar quando perdeu com a Inglaterra.

“E de repente era bom pertencer àquele Portugal que tinha uma bela equipa de futebol e um grande, um imenso jogador chamado Eusébio.

“É claro que não tínhamos muito mais por que nos orgulharmos. Só depois, com o 25 de Abril, é que esse orgulho de ser português saiu para a rua com toda a força. (Agora tão apagado, esse orgulho, com esta gentinha vendida ao estrangeiro das troikas e baldroikas).

“Mais tarde conheci pessoalmente e cruzei-me váras vezes com o Eusébio. E fiquei fascinado com a sua simplicidade, a sua humildade, a grandeza doce da sua dimensão humana.


“Nunca lho disse mas acho que ele soube ler nos meus olhos o agradecimento por ter tornado um bocadinho maior e mais largo o país da minha primeira juventude.”

Recordar Eusébio - um texto de ALBERTO CLAUDINO:


“Obrigado Eusébio!

Por Alberto Claudino (professor)

“Morreu um dos que “que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando!”.

“Eusébio ganhou o estatuto de símbolo de Portugal. Faz parte da alma portuguesa, é talvez o nosso herói mais próximo!

“Do mesmo modo que “todos nós temos Amália na voz”, também todos somos um pouco do Eusébio!

“No campo, Eusébio tinha todas as qualidades: velocidade, força, resistência, criatividade, inteligência! Mas tinha também, e sobretudo, elegância, dedicação, entrega, emoção, humildade e respeito pelo adversário!

“Eusébio mostrou que um desportista de excelência não é arrogante, não é violento, é agressivo, respeita as regras, respeita-se e respeita os seus adversários!

“Quando o desporto nem sempre é uma escola de bons exemplos, Eusébio, dentro do campo e fora dele, é a grande referência como desportista e como homem: campeão, simples, simpático, amante da sua família, do seu clube e do seu país!

“Eusébio é o Portugal que vence, o Portugal desinibido que joga na europa e no mundo sem complexos de pequenez ou manias de grandeza!

“Com ele chorámos, saltámos de alegria, atingimos a glória!

“Com ele, sabemos que caminho devemos procurar: a vitória, no campo e na vida!

“Num Portugal “bi-polar”, onde a grandeza e a desgraça, o tudo e o nada, a riqueza e a miséria, se sucedem no fado do nosso destino coletivo, Eusébio é um herói que alimenta o nosso orgulho como nação!

“Essa grandeza, esse exemplo, essa (agora) lenda liberta-nos da fatalidade do destino português. Não estamos condenados! Também sabemos ser grandes!

“Obrigado Eusébio!”


Recordar Eusébio -os cartoon´s







Recordar Eusébio -1966 (July 26) England 2-Portugal 1 (World Cup).avi

recordando Eusébio - as fotografias.