Cada vez desconfio mais da objectividade e das “boas
intenções” de estudos de organizações como a OCDE.
Esses estudos, para além de revelarem um conhecimento
parcial das “realidades” ou dos países que “estudam”, parecem basear-se em
dados parciais e manipulados, muitas vezes aqueles que os próprios governos
lhes fornecem.
Aliás, é significativo que o "estudo" agora publicado tenha sido hoje apresentado com o próprio interessado nas suas conclusões, Passos Coelho, sentado na mesa da conferência de apresentação, situação reveladora da "independência" desse relatório.
Aliás, é significativo que o "estudo" agora publicado tenha sido hoje apresentado com o próprio interessado nas suas conclusões, Passos Coelho, sentado na mesa da conferência de apresentação, situação reveladora da "independência" desse relatório.
Para além disso, esses estudos revelam quase sempre um forte
preconceito contra trabalhadores, sindicatos, direitos sociais, e uma grande
parcimónia para com especuladores financeiros, lucros do grande capital, muitos deles
de origem duvidosa, ou para com os paraísos fiscais e a corrupção fiscal.
Aliás, o modelo que essas instituições, às quais podemos
juntar um FMI, um BCE ou uma Comissão Europeia, parecem defender como modelo de
“desenvolvimento”, pelo menos para o sul da Europa, é o modelo de trabalho e
condições sociais e salariais de um Bangladesh ou de uma China.
Mas nada disso é de admirar se tivermos em conta que os
burocratas, que são contratados para essas instituições, todos eles muito bem
pagos e sem contacto com a realidade dos cidadãos europeus, passam pelo crivo da ideologia neoliberal
dominante em universidades de economia de onde saem esses quadros, com uma
visão formatada da sociedade, do mundo do trabalho, do mundo empresarial e financeiro.
Quem pensar fora da lógica do sistema neoliberal nunca encontrará emprego nessas instituições.
Quem pensar fora da lógica do sistema neoliberal nunca encontrará emprego nessas instituições.
Não é por isso de admirar a coincidência entre os estudos
dessas instituições e a as opiniões políticas dominantes na União Europeia.
Sobre o assunto merece alguma atenção a audição da crónica de hoje de Nicolau Santos, as Contas do Dia, na Antena 1:
1 comentário:
Que enormes sacanas...
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