Pedras Rolantes
Os dias que rolam, numa visão plural, pessoal e parcial de um mundo em rápida mutação. À esquerda, provocador e politicamente incorrecto, mas aberto à diversidade...as Pedras Rolam...
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Quando o Governo de Portugal adopta a táctica da “pesca de arrasto” de Israel.
Parece que a táctica do governo de Israel de “pesca de arrasto”, para apanhar presumíveis terroristas, está a servir de modelo para acções policias do governo português.
A táctica Israelita é a
seguinte: presume-se que um presumível “terrorista”, assim classificado pelo
governo israelita, vive num determinado bairro, então bombardeia-se o bairro e
fica-se com a certeza que se eliminou o dito “terrorista”, de preferência junto
com toda a família, pais, filhos, esposa, primos e tios, e já agora todos os
moradores do bairro, transformados em “danos colaterais” .
Ao que parece, a moda está a
pegar por cá, adoptada em acções policias de “combate ao crime”.
Não há mortes, embora por
vezes as coisas não corram bem, como já aconteceu pontualmente em certos
bairros ditos problemáticos, mas há humilhação e ameaças a habitantes de bairros
inteiros, onde vivem alguns presumíveis criminosos suspeitos.
Mais grave ainda, alinha-se no
preconceito semeado pela extrema-direita em relação aos “estrangeiros” (não
todos, se forem oligarcas de leste, especuladores financeiros em lavagem de
dinheiro e especulação imobiliária ou mafiosos ocidentais, as
acções, se existem, são discretas, sem incomodar muito os bairros chiques onde
essa gente vive), e escolhem-se os bairros onde esses “estrangeiros” vivem.
Depois, com estrondo e
aparato, encostam-se todos os habitantes e pessoas que ali circulam, com ar de
estrangeiro, à parede, e revistam-se, e pode ser que a táctica da pesca por
arrasto dê alguns frutos.
Azarito!! “Apanharam” um
pequeno traficante como umas gramitas e uma arma ilegal, e está justificado o
aparato da operação. Azarito ainda maior, afinal o “perigoso” criminoso, apanhado
por acaso, não é emigrante, é português!!!???
Provávelmente teriam mais
êxito se usassem o mesmo método em certos bairros chiques de Lisboa, em ruas de
bares frequentados por nómadas digitais ou por “jovens liberais”.
Experimentem o mesmo método
nas festas da cidade, nos desfiles e festas de Carnaval e verão a surpresa que
vão ter!!!
Pelo resultado, percebe-se que
o objectivo não é apanhar criminosos mas, pura e simplesmente, intimidar e
humilhar comunidades inteiras, fazendo um servicinho à extrema-direita xenófoba,
talvez acreditando que tiram daí dividendos políticos, retirando argumentos a
essa mesma extrema-dirieta.
Tenho uma má notícia. Quem tentou fazê-los por outras bandas só contribuiu para “normalizar” essa ideologia e dar-lhes “razão”, contribuindo para o seu crescimento eleitoral.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
Comunicado dos Curdos da Síria (em espanhol)
DAANES: Sentando las bases de una Siria Democrática ( ENG)
Consejo Ejecutivo del Congreso Nacional de Kurdistan KNK
* -Congreso Nacional del Kurdistán (KNK)
1- Partido de la Unión Democrática.
2- Partido Democrático Verde.
3- Partido de la Paz y la Democracia de Kurdistán.
4- Partido Liberal de Kurdistán.
5- Partido Comunista de Kurdistán.
6- Partido Democrático de Kurdistán.-Siria
7- Partido Democrático Sirio Kurdo.
8- Partido de Izquierda Kurda en Siria.
9- Partido de la Izquierda Democrática Kurda en Siria.
10- Partido del Futuro de Siria.
11- Partido del Cambio Democrático de Kurdistán.
12- Partido de la Renovación de Kurdistán.
13- Unión de Trabajadores de Kurdistán.
14- Autoridad Nacional Árabe.
15- Partido de la Modernidad y la Democracia para Siria.
16- Partido Sirio Kurdo del Acuerdo Democrático.
17 – Movimiento de la Reforma Siria.
18 – Partido democrático Asirio.
19 – Partido de la hermandad de Kurdistán.
20 – Partido Democrático kurdo en Siria Roj.
21 – Movimiento de la Sociedad Democrática.
22 – Kongra Star- Congreso del Movimiento de Mujeres.
23 – Partido Conservador.
24 – Partido de la Lucha Democrática.
25 – Movimiento del Futuro de Kurdistán.
26 – Partido Democrático de Kurdistán -Kurdistán Occidental.
27 – Cuerpo de Coordinación Nacional. Movimiento del Cambio Democrático.
28 – Partido de la Unión Siriaca.
29 – Partido del Encuentro Nacional Kurdo.
30 – Partido Democrático Kurdo en Siria.
31 – Partido de la Unidad Democrática en Siria.
32 – Corriente Revolucionaria de Izquierda en Siria.
33 – Partido de Siria.
34 – Partido de la Patria Siria.
Rue Jean Stas 41
1060 Brussels
Tel: +32 2467 3084
Website: http://knk-kurdistan.com
Email: kongrakurdistan@gmail.com
X: #kongrakurdistan
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
O 25 de Novembro dos pequeninos
Anda por aí um grande reboliço à volta das comemorações do 25 de Novembro.
Uma certa direita revanchista
e intolerante, apoiada na ignorância atrevida das redes sociais, pretende fazer dessa data uma espécie de
anti-25 de Abril, tentando reescrever a história.
Muito do que se passou nesse
tempo ainda é desconhecido ou vive sob uma cortina de fumo lançada pelo combate
e pelo preconceito ideológico que marcavam a época e, hoje, cada vez mais,
marcam a interpretação desses factos.
Contudo, já existe um bom
leque de historiadores que nos esclareceram, de forma objectiva sobre o
verdadeiro significado dessa data, um Pacheco Pereira, uma Irene Flunser
Pimentel, uma Maria Inácia Rezola, um António Costa Pinto…., sem esquecer a
memórias de muitos protagonistas, de um Vasco Lourenço a um Salgueiro Maia, de
um Costa Gomes a um Victor Alves, e tantos outros.
Por eles, pelo menos, ficamos
a saber o que não foi o 25 de Novembro:
Não foi o tão apregoado fim do
PREC ou do Gonçalvismo. Estes já estavam em declínio ou arredados do poder;
Não foi uma tentativa de
tomada do poder pelo PCP, este apenas pretendia garantis a sua influência junto
dos sindicato e de certos sectores do Estado;
Não foi uma tentativa de
controle soviético do país, pois essa não era o objectivo do poder soviético
para Portugal;
Não foi um golpe de estão
esquerdista, apenas um protesto mal amanhado de uma parte militar;
Não foi o fim das conquistas
do 25 de Abril;, pois estas foram consagradas na Constituição de 1976;
Não foi o regresso do
“fascismo”, pois o grupo revanchista que se colou ao 25 de Novembro, o de Jaime
Neves e outros, foi igualmente travado nessa data;
Não foi a vitória da
democracia sobre o “totalitarismo”, pois não, só não existia um regime
totalitário, como a democracia só se viu totalmente consagrada e consolidada
entre 1976 e 1981;
Tudo isso são mitos cridos por
ambos os lados da barricada.
Não foi muitas outras coisas
que vamos ouvir hoje a ser dita na Assembleia da República nas bancadas mais à
direita….
Quanto muito o 25 de Novembro
foi o momento de recolocar nos carris o projecto inicial do 25 de Abril, que só
se completaria em 1976 com as eleições para os vários órgãos de poder
democrático e popular e a aprovação da Constituição.
O 25 de Abril foi um dia
inicial, o 25 de Novembro foi um dia de passagem a caminho desses objectivos
iniciais.
Fazer do 25 de Novembro aquilo
que alguma direita pretende, e apoucar a sua verdadeira dimensão, é fazer um 25
de Novembro dos “pequeninos”.
O RESPIGO DA SEMANA : "O que se está a comemorar não é o 25 de Novembro...", por José Pacheco Pereira
"A mistificação histórica e política do 25 de Novembro apouca-o, porque o seu significado real justificava uma comemoração digna nos seus 50 anos, em 2025, mais aquilo que traduz esta capa do Diabo, a ideia de que a liberdade e a democracia nasceram impolutas apenas no 25 de Novembro de 1975. O 25 de Abril não dera aos portugueses a “verdadeira liberdade”.
Era isto que, em 1974 e 1975,
diziam, afirmavam e em função disto actuavam os partidários da ditadura que, de
1926 a 1974, oprimia os portugueses. Estas frases têm implícitas várias
afirmações. Uma é de que não falo de “saudosistas” da ditadura, porque a
palavra é mole. Eram muito mais que “saudosistas”. E digo oprimir porque,
durante 48 anos, os portugueses não mandavam no seu país, naquela que foi a
mais longa ditadura da Europa no século XX, com excepção da URSS. Não é pouco,
é muito, e a capa do Diabo glorifica esse muito, mistificando o que aconteceu no
25 de Novembro de 1975 para atacar o 25 de Abril.
Há quem vá dizer que uma coisa é
o Diabo, outra o “espírito” do 25 de Novembro, que seria o que presidiria às
comemorações da Assembleia da República. Infelizmente para a nossa democracia
não é verdade.
Começo por perguntar por que
razão o 25 de Novembro é comemorado aos 49 anos, quando o 25 de Abril foi aos
50. As datas de comemoração normalmente correspondem a números redondos, e não
se percebe a pressa de antecipar um ano a comemoração do 25 de Novembro, a não
ser para o colocar no mesmo plano do 25 de Abril, ou, pior ainda, considerar
que se pode comparar o seu significado histórico. Está-se a um passo de
materializar a posição que está por detrás da capa do Diabo. O resto da capa, o
“escapar à ditadura comunista”, também não tem qualquer fundamento histórico.
O 25 de Novembro pode e deve ser
comemorado, mas é como ele foi, “como ele foi” foi sem dúvida importante no
processo que, do 25 de Abril à plena democracia, teve várias etapas. O
nascimento da nossa democracia, a partir da conquista da liberdade em 25 de
Abril, demorou mais ou menos dez anos. Esses anos foram convulsivos,
conflituais, mas o que é que se esperava da queda de uma ditadura, que conduzia
uma Guerra Colonial, com censura todos os dias, com uma polícia política sem
lei, com prisões e repressão, com altas taxas de analfabetismo, emigração em
massa e enorme pobreza? Queriam que essa transição fosse “higiénica”, sem
pecado? Muito bem, ajudassem a derrubar a ditadura mais cedo, a acabar com a
guerra, pagando as consequências, e para isso
Por que razão o 25 de Novembro é
comemorado aos 49 anos?
Muitos dos que se queixam do
tumulto do pós-25 de Abril, com efeitos trágicos em particular nas colónias,
não mexeram uma palha. O nascimento da democracia teve avanços e recuos e
várias etapas que se estendem desde a revolução à derrota do 11 de Março (silêncio),
às eleições para a Assembleia Constituinte, à vitória do 25 de Novembro, à
vitória da AD, ao fim da tutela militar da democracia e, por fim, à eleição do
primeiro Presidente civil.
Nesses avanços e recuos, o 25 de
Novembro foi crucial para travar não uma “ditadura comunista” — o PCP continuou
no governo e algumas das mais importantes nacionalizações são posteriores a
Novembro —, mas sim o risco de um confronto entre fracções militares que se
podia transformar numa guerra civil. Aliás, quando se confronta os defensores
da versão “diabólica” do 25 de Novembro com as provas da participação comunista
num golpe, não passam da “entrevista” de Cunhal a Oriana Fallaci, que qualquer
pessoa que conheça o pensamento de Cunhal, com o que se sabe da estratégia do
PCP nesses meses e da posição da URSS, sabe que ele não poderia ter dado
aquelas respostas. Acresce que, quando confrontada com os desmentidos à sua
“entrevista”, Fallaci prometeu divulgar as gravações, o que nunca aconteceu. O
PCP tem muitas culpas no cartório no PREC, mas esta não tem.
Na verdade, os derrotados do 25
de Novembro são, a 25, a ala esquerdista ligada ao Copcon, que por razões
intrinsecamente militares e corporativas sai à rua, ficando isolada e derrotada.
A 26, os derrotados são outros, todos aqueles que queriam ilegalizar o PCP.
A mistificação histórica e
política do 25 de Novembro apouca-o, porque o seu significado real justificava
uma comemoração digna nos seus 50 anos, em 2025. O problema é que as pessoas a
serem homenageadas seriam, com excepção de Jaime Neves — o herói solitário das
comemorações “fake” de 2024 —, o Presidente general Costa Gomes, os militares
do Grupo dos Nove, que são os mesmos que hoje se recusam a ir a estas
comemorações, os seus vivos como Vasco Lourenço ou Sousa e Castro — demasiado
“esquerdistas” para os propugnadores das comemorações “diabólicas” —, Ramalho
Eanes e, no plano civil, Mário Soares, os seus companheiros da luta da Fonte
Luminosa e os homens do PPD, Sá Carneiro e Emídio Guerreiro.
Ou seja, tudo gente que merecia a
“verdadeira” homenagem, e não a que tem na sua propositura na Assembleia um
destacado membro da resistência armada ao 25 de Abril e os membros da direita
radical no CDS e no PSD. Vão todos participar numa mistificação histórica, que é
ao mesmo tempo uma menorização do valor do 25 de Novembro. Mas os tempos estão
para estas coisas, que a prazo se pagam caro."
José Pacheco Pereira (Historiador).
In Público - Edição Lisboa, 23
Nov 2024
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Democracia e (ou?) Trumpismo!
Mais de 73 milhões de norte-americanos, pouco acima de 50% dos votantes, numa população de mais de 330 milhões, votaram em Trump e deram-lhe a vitória.
Com capacidade eleitoral
estavam cerca de 240 milhões, tendo votado pouco mais de 140 milhões, dos quais
cerca de 3 milhões votaram noutros candidatos que não os dois principais.
É assim a democracia, onde uma
“grande minoria” de 22% (em relação à população total) ou de 30 % (em relação
aos que têm capacidade eleitoral) pode obter o poder absoluto.
Contudo, quanto mais conhecemos a forma como funciona o sistema eleitoral norte-americano e o seu financiamento, mais perplexos ficamos sobre a verdadeira “democracia” e a “justiça” desse sistema, onde só dois partidos têm oportunidade de vencer, não possibilitando qualquer representatividade de minorias.
Claro que em França e na
Grã-Bretanha, como vimos recentemente, a situação não é muito diferente.
É o problema dos sistemas de círculos
eleitorais muito restritos, como nestes países europeus, ou do voto indirecto
para um colégio eleitoral, como nos Estados Unidos, onde quem tem mais votos, mesmo pela diferença de um único voto, arrecada toda a representividade, dequilibrando a balança da equidade democrática.
Se juntarmos a isso o poder
cada vez maior do sistema financeiro sobre os órgãos de comunicação social desse
país, outro dos pilares que geralmente se lhe associa, o da “liberdade de expressão”,
nos deixa cada vez mais perplexo.
Também por causa disso, nas democracias mais sólidas, existe todo um sistema de contrapesos que impede que uma "imensa minoria" se transforme em poder absoluto.
Geralmente o que permite algum contrapeso no sistema norte-americano é a separação de poderes, mas alguns desses, como o judicial, estão cada vez mais dependentes do poder político e financeiro, só assim se explicando que Trump nunca tenha sido preso, pelos vários crimes de que é acusado.
Sobra alguma independência dos vários Estados Federais e o forte peso do tradicional associativismo de cidadania, sem esquecer que mais de 70% dos norte-americanos não estiveram com Trump.
Se a tudo isso associarmos o
facto de o partido de Trump controlar todos os órgãos políticos (o senado e o
congresso), e que esse candidato assumir a ruptura com todo o sistema político
democrático norte-americano, a sua vitória, se bem que democrática, não deixa
de ser preocupante para quem acredita nos valores de uma democracia saudável,
da liberdade, do humanismo, da igualdade e do equilíbrio económico-social.
É a democracia a funcionar,
sim senhor, mas também foi a democracia que levou Hitler ao poder, sem esquecer
que foram “democracias”, algumas até menos viciadas que a norte-americana, que
levaram ao poder Putin, Milei, Bolsonaro ou Órban, e que vai ser a democracia
que está à beira de levar ao poder uma Le Pen…
Tempos complicado se
avizinham.
Mas, como dizia um amigo meu, já desaparecido, quando os resultados eleitorais não nos agradavam, “não te preocupes, muitos dos que votaram neles [em Trump neste caso] vão sofre mais as consequências nrgativas das sua políticas que tu ou eu”.
terça-feira, 5 de novembro de 2024
Breve reflexão sobre as presidenciais norte-americanas por Pedro Caldeira Rodrigues (jornalista)
"À parte do superficial espetáculo mediático, de um efetivo entretenimento, diversos e atentos observadores têm assinalado qual a escolha obrigatória que se coloca aos eleitores norte-americanos nas eleições presidenciais de 5 de novembro de 2024: uma avalanche suprematista, reacionária e autoritária protagonizada pelo candidato do Partido republicano e ex-presidente Donald Trump, ou o prosseguimento de um império neoliberal assolado por fortes desigualdades sociais e pelas bombas norte-americanas que há mais de um ano caem sobre Gaza, e
4 novembro 2024
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
Nobel da Paz – Uma surpresa merecida e actual
O Nobel da Paz foi esta manhã atribuído a uma organização japonesa de vítimas das bombas atómicas, a Nihon Hidankyo.
Fundada a 10 de agosto de
1956, essa organização tem vindo a trabalhar “incansavelmente para sensibilizar
as pessoas para as consequências humanitárias catastróficas da utilização de
armas nucleares”.
O comité norueguês do Nobel resolveu
galardoar essa associação "pelos seus esforços para alcançar um mundo
livre de armas nucleares e por demonstrar através do depoimento de testemunhas
que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas".
Recorde-se que a única vez que
as armas nucleares foram usadas contra populações civis foi em 1945, pelos
Estados Unidos, que mataram centenas de milhares de pessoas, no imediato ou
pelas consequências ao longo do tempo.
Sabe-se hoje que esses
bombardeamentos não acrescentaram nada ao desfecho da guerra, já que o Japão se
tinha prontificado à rendição antes desse ataque nuclear. Os norte-americanos
protelaram propositadamente essa rendição pois tinham necessidade de mostrar o
seu poder militar aos aliados soviéticos. Para muitos, esse ataque nuclear,
mais do que o acto final da 2ª Guerra, foi o inicio da Guerra Fria, uma demonstração
de força para mostrar quem “mandava” no mundo a partir daí.
A escolha, se foi uma
surpresa, parece-nos bastante actual e merecida, e um grito de alerta para o
crescente clima de militarismo irresponsável que cresce por esse mundo fora, à
boleia dos muitos interesses que se escudam na crise do Médio Oriente e na
Guerra da Ucrânia.
O clima dominante entre a
classe política ocidental e do comentário político é o a defesa da corrida
armamentista, diabolizando o pacifismo.
Ao atribuir o Nobel a uma
organização pacifista, que alerta para o perigo de uma escalada militar que irá
sempre desembocar numa guerra nuclear, localizada ou não, o comité norueguês
põe em causa toda essa retórica militarista, que, da NATO à União Europeia, de
Zelensky a Putin, dos regimes proto fascistas de Teerão e Telavive, tem vindo
em crescendo nos últimos tempos.
Para esses, a retórica da
militarização nuclear tem vindo a normalizar a defesa da corrida aos armamentos,
principalmente o nuclear, e o da possivel utilização desse tipo de armamento
nos actuais conflitos.
Essa mesma gente procura
desvalorizar e ridicularizar os defensores da paz, ora acusando-os de “apoiantes
de Putin” , ora de “apoiantes dos terroristas do Hamas”, ou, no caso da Rússia putanista ou do
regime fundamentalismo iraniano, nem opinião podem ter, sendo imediatamente encarcerados.
Esse prémio tem, desde já o mérito de recolocar no centro das preocupações humanitárias a defesa da paz, valorizando as organizaçãoes e pessoas que o fazem, em especial a ONU.
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
Em defesa da comunicação social pública
Começo a minha manhã informativa a ouvir a Antena 1, no carro, durante o dia, continuo na Antena 1, por vezes vou à 3 ou à 2, à noite circulo entre a RTP 3 e RTP 2.
Fora da comunicação pública consulto
os jornais, as rádios e as televisões que mais se aproximam de um serviço
público, isto é, mais pluralistas nas opiniões, que fazem reportagem jornalística,
que remam contra a maré dos top´s na divulgação “opinativa”, artística,
cultural e musical, tais como os jornais Público, Diário de Notícias e Jornal
de Letras, as rádios M80 e Radar, e, raramente, alguma informação e debate na
CNN Portugal….o resto, com raras e honrosas excepções, é sempre mais do mesmo
ou a voz do dono (dos grandes interesses financeiros, políticos e empresariais,
que lhes pagam para isso).
Por isso parece-me cada vez
mais importante a existência de uma informação e divulgação variada,
pluralista, cuidada, tolerante, na política, na cultura, na vida social, que
invista na reportagem, tudo o que, mesmo com erros e limitações, só a
comunicação social pública, principalmente a RTP , Antena 1 e a LUSA vão fazendo, tudo o
que, infelizmente, está cada vez mais ausente dos órgãos de comunicação social
privados, apenas preocupados com audiências, em agradar aos “donos”,em correr
atrás da cloaca das redes socias, em divulgar o que uma opinião pública cada
vez mais anestesiada e acrítica pretende consumir.
Por isso, é preocupante o que
se anuncia por aí para limitar o financiamento, logo o trabalho de qualidade, dos
órgão de comunicação social públicos, no fundo uma forma indirecta de "censura".
Esperemos que seja apenas um
devaneio passageiro. Mas devemos estar atento aos desenvolvimentos.
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
terça-feira, 1 de outubro de 2024
Ana Moura e os comentadores “pornohube”.
Entre o misógino e o machista, os habituais “comentadores pornohube” viraram-se para as redes sociais, para “comentar” o “loock” arrojado da fadista Ana Moura nos Globos de Ouro.
A maior parte desses
comentários roça a mais reles boçalidade, muitos ignorando a inovação que Ana
Moura introduziu no fado português.
O que interessa a essa gente é
o chinfrim das redes sociais, os 15 minutos de fama que lhe é atribuída à frase
mais badameca.
Coincidência ou não, muito
dessa gente é a mesma que anda por aí a apoiar os massacres de Israel ou outras
“causas” como o discurso xenófobo, racista e militarista. Não há coincidências.
A obra musical de Ana Moura está muito acima desses comentários rascas.
terça-feira, 24 de setembro de 2024
O governo terrorista de Israel e a Banalização do Mal!!
O governo terrorista de Israel e as organizações terroristas que aplicam a sua política de terra queimada, a IDF (Forças Militares Israelitas) e a MOSSAD ( a Gestapo local), praticam todos os dias, há décadas, mas especialmente durante o ultimo ano, os mais hediondos crimes de guerra, com a benevolência ocidental, que arma esses terroristas.
Comparados com a acção desse
bando terrorista, organizações terroristas como o Hamas o Hezbollah ou o Estado
Islâmico fazem papel de meninos do coro…
Recorde-se, aliás, que quem introduziu no Médio Oriente o terrorismo como método de acção política foi Israel, na sua luta contar a presença britânica no pós-guerra-
Vejam a diferença de
tratamento que o dito “ocidente” e a maior parte dos seus “comentadores” e jornais
dão aos crimes diários praticados por Israel e aos crimes diários (mas em menor
grau, diga-se de passagem…) praticados na Ucrânia.
A Rússia foi banida de quase
todos os eventos culturais e desportivos, Israel continua todos os dias a participar
nesses mesmos eventos, integrados muitos
desses eventos em representação da Europa
(???).
Igualmente inconcebível é a
posição do poder ucraniano em relação a Israel. Não se percebe como é que a
Ucrânia, vítima de uma agressão idêntica àquela que é todos os dias praticada pelo
governo terrorista de Israel, se recuse a condenar a acção israelita.
Não perceberam ainda que essa
posição e a posição ocidental de “dois pesos e duas medidas” estão a contribuir
para reduzir o apoio da opinião pública mundial, principalmente a que vive fora
da Europa, para a sua causa?
Aliás, quem, e bem, critica a invasão da Ucrânia e a acção do governo russo, mas, e mal, tenta justificar a acção do governo terrorista de Israel, ou diz apoiar o povo ucraniano mas nega o apoio aos palestinianos, perde toda a legitimidade moral para defender as suas posições.
O governo terrorista de Israel,
com os seu crimes diários, está a emporcalhar e a envergonhar a memória das vítimas do
Holocausto, o que nos leva a pensar que os actuais lideres desse estado
terrorista não descendem dos judeus perseguidos mas dos kapos, ou até de nazis
que se infiltraram entre os refugiados judeus, fazendo-se passar por eles para
escaparem a serem julgados como criminosos de guerra.
A acção terrorista desse governo é o mais contributo para o preocupante crescimento do antisemitismo, ao acusar qualquer critica, por mais moderada, à sua acção crimininosa de "antisemita", confundindo o antisemitismo com o antisionismo.
Claro que o estado terrorista
de Israel está rodeado por países igualmente governado por gente pouco
recomendável, entre ditaduras sanguinárias e extremistas religiosos.
A maior parte desses estados
nada fazem para proteger os palestinianos, por razões de xenofobia ou por
fundamentalismo religioso.
Contudo, a questão não é o
asilo de palestinianos, mas a construção de um Estado Palestiniano onde possam
conviver todas as religiões da região e a população nativa, com ou sem
religião.
Aliás, tem sido contra isso
que foi criado o Estado de Israel, um Estado religiosamente fundamentalista, um
Estado de Apartheid, onde existem
cidadãos de primeira, os judeus, e uma população de segunda, com menos
direitos, todos os não judeus. Enfim, uma “verdadeira” “democracia liberal” para
uns, se forem judeu, mesmo que não tenham nascido em Israel, e uma ditadura radical
para todos os outros habitantes desse território.
É essa banalização do mal que
o “ocidente”, com a conivência de países como a Ucrânia, continuam a alimentar,
colocando o mundo à beira do abismo….mas a industria militar e quem a financia agradecem!!!