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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

"Em Sentido Contrário", uma biografia de um oposicionista torriense

Foi lançado o livro "EM SENTIDO CONTRÁRIO", uma biografia do oposicionista Torriense Venerando Ferreira de Matos (ver referência AQUI).

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Homenagem a Patxi Andion

Aqui recordamos Patxi Andion, hoje falecido num trágico acidente de automóvel, aos 72 anos.

O Cantor comemorou no ano passado 50 anos de actividade.

Mais uma voz incontornável da musica ibérica que nos deixa de forma inesperada, deixando um enorme vazio na cultura europeia.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Os "idiotas" do Ano

Na capa, forjada com humor, podiam estar um Trump, um Putin ou um Órban...infelizmente existe uma lista muito longa de candidatos. Também os temos por cá.

Em comum têm a intolerância, a prepotência, a ignorância presumida, a falta de respeito pela humanidade, a mentira e o recurso à violência, verbal ou real, como arma política.

Infelizmente, numa altura em que o mundo precisava de líderes com visão, tolerantes e informados, para enfrentar os graves problemas que a humanidade enfrenta, desde o ambiente à desigualdades sociais, desde a ganância do poder financeiro à corrupção crescente, é esse tipo de lideres que se estão a produzir, tanto mais grave, quanto esses lideres chegam ao poder em países decisivos para enfrentar e tentar resolver essas situações que colocam em causa o bem estar social e a própria sobrevivência humana.

Mais grave ainda é que seja a democracia, (o pior dos regimes políticos, mas não existindo nenhum sistema melhor do que ele (para citar Churchill)), que dê à luz tão aberrantes figuras.

Esperemos que seja a mesma democracia a chutar tal gente para o cada vez maior "caixote do lixo da história".

O Século XXI tem sido profícuo na produção desse tipo de gente, contando-se pelos dedos os líderes políticos humanistas (um Guterres, à frente da ONU e um papa Francisco à frente da Igreja Católica...e não vislumbro mais nenhum entre os vivos...)

Até lá só nos resta continuar a denunciar, ridicularizar, desmascarar essa gente, esperando que a nova década inverta a tendência miserável e trágica das duas primeiras décadas humanamente perdidas  do século XXI .

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Os Aeronautas – Ciência e Aventura


“Os Aeronautas”, realizado por Tom Harper, é um filme competente, sem grandes riscos em termos cinematográficos,  baseado em factos reais, mas ficcionados.

Retrata um século XIX, aberto à curiosidade científica e à aventura da descoberta, cruzando-se aqui os dois mundos.

Eddie Redmayne, no papel do pioneiro da meteorologia James Glashier, figura que existiu na realidade, e Felicity Jones, no papel da balonista Ameli Wren, figura ficcionada que reúne em si as características de vário balonistas da época, partem numa épica à conquista dos céus e das alturas, num balão, o primeiro pela curiosidade científica, a segunda em busca da adrenalina de uma aventura arriscada que a redima do passado.

Ambos os actores já se tinham encontrado noutro filme, mais importante do que este, "A Teoria de Tudo", sobre a vida de um outro cientista, Stephen Hawking.

Quase todo o filme passa-se no cesto de um  balão, no ano de 1862, enfrentando condições meteorológicas adversas e arriscando a vida numa aventura desconhecida, entre-cortada por flashbacks sobre a vida passada dos personagens, onde se revelam as motivações de cada uma para essa aventura quase suicida.

O mais motivante neste filme é percebermos a grande diferença entre um século, como o XIX, marcado pela curiosidade científica e pela aventura da descoberta de novos limites, desafiando tudo o que se conhecia e arriscando a vida em prol do conhecimento, e o século do espectador, este século XXI,  marcado pela ignorância arrogante das redes sociais e pelas certezas absolutas  que não passam do nosso umbigo e do  nosso horizonte visual, confortáveis em mentiras cómodas, onde cada uma considera que a sua ignorância tem o mesmo valor das certezas científicas, como se tem visto por aí, a propósito das questões do clima, talvez não por acaso, o tema base de "Os Aeronautas".

Só por isto, vale a pena ver o filme.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Ambiente: Tanta Raiva e Mentira por aí, à solta!



“ (…) E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta(…)
“ (…) E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta (..)”

(José Mário Branco, extracto da canção “Eu vim de longe”)

Nunca pensei que a evidência das alterações climatéricas e a defesa da tomada de medidas para travar o desastre climático, levantasse tanta controvérsia entre comentadeiros e nas redes sociais.

Dos ataques pessoais aos ambientalistas, atingindo principalmente Greta Thundberg, à difusão em larga escala de fake news que tentam desacreditar a evidência cientifica da catástrofe ecológica que se avizinha (como umas fotos que por aí circulam, que tentam desmentir a redução de glaciares ou da água a correr em cataratas africanas, através da manipulação de imagens ou da reprodução de fotos antigas como se fossem actuais, ou as tentativas  de desvalorizar o efeito dos incêndios na Amazónia), tudo serve como arma de arremesso em defesa do “status quo” económico-social dominante.

Que à frente dessa campanha estejam os poderosos lobbies ligados às empresas petrolíferas e outras poluentes (aviação, automóvel, criação de gado, madeireiros, celuloses …), não é de admirar. Já nos anos 70, quando os ecologistas eram vistos como meros lunáticos , alguns autores que estudavam o tema alertavam exactamente para a forma como tais lobbies tentariam adiar as medidas de protecção ambiental durante o máximo de tempo possível.

Sabe-se hoje que existem mais de duas centenas de lobistas dessas empresas (para referir apenas os que estão legalmente registados) a actuar junto dos burocratas de Bruxelas, e a influência dessa gente junto de Trump e Bolsonaro, sem esquecer que noutros países poderosos, como na Rússia, na Índia e na China, esses lobies funcionam no seio do próprio poder político.

Ignorar a evidência científica ou , até, a própria experiência dessas alterações que qualquer um de nós já pode sentir no dia a dia, é um preocupante sinal do fomento da ignorância, da raiva ideológica e da má fé que cresce à solta, à nossa volta, principalmente nas redes sociais, cada dia que passa.

Sei que  é difícil aceitar que a catástrofe ambiental só pode ser travada com medidas drásticas, que vão implicar mudanças profundas na nossa maneira de viver.

Essas medidas passam por alterar a forma como usamos os meios de transporte, o uso de energias renováveis, alterações de hábitos alimentares, e, principalmente, o que custa a engolir a muita gente, travar o desenfreado consumismo em que todos caímos e que atinge uma dimensão desmesurada nesta época do ano.

Tentar negar as evidências, recorrendo a uma argumentação reles e desinformada, não vai evitar o que se anuncia.

Talvez alguns acreditem que isso vai ser um problema de outros países, dos mais pobres e das gerações futuras.

Ainda posso perceber essa atitude egoísta de quem não tem filhos e é suficiente velho para pensar que as consequências dos actos das últimas décadas não o vão atingir. Mas as gerações mais jovens nunca poderão perdoar os desvarios, as mentiras e a ignorância assumida das gerações que os antecederam.

Da velha sabedoria dos índios, recordo,  um velho ditado,que devia ser seguido por todos: “não são os nossos filhos que herdam a Terra de nós, nós é que herdamos a Terra dos nossos filhos”.

Não sei se, no meio da cegueira raivosa , da ignorância presumida e da intolerância ideológica em que navegam as redes sociais, alguns desses atingem a profundidade dessa frase.

Mas se algum deles parar para pensar nela, talvez sirva de alguma coisa tê-la recordado aqui.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Um país mal frequentado!??

Não se percebe muito bem porque é que dois dos mais patéticos e irresponsáveis líderes mundiais escolheram Portugal para preparar a guerra contra o Irão e contra os Palestinianos.

Não sei se viram esta manhã na televisão a chegada do sr. Pompeo a S.Bento. Parecia que ía sair no meio de uma rua de Cabul ou de Bagdad!!!

Enquanto o nosso ministro dos negócios estrangeiros esperava pacientemente na escadaria de acesso ao edifício, o carro que transportava o sr. Pompeo era rodeado de seguranças que olhavam meio aflitos para todo o lado e só depois sai essa seboso do governante de Trump, mesmo assim a medo, e subindo a escada a correr, deixando o nosso ministro para trás.

Era ridiculo e patético, se essa gente não causasse tanto sofrimento no mundo!

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A Conferência de Madrid sobre mudanças climatéricas: os convictos, os cínicos e…os criminosos


Os líderes mundiais voltam, mais uma vez, a encontrar-se, para debater o que fazer face ao rápido agravamento das alterações climatéricas, no “COP 25”, em Madrid.

Hoje começam a ser evidentes os avisos iniciados por alguns, poucos, aí pela década de 70 do século passado.

Em Portugal tivemos um pioneiro Movimento Ecológico Português, liderado por Afonso Cautela, então olhado por muitos como um lunático de quem se devia desconfiar.

Hoje já ninguém se ri quando se fala das alterações climatéricas, provocadas pela exploração desenfreada dos recursos naturais.

O que espanta hoje é que a liderança das grandes nações, aquelas que podem fazer alguma coisa para travar ou retardar a catástrofe ecológica, estejam ocupadas por gente ignorante e criminosa como um Trump, um Putin, ou um Bolsonaro.

Os Estados Unidos, a Ucrânia e a Rússia, sabe-se agora, nada têm feito para travar a situação, ao mesmo tempo que os mesmos Estados Unidos, a China e a Índia, continuam a aumentar a poluição global, juntando-se a atitude criminosa das autoridades brasileiras na festa da destruição do planeta, como se tem visto na grave situação da Amazónia.

Já nos idos de 1970 alguns, raros, alertavam para o resultado de uma sociedade totalmente entregue à voracidade dos “mercados” e da exploração dos recursos naturais, situação que se agravou rapidamente com a expansão do neoliberalismo.

Embora ainda hoje alguns o tentem negar, há uma relação directa entre a expansão do capitalismo selvagem e consumista  imposto pelo dominante modelo neoliberal e o agravamento das condições atmosféricas, que chegaram a um patamar que colocam em risco a sobrevivência da vida da Terra.

Madrid é talvez a ultima oportunidade de se reverter essa situação e de todos escolherem se querem ou não ficar do lado certo da história.

Já se sabe de que lado vão ficar um Trump, um Bolsonaro, um Putin ou um Ji Ping, ao lado de um Hitler ou de um Stalin no julgamento que a história fará dos seus actos criminosos, com dimensão diferente, mas todos criminosos.

E ao lado dessa gente já se prefiguram empresas, comentadores  e outros políticos, como se vê todos os dias (veja-se a reacção de alguns em relação à atitude corajosa  de uma  Greta Thunberg).

Se os líderes mundiais presentes em Madrid querem de facto fazer alguma coisa que não passe das meras palavras de circunstância, politicamente correctas, têm de mostrar coragem para enfrentar aqueles monstros, a mesma coragem que, noutras circunstâncias e noutro momento crucial para a humanidade, teve um Churchill .

Para além de medidas com efeito imediato, há que ter a coragem de criar um Tribunal Penal Internacional para os crimes ambientais, contra os líderes políticos e empresariais que contribuam para boicotar a salvação do planeta ou para aumentar, com as suas atitudes, o agravamento das condições climatéricas.

No mínimo deve sair uma decisão para cortar todos os benefícios fiscais, ou outros,  sobre actividades empresariais poluentes ou sobre politicas que protejam essas actividades e boicotar os países que continuam a contribuir, de forma deliberada, para o agravamento da situação.

Este é o momento certo para separar as águas, entre os que estão do lado da ciência, da humanidade e da razão, com convicção, dos meros cínicos de circunstância, apenas interessados em navegar a “moda” do momento, ficando-se pelas palavras “politicamente correctas”, e dos verdadeiros criminosos, como aquele que mencionámos.

Os cidadãos, preocupados com o futuro dos seus filhos e do planeta, agradeciam que, de uma vez por todas, fossem consequentes e convictos e que aqueles criminosos começassem a pagar pelos seus crimes e que se passasse das bonitas palavras de circunstância aos actos.