Parece que a táctica do governo de Israel de “pesca de arrasto”, para apanhar presumíveis terroristas, está a servir de modelo para acções policias do governo português.
A táctica Israelita é a
seguinte: presume-se que um presumível “terrorista”, assim classificado pelo
governo israelita, vive num determinado bairro, então bombardeia-se o bairro e
fica-se com a certeza que se eliminou o dito “terrorista”, de preferência junto
com toda a família, pais, filhos, esposa, primos e tios, e já agora todos os
moradores do bairro, transformados em “danos colaterais” .
Ao que parece, a moda está a
pegar por cá, adoptada em acções policias de “combate ao crime”.
Não há mortes, embora por
vezes as coisas não corram bem, como já aconteceu pontualmente em certos
bairros ditos problemáticos, mas há humilhação e ameaças a habitantes de bairros
inteiros, onde vivem alguns presumíveis criminosos suspeitos.
Mais grave ainda, alinha-se no
preconceito semeado pela extrema-direita em relação aos “estrangeiros” (não
todos, se forem oligarcas de leste, especuladores financeiros em lavagem de
dinheiro e especulação imobiliária ou mafiosos ocidentais, as
acções, se existem, são discretas, sem incomodar muito os bairros chiques onde
essa gente vive), e escolhem-se os bairros onde esses “estrangeiros” vivem.
Depois, com estrondo e
aparato, encostam-se todos os habitantes e pessoas que ali circulam, com ar de
estrangeiro, à parede, e revistam-se, e pode ser que a táctica da pesca por
arrasto dê alguns frutos.
Azarito!! “Apanharam” um
pequeno traficante como umas gramitas e uma arma ilegal, e está justificado o
aparato da operação. Azarito ainda maior, afinal o “perigoso” criminoso, apanhado
por acaso, não é emigrante, é português!!!???
Provávelmente teriam mais
êxito se usassem o mesmo método em certos bairros chiques de Lisboa, em ruas de
bares frequentados por nómadas digitais ou por “jovens liberais”.
Experimentem o mesmo método
nas festas da cidade, nos desfiles e festas de Carnaval e verão a surpresa que
vão ter!!!
Pelo resultado, percebe-se que
o objectivo não é apanhar criminosos mas, pura e simplesmente, intimidar e
humilhar comunidades inteiras, fazendo um servicinho à extrema-direita xenófoba,
talvez acreditando que tiram daí dividendos políticos, retirando argumentos a
essa mesma extrema-dirieta.
Tenho uma má notícia. Quem tentou fazê-los por outras bandas só contribuiu para “normalizar” essa ideologia e dar-lhes “razão”, contribuindo para o seu crescimento eleitoral.
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