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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Apagão e Fake News


Nos primeiros minutos depois do apagão, uma das primeiras notícias que li, divulgada aparentemente por um orgão de comunicação espanhol, posteriormente reproduzida por outros orgão de comunicação e pela rádio era que, na origem desse acontecimento, estava um incêncio no sudoeste da França que teria danificado cabos de alta tensão, afastando assim a hipótese de um cyberataque.

Entretanto foram surgindo outras versões, identificando-se  origem do apagão em Espanha, cujas cauasas foram atribuidas a um fenómeno atmosférico raro.

Contudo, também essa versão ainda não é certa.

A melhor forma de não espalhar fake news é não serem as próprias autoridades a lancarem suspeitas infundadas. 

Por cá, a primeira comunicação de um membro do governo foi colocar a hipótese de um cyberataque, e o Sanchez, em Espanha, foi pelo mesmo caminho durante o dia de ontem.

Nada disso contribuiu para acalmar a população. Felizmente as pessoas souberam comportar-se e estar à altura das circunstâncias. 

Até agora, todos os verdadeiros técnicos que tenho ouvido até ao momento (e não os "tudistas" do costume, nem os antigos ministros do ambiente ou gestores de empresas energéticas, por nomeação política, estes são tão crediveis como os "tudistas") apontam para uma falha técnica, embora ainda não identificada.

E já agora, qual é essa do Zelensky se vir meter ao barulho (notícia de rodapé que estava ontem a correr na CNNPortugal [ou na SIC notícias, já não me lembro])? Está maluco, já manda nisto tudo, ou é apenas oportunista? [a noticia dizia mais ou menos isto: Zelensky oferece ajuda a Portugal e Espanha (??!!!)].

Parece-me que, neste momento, alguns políticos, dentro e fora da Europa, procuram adiar a divulgação dos factos com o objecticvo de retirar dividendos políticos. Para eles tudo teria sido mais fácil se este apagão fosse mesmo um cyberataque, justificando a sua deriva belicista.

É também bom recordar que estão em jogo, e podem ser explorados demagogicamente, opções energéticas, cada uma ligada a lobbies poderosos.

Por tudo isto, é urgente que se divulgue rapidamente a origem deste apagão, para não deixar espalhar os vários oportunismos que se escondem por detrás das fake news que por aí circulam.

terça-feira, 29 de abril de 2025

O DIA DA RÁDIO, ou, “Onde estavas no 28 de Abril?”


Sou fã da rádio como meio de comunicação, desde que me lembro.

Foi a ouvir rádio que descobri que havia mundo para além da minha casa.

Um gosto minoritário, mas que ontem se tornou “viral”, como agora se diz.

Ficou provado que, no tão apregoado “Kit de sobrevivência”,  só interessa recorrer ao analógico, desde o rádio de pilhas, às pilhas, passando pelo fogão a gaz, fogareiros e lamparinas  a petróleo (como os velhos candeeiro Hipólito), velas, fósforos e isqueiros, máquinas fotográficas de rolo…e já agora algum dinheiro “vivo” no bolso.

Ligados ao mundo por um velho rádio a pilhas, veio-nos à memória outros momentos em que a rádio era o único meio de seguir acontecimentos em directo, como aconteceu no 25 de Abril.

Acrescente-se a isto o jornalismo de excelência da estatal Antena 1.

Quem só agora descobriu esse canal radiofónico, aconselho a segui-lo ao longo do dia, descobrindo aí não só a reportagem, o directo e a opinião que, fugindo à cassete dos “grandes” canais televisivos, é exemplo de liberdade de informação, de  rigor informativo e pluralismo.

As gerações mais novas não se vão esquecer tão cedo deste dia e, principalmente, do conforto que foi seguir nesse meio “antiquado” e várias vezes acusado de “absoleto” no mundo da “alta tecnologia” digital que nos domina, as únicas notícias lhe chegavam.

Quando um dia lhes perguntarem, “onde estavas no 28 de Abril”, provavelmente a primeira resposta que lhes vai ocorrer é “ a seguir as notícias pelo velho rádio a pilhas do meu pai (ou avô)”.

Ontem foi mais um extraordinário DIA DA RÁDIO.