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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

As “previsões” do Banco de Portugal…e outras!



O mundo económico e financeiro vive hoje de previsões.

Ditas “científicas”, é com base nessas previsões que se tomam decisões de gestão e programação.

Até qui, nada a reparar, a não ser que, verdade de La Palice, previsões são previsões e um bom gestor ou um bom economista, servindo-se delas, não as encara como uma verdade absoluta e tem em consideração a sua própria experiência e uma dose de perspicácia e bom senso.

O problema é quando essas “previsões” servem de desculpa para tomada de decisões politicas de efeito estrutural ou como arma de arremesso de propaganda politica e ideológica, que é o que se vê, cada vez mais, por essa Europa fora, com os resultados conhecidos.

E aqui entram os “comentadeiros” do costume, sempre cheios de certezas, ainda maiores se servidas por bem elaborados gráficos estatísticos com base nas ditas “previsões” de instituições “credíveis”.

Sempre ouvi dizer que uma estatística “bem torturada” dá sempre o resultado que pretendemos.

Não deixa de ser curioso que a maior parte de tão “credíveis” instituições não conseguiram prever a crise financeira de 2008 nem, por cá, a situação da banca portuguesa que levou à falência fraudulenta de alguns desses bancos e à intervenção “salvadora” nos que sobreviveram, à`custa do bem estra de todos os cidadãos.

E, porque uma previsão é…uma previsão, ainda menos se entende o desvarios dos “comentadeiros” quando o Banco de Portugal faz uma previsão diferente da do governo em….2 décimas!!!!

Uma previsão, porque é uma previsão, tem sempre uma margem de erro.

Uma coisa é falarmos numa diferença de um ou dois dígitos…outra é falar em diferença de décimos ou milésimos.

E outra coisa é falarmos em “previsões”, outra de dados reais e definitivos.

É como aqueles  “comentadeiros” em noite eleitoral que, principalmente quando isso lhes convém ideológica e politicamente, passam a noite a comentar sondagens à boca das urnas, mesmo quando já se começam a conhecer resultados reais e  definitivos, que muitas vezes desmentem ou se afastam significativamente do resultado de tais sondagens…

Penso que, assim como se paga, e bem, a instituições para fazer previsões financeiras e económicas, se devia penalizar fortemente essas instituições pelos erros de previsão, pelo menos quando esses erros justificam medidas politico/ideológicas que têm repercussão negativa na vida das pessoas.

Também devia existir uma entidade independente que comparasse as previsões feitas por essas instituições com os resultados reais, classificando-as de acordo com a sua credibilidade.

Talvez, assim, as “previsões” deixassem de ser arma de arremesso ideológico ou politico e fossem, na sua maioria, encaradas como a quilo que muitas vezes são, simples actos de …bruxaria!

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