A vitória do Syriza na Grécia é a última oportunidade para travar este
desastroso caminho que tem sido seguido na Europa nos último anos, por
imposição de políticos corruptos e ignorantes, sob a liderança de Merkel, do
banco central alemão, do Eurogrupo e da Comissão Europeia, nomeadamente
enquanto esta foi liderada por Barroso, que apenas se preocupam em agradar à
máfia do sistema financeiro (os tais “mercados”) e nos tem vendido a mentira do
caminho único da austeridade, do empobrecimento, do desemprego, do emprego
precário, dos cortes brutos em pensões e ordenados e da destruição do Estado
Social como via para a “salvação” da Europa.
A vitória do Syriza é também a última oportunidade para salvar a
democracia na Europa, pois só há democracia com alternativas e a vitória do Syriza
mostra que se pode fugir ao destino que nos traçaram da alternância do centrão,
onde se mudava de liderança para que tudo continuasse na mesma. Se o Syriza
falhar como alternativa ao colete de forças da austeridade a extrema-direita já
aí está à espreita (os neo-nazis ficaram em terceiro lugar nas eleições gregas),
não só na Grécia, mas um pouco por toda a Europa.
A vitória do Syryza pode ser também a última alternativa para salvar o
euro e a Europa, pois pode obrigar o BCE e a União Europeia a mudarem de
política económica e financeira, recuperando o apoio dos cidadãos e afastando a
idéia de que o euro é uma moeda que só pode agravar as condições de vida dos
cidadãos e dos trabalhadores que vivem nos países do eurogrupo (com a excepção
da Alemanha e da Finlândia…).
Pode até acontecer que, se o BCE e a Comissão Europeia continuarem no
caminho da pressão e da chantagem sobre os gregos, a Grécia opte por abandonar
o euro e, depois de alguns meses de turbulência, a Grécia, com uma moeda
própria, venha a recuperar a sua economia e melhorar as condições de vida dos
seus cidadãos, o que descredibilizava totalmente a chantagem da mensagem
catastrófica que os defensores da manutenção da austeridade têm vindo a fazer
para nos obrigarem a aceitar o nosso empobrecimento para salvar o euro.
Por último, seria bom que os nosso comentadores do costume, os pequenos
“gobelzinhos” da propaganda “austeritária”, deixassem de fazer confusão, não
sei se por ignorância, se por pura má-fé, entre esquerda radical e
extrema-esquerda, coisas bem diferentes.
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