Imagem do dia, no dia em que teve inicio o grande espectáculo da hipocrisia que é o Festival da Canção Eurovisão: o criminoso exército de Israel filma a entrada em Rafah dos seus tanques que avançam sobre umas bandeira, que destroem à sua passagem. São bandeiras dos terroristas criminosos do Hamas? Não! São bandeiras da Palestina!
Com esta imagem simbólica fica
óbvio ao que vai o criminoso exército de Israel, destruir o que resta da
Palestina, aproveitar a resposta aos crimes do Hamas para submeter de vez os
palestinianos, recorrendo ao genocídio e a métodos que nada ficam a dever aos
usados pelos nazis na 2ª Guerra. O Hamas, recorde-se, é uma organização terrorista
fomentada por Israel, para enfraquecer a autoridade palestiniana, e que fugiu
do controle do “criador” (tal como aconteceu com os Estados Unidos em relação
ao Daesh e aos talibãs).
Voltando ao Festival da canção.
Nunca percebi o que fazia Israel num festival europeu da canção. O mesmo posso
dizer em relação à presença das suas equipas em campeonatos desportivos europeus.
Muito menos se percebe a
presença desse país nas actuais circunstâncias, principalmente se tivermos
presente a forma como a Rússia foi expulsa do certame e de todas as provas
desportivas.
Qual é a diferença entre os crimes
de Israel na Palestina, desde há décadas, e os crimes da Rússia na Ucrânia,
desde há dois anos?
Embora não seja adepto que se
misture a política com a arte, a cultura e o desporto, até porque nasci em
plena época da guerra fria onde, no desporto, nas artes e na cultura, era
possível o convívio entre as diferenças políticas, até compreendo a iniciativa
que foi tomada em relação à Rússia, impedindo-as de participar em eventos
desportivos e culturais.
Abriu-se um precedente que, em
coerência, devia ser continuado e devia servir de aviso a quem quisesse
enveredar pela violação do direito internacional e recorrer à guerra para impor
a sua vontade imperialista ou nacionalista.
Era isso que se esperava face
à resposta desproporcionada dos criminosos governo e exército Israelitas aos
crimes do Hamas.
Ficou ainda mais evidente que
o chamado “Ocidente” usa dois pesos e duas medidas nas relações internacionais.
Aliás, a acção de Israel, não
só na faixa de Gaza mas, desde há muito, na Cisjordânia, tem atingido níveis de
violência e criminalidade que fazem de Putin um menino do côro.
Recorde-se a descoberta de
valas comuns em Gaza, obra do criminoso exército Israelita, cujas provas de
violência não são muito diferentes das encontradas em Bucha. Só que neste caso
se avançou rapidamente, e bem, para processos penais por crimes de guerra, mas,
no caso de Israel, a situação é tratada com pinças e tenta-se fazer com que
esses crimes caiam no esquecimento.
O “ocidente”, de má consciência
em relação às perseguições histórica aos judeus e ao Holocausto, cede à
retórica do criminoso governo de Israel e à sua chantagem emocional.
Para os criminosos governo e
exército de Israel e para os seus apoiantes eleitorais, qualquer condenação dos
crimes de Israel é acusado de “antisemitismo”.
Contudo, quem está a prestar
um bom trabalho ao crescimento do antissemitismo é o próprio governo criminosos
de Israel e os seus apoiantes, que, todos os dias, com os seus crimes,
envergonham e emporcalham a memória das vítimas do Holocausto.
Com a política de dois pesos e
duas medidas, face a Israel e à sua criminosa agressão aos palestinianos, e
face aos russos e à sua criminosa agressão aos ucranianos, o “ocidente” só se
está a desacreditar face ao resto do mundo e, quem vai pagar caro essa atitude,
são, no imediato, os palestinianos, a prazo a causa ucraniana e, a um prazo
mais dilatado, os próprios Israelitas e europeus.
Não se percebe que se expulse
a Rússia do Festival da canção e de outros eventos, e se mantenha a presença de
Israel. Qual a diferença dos crimes desses dois países?
Aliás, não deixa de ser
tristemente curiosa, mesmo lamentável, a atitude do poder Ucraniano em Relação
a Israel. Estou mesmo curioso de ver qual vai ser a votação do júri ucraniano
em relação à canção de Israel.
Em relação ao Festival da
Canção, a qualidade e a criatividade artística , com raras e honrosas
excepções, costumam ficar à porta desse desfile de vaidades e hipocrisias.
O resto é política, umas vezes
na promoção de poderosas editoras, outras vezes a política pura e dura, como assistimos
mais uma vez!
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