Foi preciso assistir a um programa humorístico na SIC, para ser confrontado com o absurdo das afirmações do candidato da coligação de centro-direita à Câmara de Torres Vedras, o deputado Duarte Pacheco.
Afirmou o candidato, na sessão de apresentação realizada a semana
passada em Torres Vedras, qualquer coisa como “existir” medo em Torres Vedras
de falar e fazer oposição ao poder “socialista”, que governa a Câmara local há
45 anos, e “existir” perseguição aos seus autores.
Sou muito crítico da governação “socialista” e só votei 2 ou 3 vezes no
PS para a Câmara e outras tantas para a junta de freguesia, em quase uma dúzia de
eleições autárquicas.
Já escrevi, por aqui e na imprensa local, muitas críticas ao poder
autárquico do PS e fiz oposição ao mesmo, na Assembleia Municipal, por uma meia
dúzia de anos, mas nunca me senti perseguido ou impedido de manifestar as
minhas críticas ao longo poder “socialista”.
Fiquei surpreendido com a escolha do PSD para a candidatura, como se
não houvesse por cá gente, dessa área política, com condições para disputar as
eleições locais.
Essas afirmações veem confirmar a meu espanto por essa escolha.
Considero, aliás, que este é um autêntico “tiro no pé” do PSD e do CDS
locais, num ano em que até existem condições para disputar, de forma renhida, o
poder “socialista”, mas, se há novidades, elas não veem da coligação de
centro-direita.
Parece que, desta vez, dominou o espírito provinciano e futebolístico
de apostar em figuras públicas, da “rádio e da TV”, pouco conhecedoras da
realidade local e com pouca ligação ao meio.
Ao que parece, o candidato andou a estudar por cá, nos tempos da
juventude , tal como aconteceu a muito boa gente da sua geração dos concelhos
vizinhos, sem que dele se conheça qualquer ligação posterior à vida do concelho, a não
ser uns escritos no jornal “Badaladas”, a partir do seu lugar como deputado,
mera propaganda política sem qualquer conteúdo de interesse local.
Mas, o pior de tudo, foram as tais afirmações, descrevendo este concelho
como uma espécie de ilha totalitária, onde domina a perseguição e o terror
político.
Quando não se apresentam ideias novas, argumenta-se com o absurdo.
Ainda bem, para quem é dessa área política, que o centro direita tem duas alternativas credíveis a essa triste candidatura vazia de ideias.
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