Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Eurogrupo quer transferir activos gregos para banco de Schäuble e Gabriel


A notícia que transcrevemos em baixo já tem uns dias.

Essa notícia revela várias coisa:

-  por um lado,  a forma como as decisões europeias estão condicionadas pelos interesses privados dos burocratas que mandam nas instituições não democráticas, como o Eurogrupo, e estão dependentes do corrupto sistema financeiro europeu que os emprega;

- por outro,  a verdadeira natureza de personagens como os senhores Schäuber e Gabriel e a forma mafiosa como funciona o poder europeu;

- também a forma como actualmente a “democracia-cristã” e a “social-democracia” europeias são cada vez mais a duas faces da mesma moeda, e são coniventes com o corrupto poder financeiro europeu;

- por último, o pouco impacto que a notícia mereceu por cá dos comentadores televisivos do costume, é  revelador da “independência” desses propagandistas da austeridade.

Vamos então à notícia:

Eurogrupo quer transferir activos gregos para banco de Schäuble e Gabriel

Por FILIPE PAIVA CARDOSO, jornal “I” de 12/07/2015 .

A instituição independente no Luxemburgo para onde o Eurogrupo propõe transferir 50 mil milhões em activos gregos é gerida pelo KfW, banco estatal alemão, cujo chairman é Schäuble
“A transferência de “activos no valor de 50 mil milhões de euros” detidos pelos contribuintes gregos para um “Instituto do Luxemburgo para o Crescimento” é uma das condições que o Eurogrupo procura impor à Grécia para iniciar negociações de um terceiro resgate. Este instituto é no entanto gerido pelo KfW, um banco estatal alemão, cujo "chairman" é Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, e cujo vice-chairman é Sigmar Gabriel, ministro da Economia alemão.

“Assim que a ideia de transferir activos gregos para entidades europeias foi colocada nas propostas do Eurogrupo levantou-se de imediato imensa polémica, já que no fundo tal medida representa uma enorme perda de soberania, algo que Tsipras tem tentado resistir bastante.

“Agora, com o passar das horas, começou a desmontar-se as estruturas de gestão deste Instituto até à conclusão de que a gestão compete ao KfW, cuja administração está toda nas mãos dos políticos alemães.


“A polémica no entanto não fica por aqui. É que além de se tratar de um banco estatal, e além de ter a sua administração dominada pela classe política no poder na Alemanha, também o poder executivo desta instituição vem com um pedigree pouco recomendável: OCEO do KfW é Ulrich Schröder, que fez carreira no WestLB, banco que desde 2008 teve direito a um total de quatro resgates com dinheiros públicos”.

Sem comentários: