Voltamos hoje à divulgação de dados sobre a evolução mensal do Covid-19 no
mundo, ao longo do mês de Novembro, comparando os dados divulgados pela OMS e
registados em 31 de Outubro último, com os de 30 de Novembro passado.
Os dados relativos ao total de países da União Europeia (Europa dos 27 +
Grã-Bretanha), referentes a 30 de Novembro, foram retirados do site do Centro
Europeu para Controle e Prevenção de Doenças (ECDPS).
Tal com anteriormente, continuamos a ter por base o registo de dados de um
grupo de 35 de países.
(Podem clicar AQUI para poderem consultar
os 20 post’s anteriores).
Como veremos, este foi um mês bastante trágico, pelo menos no continente
Europeu.
Começamos, como é habitual, pela lista do número de mortos registados até à
data de 30 de Novembro, embora os dados possam ter um atraso de um ou dois
dias:
TOTAL DE MORTOS POR COVID-19 em todo o MUNDO – 1 456 687 (1 182 747
no mês anterior).
União
Europeia [27+RU] – 321 998 (subiu 1 lugar);
Estados Unidos – 263 946;
Brasil – 172 561;
Índia – 137
139;
Reino Unido – 58 245;
Itália – 54 904;
França – 51 965;
Irão
– 47 875 (subiu 1 lugar);
Espanha – 44 668;
Rússia – 39 895;
África do
Sul – 21 477;
Bélgica – 16 547;
Alemanha – 16 248;
Turquia – 13 558;
Canadá – 11 976;
Holanda – 9 336;
República Checa – 8 138 (subiu 2 lugares e ultrapassou a média
mundial);
MÉDIA MUNDIAL POR PAÍS – 7 470
(6 065 no mês anterior);
Suécia – 6 681;
China – 4 750;
PORTUGAL
– 4 427 (2 428 há um mês) (subiu 1 lugar);
Suíça – 4 236 (subiu 1 lugar);
Áustria
– 2 904 (subiu 3 lugares);
Israel – 2 831;
Grécia
– 2 321 (subiu 4 lugares);
Japão
– 2 119 (subiu 1 lugar);
Irlanda – 2 052;
Austrália – 907
(= ao mês anterior);
Dinamarca – 829;
Palestina – 807;
Coreia do
Sul – 526;
Finlândia – 393;
Angola
– 346 (subiu 1 lugar);
Noruega – 328;
Cuba – 134;
Islândia
– 26 (subiu 1 lugar).
Nova Zelândia – 25 (= ao mês anterior);
A Vermelho assinalamos os países que registaram uma subida de posição no
trágico “ranking” da mortalidade. Assinale-se o caso da União Europeia que
ultrapassou o número de mortos dos Estados Unidos, com mais de 100 mil mortos
ao longo do mês de Novembro. A situação de agravamento foi acompanhada por
vários países europeus, com destaque para a República Checa, a Áustria e a
Grécia, países que ainda há poucos meses eram indicados como “exemplares” ou
“inteligentes” Portugal acompanhou essa tendência, quase duplicando o número de
votos ao longo do último mês.
Não se registaram óbitos ao longo do mês de Novembro na Austrália e na Nova
Zelândia.
O número acumulado de mortos não nos permite, só por si, observar o ritmo
de crescimento da mortalidade.
Em baixo registamos o crescimento percentual de mortes registadas ao longo deste
mês, podendo observar os países onde esse crescimento é maior, mais rápido e
mais preocupantes e aqueles que registam um maior abrandamento (entre
parênteses, velocidade de crescimento no anterior mês de Setembro).
A vermelho assinalamos os países que passaram para um patamar pior do que aquele em
que estavam no mês anterior, e a verde os que desaceleraram, descendo de patamar. A preto os que se mantiveram no
mesmo patamar do mês anterior. A sublinhado os que subiram na posição
relativa.
No geral houve um acelerar no crescimento da mortalidade
Situação
“descontrolada”
(crescimento mensal da mortalidade acima dos 50%):
Grécia- 277,39 (60,57);
República Checa – 184, 34 (363, 10);
Áustria – 172,93 (34,68);
Islândia – 116,66 (20 ) (subiu 9 patamares,
embora partindo de uma base muito baixa, passando de 12 para 26 óbitos);
Suíça –
113,50 (68,27);
PORTUGAL – 82,33 (24,06)
(subiu 5 patamares);
Alemanha – 57,02 (9,97);
Velocidade
de crescimento “preocupante”
(entre 20% e 50%):
UNIÃO
EUROPEIA – 46,87;
Bélgica – 46,33 (13,27);
Palestina – 45,93 (51,09);
França – 45,48 (13,00);
Rússia – 44,25 (34,61);
Itália – 44,02 (6,33);
Irão – 38,85 (32,67);
Turquia-
34,25 (25,26);
Holanda – 28,63 (13,92);
Reino Unido – 26,74 (9,41);
Angola – 25,81 (56,25 );
Espanha- 25,33 (14,11);
“Velocidade” média MUNDIAL – 23,16 (17,86);
Japão – 20,74 (12,21);
Evolução
“lenta”, mas ainda perigosa
(entre 10 e 20%):
Canadá- 18,88 (8,57);
Noruega – 16,72 (2,55);
Estados Unidos – 16,18 (11,43);
Dinamarca – 15,78 (10,32);
Coreia do Sul –13,36 (12,34);
Israel – 12,96 (73,30);
Índia – 12,74 (24,76);
Suécia – 12,58 (0,91);
África do Sul – 12,06 (15,64);
Finlândia – 11,01 (2,60);
Ritmo
aceitável, mas ainda não controlado (crescimento entre 5 e 10%):
Irlanda
–7,88 (5,54);
Brasil – 5,98 (11,90);
A
caminho da “extinção” (abaixo de 5%):
Cuba – 4,68 (4,91);
China – 0,08 (0);
Austrália – 0 (2,83);
Nova Zelândia – 0 (0);
A mortalidade a nível mundial continua preocupante, com uma acentuada
aceleração.
Foram muitos os países que viram a sua situação a piorar, registando
acelerações significativas, como foi o caso de Portugal que subiu para o pior de todos os
patamares, embora “bem acompanhado” por países como a Áustria e a Alemanha.
O crescimento de infectados também conheceu uma acentuada aceleração ao
longo do mês de Novembro.
Registamos aqui o ritmo de crescimento percentual de novos casos ao longo
deste último (entre parêntesis, a velocidade de propagação registada no mês
anterior).
A vermelho registamos os países
com um crescimento superior a 100% e/ou que subiram de patamar e a verde os que desceram de patamar:
Crescimento
Descontrolado
(crescimento mensal de infectados acima dos 50%):
Grécia-
193,46 (100,54);
Áustria
– 189,17 (119,20);
Itália
– 157,08 (98,03);
Suíça-
119,30 (175,20);
PORTUGAL
– 112,29 (79,14);
Alemanha
– 110,90 (73,85);
Suécia-
100,65 (33,26);
UNIÃO
EUROPEIA – 83,22
Noruega
– 82,24 (39,18);
Dinamarca -80,20
(62,65);
França –
74,26 (141,15);
República
Checa- 67,61 (370,06);
Reino Unido
– 67,53 (119,98);
Canadá
– 59,62 (47,16);
Finlândia-
58,22 (59,91);
Holanda- 56,93
(188,63);
Irão-
56,82 (33,35);
Crescimento
Preocupante
(entre 20 e 50% num mês):
Palestina –
49,50 (29,19);
Rússia –
48,10 (37,00);
Estados
Unidos – 47,78 (25,09);
Angola – 47,07 (114,07);
Bélgica – 47,00 (240,24);
Espanha- 40,35 (61,91);
Ritmo de crescimento Mundial – 38,15 (34,98);
Turquia
– 33,30 (17,40);
Japão-
31,59 (14,06);
Coreia
do Sul – 29,00 (11,33);
Cuba- 21,05
(22,96);
Crescimento
ainda não controlado
(entre os 10 e os 20%)
Irlanda – 19,80 (70,43);
Índia – 15,90 (30,67);
Brasil – 14,48 (15,78);
Islândia – 14,02 (77,20);
Em
desaceleração
(entre os 5 e os 10%):
África do
Sul – 9,13 (7,45);
Israel – 6,22 (36,65);
Nova
Zelândia – 6,18 (8,17);
Praticamente
extinto
(abaixo dos 5%)
China –1,71 (0,93);
Austrália – 1,12 (1,91);
É de registar a quantidade de países a vermelho e de países com um ritmo de
crescimento mensal superior a 100%.
Em Portugal a situação continuou a agravar-se, registando uma aceleração
mensal superior aos 100% e ocupando o 5º pior lugar.
Outro modo de analisar a situação é observar
a percentagem de falecidos em relação ao total de infectados, que pode ser
revelador da melhor ou da pior resposta do Sistema de Saúde de cada país, da
melhor ou pior actuação das autoridades, sem esquecer ainda outros factores que
podem interferir, como a capacidades imunológicas da população, hábitos, envelhecimento,
clima ou genética.
Situação
“negativa e trágica”
(mortalidade acima dos 10% dos infectados):
(nenhum dos países
observados está, por agora, nesta situação).
Situação
“preocupante”
(entre os 5 e os 10%):
Irão – 5,04% de mortos em relação ao número de infectados registados;
China – 5,08;
Situação
“aceitável” (entre 5 e 2,5%) :
Reino Unido
– 3,60;
Itália – 3,46
Canadá – 3,28;
Austrália –
3,25;
Bélgica –
2,87;
Irlanda – 2,84; BCG
Espanha – 2,74;
Brasil – 2,74;
Suécia –
2,74;
Turquia – 2,74;
África do
Sul – 2,72;
Média da União Europeia (27+1 RU) – 2,45;
França – 2,38;
Média MUNDIAL – 2,33 (2,62 no mês anterior);
Angola – 2,29;
Estados Unidos – 2,01;
Situação
“boa” (abaixo de 2,5%):
Grécia – 2,22; BCG
Holanda –
1,80;
Rússia – 1,73;
Cuba – 1,63;
Finlândia – 1,59;
República Checa – 1,56; BCG
Alemanha – 1,54;
Coreia do Sul – 1,53;
PORTUGAL– 1,50
(1,83 no mês anterior); BCG
Nova Zelândia – 1,47;
Índia – 1,45;
Japão – 1,44;
Suíça -1,33;
Dinamarca – 1,04;
Noruega – 0,94; BCG
Áustria – 0,75;
Israel – 0,85;
Palestina – 0,83;
Islândia – 0,48; BCG
Ao contrário dos quadros anteriores, este é um dos que tem evoluído
positivamente, mostrando que o aumento e aceleração de casos nesta segunda vaga
não está a provocar tanta mortalidade como a primeira, na relação com o aumento
de casos, talvez porque a média etária de infectados é agora mais baixa.
Este é um dos quadros que melhor consegue aferir sobre a eficácia na
resposta à crise.
Neste caso é positiva a posição de Portugal, melhor que a média Europeia e Mundial.
Apesar de uma população envelhecida, de ilhas de pobreza, de um sistema de
habitação em situação crítica, da tentativa de destruição do Sistema Nacional
de Saúde nos tempos da Troika, comparativamente com a situação de países mais
ricos e em situação mais favorável, é caso para dizer que, até agora, apesar de
tudo, Portugal é um dos países mais resilientes ao efeito da pandemia.
Pensamos que será o resultado deste ranking, quando estiver tudo
devidamente contabilizado e ultrapassada a pandemia, que nos vai mostrar a
verdadeira dimensão da eficácia da resposta de cada país a esta crise, e
Portugal, por enquanto, parece ser um dos que se está a sair melhor na resposta
à crise.
Sem mais comentários, fiquem com os dados e tirem as vossas conclusões.
Voltaremos agora só daqui a um mês, com nova divulgação e análise dos
dados.