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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Eleições britânicas : Socialismo nas urnas, Tony Blair ( e a “terceira via”) no caixote do lixo


Em democracia ganha-se ou perde-se por um voto e Theresa May, por muito que custe a engolir, ganhou as eleições britânicas.
Além disso, os conservadores, apesar da vitória amarga de ontem, aumentaram a sua votação, embora tenham perdido a maioria absoluta, mercê do tipo de sistema eleitoral e, principalmente, devido à derrota de muitos dos seus aliados eleitoral e do grande crescimento do partido Trabalhista.
Um dado curioso destas eleições britânicas foi a derrota dos “extremos”, quer os anti-brexit mais assanhados, como se revelou pela grande queda  do Partido Liberal e do Partido Nacionalista Escocês, quer os mais radicais defensores do Brexit e da componente xenófoba dessa alternativa, o UKIP.
 
O "austeritarismo" neoliberal dos conservadores e liberais, a xenofobia do UKIP e o terrorismo, num acto eleitoral concorrido e que desafiou o medo,  foram alguns dos  derrotados destas eleições.
Mas, mais do que os trabalhistas, o grande vencedor da noite foi Jeremy Corbyn, conseguindo obter um dos melhores resultados de sempre do partido que lidera.
Corbyn demonstrou que, recuperando os princípios e os valores socialistas e sociais e rompendo com a deriva neoliberal imposta aos trabalhistas por Tony Blair é possível, não só travar o declínio da social-democracia na Europa, como conseguir um grande resultado eleitoral.
Mais uma vez, como aconteceu recentemente em França com Jean-Luc Mélanchon ou, numa perspetiva diferente, com António Costa em Portugal, quando os trabalhista , socialistas e social-democratas recuperam os seus valores sociais e de demarcam claramente da deriva neoliberal encontram condições para, não só travar a decadência desses partidos,como obter grandes resultados eleitorais.
Por isso Tony Blair  e a sua terceira via, que gerou por essa Europa fora aberrações como José Sócrates, Jeroen Dijsselbloem ou Manuel Valls, foram os grandes derrotados da noite de ontem.
O trabalhismo, o socialismo e a social-democracia estão de volta para combater a desumanidade neoliberal.

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