A Rússia ataca a Ucrânia. É uma Grave violação do Direito Internacional.
Israel, depois de já ter
atacado a Síria e o Líbano, ataca o Irão. Estão a “defender a Democracia”.
A Rússia desculpa-se pela
invasão com a presença de grupos neonazi que dominam o poder da Ucrânia,
situação comprovada por fontes independentes, e perseguem, desde 2014, as populações de
origem russa, cometendo crimes de guerra contra essas populações (cerca de 10
mil em 8 anos), como aconteceu em Odessa.
Israel desculpa-se, para
bombardear o Irão, com o apoio do regime dos aiatolas a grupos terroristas como
o Hamas e outros que atacam Israel.
A Rússia, onde estão proibidos
vários partidos políticos, assassina adversários políticos e mantém em prisão
muitos outros é uma ditadura.
A Ucrânia que proibiu mais de
uma dezena de partidos com a desculpa de serem pró russos, que persegue e
assassina populações russófona e opositores desde 2014, é uma “democracia”.
O Irão, que persegue mulheres
e opositores em nome da religião há anos, é uma autocracia religiosa.
Israel que pratica apartheid
contra os palestinianos, obrigados, há décadas, a abandonar as suas terras e
casas, enviado para ghettos, sem liberdade de circulação na sua própria terra,
com grandes limitações para usufruírem dos mesmos direitos dos israelitas é a “única democracia do região”.
Os russos bombardeiam a Ucrânia,
atingindo hospitais, escolas e edifícios civis, raramente matando mais de uma
dezena de civis por dia, praticam crimes de guerra.
Os israelitas bombardeiam
Gaza, atingindo deliberadamente hospitais, escolas e edifícios civis, raramente
matando menos de uma centena de civis, estão a "defender a democracia" e a defender-se dos terroristas.
Os ucranianos recebem do
ocidente ajuda militar para enfrentar a invasão russa. Quem vier com “conversas
pacifistas” é um “apoiante de Putin”.
Os palestinianos não recebem
ajuda humanitária porque esta “beneficia o Hamas” e se alguém falar em armar os
palestinianos para se defenderem da agressão de décadas por parte de Israel,
estão a “defender o terrorismo”.
O Batalhão Azov e outros grupos extremistas estão em roda livre, desde 2014, na Ucrânia, infiltrados nas forças armadas e de segurança e na maior
parte dos partidos legais que dominam o parlamento, em muitos caso em cargos de liderança.
São “heróis”.
O Hamas, cujo crescimento e
acção foram facilitados por Israel para “tramar” a autoridade palestiniana,
assim como outros grupos jihadistas que combatem Israel, são considerados, e
bem, grupos terroristas (Sabe-se entretanto que Israel está a apoiar grupos jhiaditas, rivais
do Hamas, para combater estes, grupos esses tão terroristas como o Hamas).
A Rússia, quando efectou bombardeamentos
e ataques perto de centrais nucleares ucranianas, foi um “escabeche” danado, um
alarmismo desmedido, entre as lideranças ocidentais e os comentadores de
serviço.
Agora que Israel bombardeia
directamente centrais nucleares iranianas, é o silêncio, a desvalorização e/ou
a procura de justificações esfarrapadas por parte do “ocidente” e dos mesmos
comentadores. Se calhar a vida das populações em risco com essas acções tem
valor diferente. Um Europeu e um “cristão” “radioactivo” vale mais que mil muçulmanos,
árabes ou persas, "radioactivos".
No meio de tudo isto, a
Ucrânia continua a apoiar, no mínimo pela abstenção, as acções criminosas de
Israel, o que não deixa de ser tristemente irónico. Mais um prego na
credibilidade da liderança ucraniana.
Resumindo e concluindo: as
lideranças europeias e os seus proxies na nossa comunicação social, estão em
força a branquear o governo criminoso de Israel, usando argumentos que são
exactamente os opostos que usam para a guerra na Ucrânia.
Quem perde? Para além da
verdade, o povo palestiniano, os judeus, que perdem toda a credibilidade que
ganharam como vítimas do Holocausto e séculos de perseguição, e não vão ter paz
nas próximas décadas, o causa ucraniana, porque fica evidente para todos o
mundo os dois pesos e duas medidas usados pelas lideranças ocidentais. Perde a
ONU, e todas as organizações humanitárias, cada vez mais isoladas na sua acção.
Quem ganha? A liderança
criminosa de Israel, que desvia a atenção dos crimes cometidos em Gaza, os
yatolas radicais do Irão, que vão aumentar a sua força na defesa do Irão e o
próprio Hamas que ganha "razão" para o seu ódio a Israel, e outro criminoso,
Putin , que surge como "defensor da paz" e do "direito
internacional" (!!??).
Perdem também os pacifistas,
olhados agora, com os argumentos falaciosos do costume, como “sionistas” e “apoiantes”
do Hamas ou de Putin,.
Pois! também ganham os negociantes de armas, as petrolíferas e o sector financeiro que está na base de tudo isto.