Pessoalmente, recordo dois filmes que retratam, na perfeição, o que se passou há 75 anos, no Dia D, aquele que iniciou a rápida derrocada do poder nazi na Europa.
Até esse dia, os britânicos, no início, e os soviéticos, a partir de 1942, foram os único a enfrentar o poder das tropas de Hitler.
Com a abertura dessa nova frente, depois de, a partir de Novembro de 1942, as tropas soviéticas terem começado a contra-ofensiva que só terminou em Abril de 1945 com a conquista de Berlim, as dificuldades de resistência do exército nazi acentuaram-se.
Abria-se assim, não a segunda frente da ofensiva aliada, com é habitual referir-se, mas a terceira, se tivermos em conta a invasão da Itália por tropas aliadas desde Setembro de 1943.
É vasta a filmografia que relata esse famoso dia D de 6 de Junho de 1966, mas, quanto a nós existem dois filmes que relatam, com bastante realismo, o drama desse acontecimento.
Um é o clássico O DIA MAIS LONGO, de Darryl F. Zanuck, de 1962, aquele que contribui para a minha geração, a primeira que viveu sem guerra na Europa, sentir e conhecer o que foi aquele dia decisivo.
Este é, talvez, o mais realista de todos, sendo muitas vezes confundido com um documentário, tal o realismo das cenas, que ainda hoje surpreendem e são muitas vezes confundidas com a realidade.
O DIA MAIS LONGO
Outro filme, muito mais recente, e que beneficiou de um aparato tecnológico desconhecido até então, é O RESGATE DO SOLDADO RAYAN, de Steve Spielberg, de 1998.
Neste filme quase que somos transportados para o meio do conflito e, de meros espectadores, quase nos transformamos naqueles soldados, sentindo as balas a assobiarem à nossa volta, a dor das feridas, o cheiro da morte e o desespero do medo, dando-nos uma imagem muito pouco romântica da guerra.
O RESGATE DO SOLDADO RAYAN
O realismo desses filmes é, assim, uma autêntica viagem no tempo, para nos "juntarmos " àqueles soldados que contribuíram para, até hoje, acabar com a guerra em solo europeu (embora a Jugoslávia e a Ucrânia aí estejam para nos recordar que a guerra pode voltar em qualquer momento).
A melhor maneira de respeitar os milhares que caíram pela liberdade da Europa, na frente leste, na frente ocidental ou na frente sul, é continuarmos a defender uma Europa democrática e onde se possa continuar a viver sem conhecer os horrores da guerra, algo que parece começar a ser esquecido por uma geração que beneficiou desse clima de paz e liberdade que se começou a desenhar nas praias da Normandia.
Sem comentários:
Enviar um comentário