A partir de agora, quando se
discutirem salários, pensões e a justa
remuneração de quem trabalha, nada voltará a ser como dantes.
Vai passar a haver um antes e
um depois de “Alexandra Reis”.
O caso Alexandra Reis foi a
gota de água que veio desmascarar a lengalenga de comentadores, economistas, governantes, e instituições europeias, quando
algum sindicato, trabalhador ou pensionista revindicam por justiça salarial ou
da pensão.
Lembram-se o que muita dessa
gente disse quando se discutiu o cumprimento da lei para aumentar as pensões ou
os salários?
A velha desculpa do “irrealismo”
ou a nova desculpa do “passo à frente da perna” já não vai pegar.
Também deixa de haver espaço,
de uma vez por todas, para medidas de austeridade à custa dos salários e das
pensões.
Quando um administrador de uma
empresa pública, ao fim de 4 anos de trabalho, de onde sai de forma pouco clara,
transitando ao fim de 3 meses para outra empresa pública e desta para um cargo
governativo, funções pelas quais já beneficia de chorudo ordenado, ainda recebe
uma indemnização de 500 mil euros, e quando se sabe que não foi caso único, e
até já houve quem fosse indemnizados com o dobro, não se pode ouvir mais a
desculpa do costume do “irrealismo” das revindicações salariais de quem trabalha.
Ainda por cima num dos países da
União Europeia onde os salários e as pensões já são dos mais baixas.
Ainda por cima quando essa empresa
pública cortou nos salários dos seus trabalhadores e recebeu ajuda dos
contribuintes para se reestruturar.
O que se soube sobre a escandalosa
indemnização não é novo, é apenas a ponta do iceberg do que se passa com as administrações
de empresas públicas, da banca, que recebeu ajuda pública dos contribuintes
para sobreviver, e de muitas grandes empresas privadas em dificuldade, sempre à
“mama” da ajuda estatal.
Recordo-me de uma empresa
local, em dificuldades, que cortava nos ordenados dos seus trabalhadores, os
despedia e acabou por encerrar mas que, durante anos, nas mãos da banca, os
administradores nomeados por esta, sempre que chegavam, a primeira coisa que
faziam era aumentar os seus próprios salários e renovar a frota automóvel da
administração.
Nada do que se passou com
Alexandra Reis é novo, mas foi a gota de água para todos, trabalhadores,
pensionistas, cidadãos contribuintes, dizermos basta e deixar de ir na cantiga “austeritária”
que nos é vendida por economistas, comentadores, governantes e instituições europeias.
Nem que seja por termos todos
abertos os olhos de vez, até é caso para dizer: “Obrigado Alexandra Reis”!!!
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